Tão grande como um autocarro e tão pesada como um pequeno carro. Esta é a descrição no comunicado que anuncia o achado recordista que hoje merece destaque na revista Nature. É a maior cobra do mundo
É sul-americana, pesava 1,140 quilogramas e media 13 metros desde o nariz até à ponta da cauda. Viveu na Colômbia há já cerca de 60 milhões de anos. Uma equipa de cientistas recuperou os restos daquela que será a maior cobra que terá existido à face da terra e relata os pormenores do achado na edição da Nature. Os seus descobridores chamaram-lhe Titanoboa cerrejonensis e acreditam que o tamanho animal pré-histórico pode fornecer pistas importantes sobre o clima e a evolução dos ecossistemas.
“O tamanho é surpreendente. Mas a nossa equipa quis dar um passo em frente e questionou: que temperatura a Terra teria de ter para que um corpo deste tamanho conseguisse sobreviver?”, refere David Polly, geólogo da Indiana University Bloomington, num comunicado que anuncia a descoberta. O especialista é o responsável pela estimativa do tamanho do animal, que fez a partir da análise de uma da vértebras do fóssil. David Polly é apenas um dos elementos da vasta equipa de especialistas que se dedicou ao estudo destes monstruosos restos mortais encontrados na mina de carvão de Cerrejon, no norte da Colômbia.
O paleontólogo Jason Head, da University of Toronto-Mississauga e que é o principal autor do artigo publicado na Nature, juntou os dados recolhidos para chegar à conclusão que a temperatura na região onde a cobra viveu há aproximadamente 60 milhões de anos oscilava entre os 30 a 34 graus celsius (86 a 93 Fahrenheit). A estimativa revela um clima tropical mais quente no passado, mais cerca de cinco graus que o máximo verificado actualmente nesta região. “O ponto chave nesta descoberta é funcionar como ponto de partida para reconstruções climáticas muito precisas. Vai ajudar a perceber como os ecossistemas respondem às mudanças climáticas e a entender melhor o que acontece quando as temperaturas aumentam e diminuem. É, obviamente, um conhecimento muito relevante no actual momento de mudanças climáticas”, afirma Head.
“Estes dados desafiam as teses que dizem que a vegetação tropical vivia muito perto de um clima óptimo e tem implicações profundas na compreensão do efeitos que o actual aquecimento global tem nas plantas tropicais”, nota ainda Carols Jaramillo, especialista no Smitihsonian Tropical Research Institute
“Os ecossistemas tropicais na América do Sul eram muito diferentes há 60 milhões de anos”, conclui Jonathan Bloch, paleontólogo da University of Florida e Florida Museum of Natural History, acrescentando: “Era uma floresta tropical, como hoje, mas era ainda mais quente e estes animais de sangue-frio eram todos substancialmente maiores. O resultado foi, entre outras coisas, a maior cobra que o mundo já viu... e, esperamos, a maior que alguma vez verá”. A Titanoboa foi classificada como uma cobra não venenosa, numa categoria onde também se encontram as boas ou as anacondas.
Andrea Cunha Freitas
É sul-americana, pesava 1,140 quilogramas e media 13 metros desde o nariz até à ponta da cauda. Viveu na Colômbia há já cerca de 60 milhões de anos. Uma equipa de cientistas recuperou os restos daquela que será a maior cobra que terá existido à face da terra e relata os pormenores do achado na edição da Nature. Os seus descobridores chamaram-lhe Titanoboa cerrejonensis e acreditam que o tamanho animal pré-histórico pode fornecer pistas importantes sobre o clima e a evolução dos ecossistemas.
“O tamanho é surpreendente. Mas a nossa equipa quis dar um passo em frente e questionou: que temperatura a Terra teria de ter para que um corpo deste tamanho conseguisse sobreviver?”, refere David Polly, geólogo da Indiana University Bloomington, num comunicado que anuncia a descoberta. O especialista é o responsável pela estimativa do tamanho do animal, que fez a partir da análise de uma da vértebras do fóssil. David Polly é apenas um dos elementos da vasta equipa de especialistas que se dedicou ao estudo destes monstruosos restos mortais encontrados na mina de carvão de Cerrejon, no norte da Colômbia.
O paleontólogo Jason Head, da University of Toronto-Mississauga e que é o principal autor do artigo publicado na Nature, juntou os dados recolhidos para chegar à conclusão que a temperatura na região onde a cobra viveu há aproximadamente 60 milhões de anos oscilava entre os 30 a 34 graus celsius (86 a 93 Fahrenheit). A estimativa revela um clima tropical mais quente no passado, mais cerca de cinco graus que o máximo verificado actualmente nesta região. “O ponto chave nesta descoberta é funcionar como ponto de partida para reconstruções climáticas muito precisas. Vai ajudar a perceber como os ecossistemas respondem às mudanças climáticas e a entender melhor o que acontece quando as temperaturas aumentam e diminuem. É, obviamente, um conhecimento muito relevante no actual momento de mudanças climáticas”, afirma Head.
“Estes dados desafiam as teses que dizem que a vegetação tropical vivia muito perto de um clima óptimo e tem implicações profundas na compreensão do efeitos que o actual aquecimento global tem nas plantas tropicais”, nota ainda Carols Jaramillo, especialista no Smitihsonian Tropical Research Institute
“Os ecossistemas tropicais na América do Sul eram muito diferentes há 60 milhões de anos”, conclui Jonathan Bloch, paleontólogo da University of Florida e Florida Museum of Natural History, acrescentando: “Era uma floresta tropical, como hoje, mas era ainda mais quente e estes animais de sangue-frio eram todos substancialmente maiores. O resultado foi, entre outras coisas, a maior cobra que o mundo já viu... e, esperamos, a maior que alguma vez verá”. A Titanoboa foi classificada como uma cobra não venenosa, numa categoria onde também se encontram as boas ou as anacondas.
Andrea Cunha Freitas
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