Páginas

sábado, 11 de julho de 2020

Os antepassados do crocodilo que "corriam como uma avestruz ou um T. Rex"


Equipa de investigadores de China, Austrália e Estados Unidos publicaram trabalho na revista Nature Scientific Reports e concluíram que os antepassados dos crocodilos se deslocavam sobre as duas patas traseiras. Os antepassados do crocodilo que "corriam como uma avestruz ou um T. Rex"

Os antepassados dos crocodilos não caminhavam sobre quatro patas, como os seus primos modernos, mas sim sobre as duas patas traseiras, o que lhes permitia deslocarem-se de uma forma peculiar, semelhante à de alguns dinossauros como o pterossauro, diz um estudo divulgado nesta quinta-feira.

Uma equipa de investigadores de China, Austrália e Estados Unidos analisou as pegadas da era do cretácio inferior, descobertas durante algumas escavações na área de Sacheon Jahye-ri, perto de Sacheon City, na Coreia do Sul, onde foram descobertas antigas espécies de lagartos, aranhas e pequenas aves de rapina de 120 milhões de anos.

As investigações, divulgadas pela revista Nature Scientific Reports, sugerem que essas pegadas pertenciam a um antepassado do crocodilo moderno chamado "Batrachopus grandis". Andava "como um crocodilo numa corda bamba", explica Kyung Soo Kim, da Universidade nacional de Pedagogia de Chinju, na Coreia do Sul.

A forma de andar é "semelhante ao dos dinossauros, mas as pegadas não são de dinossauros", diz o cientista.

Os investigadores inicialmente atribuíram essas pegadas a um antigo pterossauro, dinossauro gigante que andava sobre duas patas para proteger as asas deles.

As pegadas, de 18 a 24 centimetros, foram feitas totalmente por membros traseiros, como evidencia a ausência de pegadas da cauda e as faixas estreitas deixadas atrás. Sugerem um comprimento corporal de até três metros, com pernas do mesma tamanho que as de um humano, segundo Anthony Romilio, paleontologista da Universidade de Queensland, um dos autores do estudo.

A forma das pegadas mostra que Batrachopus crescidos andavam com as patas a afundar os calcanhares no chão, como fazem os humanos, segundo esse estudo, o que destaca a necessidade de reexaminar outras amostras deste período morfologicamente semelhantes.

Segundo a equipa internacional que fez a descoberta, esta deverádesafiar a nossa perceção dos crocodilos. "As pessoas tendem a pensar que os crocodilos são animais que não precisam de muito: limitam-se a ficar o dia inteiro nas matgens do rio Nilo ou junto aos rios na Costa Rica. . Ninguém costuma pensar como seria esta criatura se fosse bípede e pudesse correr como uma avestruz ou um T. Rex", disse à BBC Martin Lockley, professor catedrático da Universidade do Colorado,

https://www.dn.pt/vida-e-futuro/estudo-diz-que-ancestrais-de-crocodilos-andavam-sobre-duas-patas-12304840.html

Parque Nacional da Peneda-Gerês com novas melhorias e reforço de meios humanos


Esta sexta-feira, 10 de julho, vai realizar-se a “Sessão de apresentação dos novos investimentos e reforço de meios humanos no Parque Nacional Peneda-Gerês”, que conta com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, e do Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.

No evento será assinado o memorando de entendimento entre os cinco municípios integrantes deste território – Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro, com vista à adesão ao modelo de cogestão do parque nacional.

Serão também assinados protocolos referentes ao “Projeto de Melhoria das condições de visitação nos cinco municípios do Parque Nacional da Peneda-Gerês”, entre as cinco autarquias, o Fundo Ambiental, e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Na mesma ocasião, ocorre a formalização da contratação dos 50 elementos do Corpo Nacional de Agentes Florestais, para proteção desta área.

O Parque tem em vista onze projetos de Plano-Piloto, que contam com um investimento de 8,4 milhões de euros. No âmbito do Projeto 4, Ordenamento e Sustentabilidade da Zona de Proteção Total da Mata de Albergaria, vai ser inaugurada a intervenção da Beneficiação do Caminho Florestal entre Leonte e a Portela do Homem, apoiada pelo Fundo Ambiental, com o valor de 533 mil euros.

https://greensavers.sapo.pt/parque-nacional-da-peneda-geres-com-mais-melhorias-e-reforco-de-meios-humanos/

Serra da Estrela confirmada como Geopark Mundial da UNESCO


A candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO foi entregue em novembro de 2017, foi aprovada pelo Conselho Mundial de Geoparks em setembro de 2019 e hoje foi ratificada por aquele organismo numa reunião do Conselho Executivo.

A UNESCO refere numa nota publicada na sua página na internet que aprovou a designação de 15 novos Geoparques Globais na Europa, Ásia e América Latina, o que eleva a Rede Global de Geoparques “para 161 em 44 países”.

Para além do Geopark Estrela, a UNESCO também designou os Geoparks Cliffs of Fundi e Discovery (Canadá), Xiangxi e Zhangye (China), Lauhanvuori-Hämeenkangas (Finlândia), Toba Caldera (Indonésia), Rio Coco (Nicarágua), Hantangang (República da Coreia), Yangan-Tau (Rússia), Djerdap (Sérvia), Granada e Maestrazgo (Espanha), The Black Country (Reino Unido), Dak Nong (Vietname) e Kula-Salihli (Turquia).

Em Portugal, o Geopark Estrela vem juntar-se ao Açores UNESCO Global Geopark, ao Arouca UNESCO Global Geopark, ao Naturtejo da Meseta Meridional UNESCO Global Geopark e ao Terras de Cavaleiros UNESCO Global Geopark.

O coordenador executivo da Associação Geopark Estrela, Emanuel de Castro, referiu à agência Lusa que a oficialização da classificação da Serra da Estrela como Geopark Mundial “é o culminar de um longo processo de valorização, conservação e promoção do património da Estrela e dos nove municípios que integram este novo Geopark Mundial da UNESCO, reconhecendo o valor intrínseco da sua geologia e da estratégia de desenvolvimento territorial implementada pela Associação Geopark Estrela”.

“A classificação agora formalizada, cuja candidatura já havia sido aprovada pelo Conselho Mundial de Geopark em setembro de 2019, constitui um marco histórico para o território da Serra da Estrela. Este é o reconhecimento internacional que esta Montanha tanto merecia e que coloca a Estrela num patamar de relevância global”, sublinha.

Segundo o responsável, “mais do que os 124 locais de interesse geológico inventariado e aprovados pela UNESCO, esta é uma classificação que distingue a identidade, a unicidade e o caráter único deste território, fomentando uma verdadeira estratégia de desenvolvimento, assente nos valores geológicos, geomorfológicos e paisagísticos desta que é a montanha mais elevada de Portugal Continental”.

“Mas este é também o reconhecimento de um trabalho que tem sido desenvolvido nas áreas da ciência, da educação, da geoconservação, do turismo, da sustentabilidade e da comunicação, em prol do território e das suas comunidades, afirmando a Estrela com um espaço de sustentabilidade e de resiliência. Esta classificação vem, por isso, dar maior valor acrescentado a todo este trabalho e uma enorme responsabilidade para todos”, refere.

A oficialização do Geopark constitui também “uma das maiores estratégias deste século para a Serra da Estrela e para os mais de 150 mil habitantes” do território.

“Nos próximos quatro anos muito há para fazer, no reforço do conhecimento científico, na promoção da educação, na valorização turística, na geoconservação e na sua sustentabilidade e na forma como este território passa a ser comunicado e se posiciona no plano nacional e internacional”, sublinha.

Emanuel de Castro refere, ainda, que, a partir de hoje, municípios, instituições de ensino, centros de investigação, empresas e cidadãos “têm uma ferramenta de desenvolvimento e de reforço do seu sentido de pertença”.

https://greensavers.sapo.pt/serra-da-estrela-confirmada-como-geopark-mundial-da-unesco/

Brasil apresenta fóssil de dinossauro desconhecido


Um fóssil de cerca de 115 milhões de anos encontrado no Nordeste do Brasil e pertencente a uma espécie de dinossauro até então desconhecida foi apresentado esta sexta-feira por cientistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

É o Aratasaurus museunacionali, uma nova espécie de terópodes de tamanho médio, que com 3,12 metros de altura, que podia pesar até 34,25 quilos, mas que, sendo jovem, pode crescer ainda mais até atingir a idade adulta.

O fóssil foi encontrado em 2008 em uma região geológica do Nordeste do Ceará, e os resultados de investigações realizadas por cientistas da Universidade Federal de Pernambuco, do Museu Nacional do Rio de Janeiro e Universidade Regional do Cariri, que foram publicados agora.

A investigação apontou que o novo fóssil ajudará a entender a história evolutiva dos terópodes, que compõem o grupo de dinossauros carnívoros cujos representantes actuais são aves.

A descoberta do Aratasaurus museunacionali – em homenagem ao Museu Nacional, a mais antiga instituição científica do Brasil – é um sinal de que outros tipos de dinossauros carnívoros habitavam a região do país há milhões de anos.

Segundo Juliana Sayão, paleontóloga da Universidade Federal de Pernambuco e uma das cientistas que participaram da investigação, como o fóssil é único, contém todas as informações sobre essa espécie.

“No Theropoda, descobrimos que o Aratasaurus faz parte de um grupo chamado Coelurosauria, que inclui tanto o dinossauro brasileiro encontrado na mesma região chamado Santanaraptor, quanto o famoso tiranossauro, velociraptores e até as aves de hoje”, explicou a paleontóloga brasileira, citada em comunicado.

Após ter sido descoberto numa mina de gesso em 2008, o fóssil de Aratasaurus foi transferido para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, no Ceará, e depois enviado ao Centro Académico de Vitória, da Universidade Federal de Pernambuco, para ser preparado e estudado.

Esse processo foi lento porque a preparação envolveu a remoção da rocha que circundava o fóssil, que estava em condições frágeis, o que tornou o trabalho complexo.

Entre 2008 e 2016, foram realizadas análises microscópicas dos seus tecidos usando pequenas amostras dos ossos, bem como um scanner, com ao qual foi obtida uma quantidade maior de informações que permitiu uma reconstrução da aparência de como era o animal em vida.

Em 2016, o fóssil foi levado ao Museu Nacional do Rio de Janeiro e, apesar do trágico incêndio de 2018 que destruiu parte da instituição, a área onde o fóssil estava guardado não foi afectada pelas chamas.

https://www.publico.pt/2020/07/10/ciencia/noticia/brasil-apresenta-fossil-dinossauro-desconhecido-1924028