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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Powerpoint - Plantas Medicinais


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Powerpoint - Fauna Auxiliar


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Powerpoint - Tratamento de Animais


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Powerpoint - Morfologia das Plantas


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Powerpoint - Jardins do Mundo


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Powerpoint - Frutas em Flor

Powerpoint sobre Acompanhamento Ambiental de Obras


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Powerpoint sobre Cartografia - Distâncias e Declives


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Powerpoint sobre a poluição por Mercúrio


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Powerpoint sobre a Reciclagem


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Powerpoint sobre Reciclagem


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Powerpoint sobre Gestão Ambiental


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Powerpoint sobre Produtos Preservantes de Madeira


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sábado, 29 de dezembro de 2018

Powerpoint sobre Árvores Magníficas


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Powerpoint - Lavanda


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Powerpoint - Diversidade das Plantas - Morfologia da Plantas com Flor


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Powerpoint - Morfologia da Abelha


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Powerpoint - Constituição da Flor


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Powerpoint - Partes de uma planta


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Powerpoint sobre Gestão Ambiental Empresarial


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Powerpoint sobre Auditoria Ambiental


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Powerpoint sobre a Globalização e a Regionalização dos Mercados


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Powerpoint sobre as Características Ecológicas dos Ambientes Aquáticos


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Powerpoint sobre Consumo Sustentável


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Carta Escrita no Ano 2070


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Powerpoint sobre o Ozono


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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Powerpoint - Áreas Protegidas de Âmbito Nacional


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Plano de Trabalho - Atividade "A vida selvagem por cá"


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Vídeo - Áreas Protegidas

O tema central dete episódio do programa Biosfera são as áreas protegidas. Veja também uma reportagem sobre os efeitos da radiação electromagnética na saúde. Pode ainda conhecer melhor o bisonte-europeu.

Autoria - Farol de Ideias. Programa emitido pela RTP
tempo:24min47s
língua: português

Powerpoint sobre um Sistema de Gestão Ambiental


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Powerpoint - Planeta Terra


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Powerpoint - Ambiente e Sociedade Ambiente e desenvolvimento sustentável - Alterações do ambiente global


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Powerpoint sobre a Reciclagem


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Powerpoint sobre o Efeito de Estufa


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Powerpoint sobre a poluição atmosférica


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Fotografia - Macro

Resumo - Vários tipos de energia


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Powerpoint - Ecossistemas - Factores Abióticos





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Powerpoint - Dinâmica dos Ecossistemas


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Resumo - O que é um Ecossistema?


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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Dispersão e Filopatria - estratégias para a distribuição de aves e mamíferos

Os etólogos repararam numa curiosa tendência: chegada a altura de abandonar o local onde nasceram, entre as aves geralmente dispersam-se as fêmeas, mas nos mamíferos são mais frequentemente os machos que abandonam o território natal.

Muitos animais vivem em comunidade, formando grupos sociais, compostos por elementos da mesma espécie: bandos, alcateias, cardumes, etc. Há também animais que vivem isolados. Mas até estes têm necessidade de se juntar para se reproduzirem, nem que seja apenas no acto do acasalamento. Além disso, mães e crias formam grupos, mais ou menos temporários, conforme as espécies. A fêmea de Urso-pardo passa cerca de três anos com a cria. Por outro lado, algumas espécies de aves são nidífugas, isto é, assim que nascem abandonam o ninho, o que não quer dizer que os pais, ou pelo menos um deles, não acompanhem a prole. No fundo, todos os animais têm a necessidade de, pelo menos em algum momento, partilhar o espaço com outros animais da mesma espécie.

Qualquer grupo obedece a regras internas, normalmente definidoras de hierarquia social, mantendo assim o equilíbrio dos laços existentes. São inúmeros os comportamentos sociais das diversas espécies que os etólogos tentam registar e compreender. O facto de os animais poderem viver isolados ou em comunidade, poderá estar ligado a factores derivados da pressão competitiva: em grupo aumenta a pressão por alimento, por parceiro sexual ou pelo local de reprodução. O risco de contágio por doença aumenta também, além de que vários animais juntos são mais facilmente detectáveis pelos predadores, do que quando se encontram isolados. Mas viver em comunidade também aumenta o número de olhos, narizes e orelhas alerta para o perigo. Entre os predadores, a cooperação conjunta torna mais fácil a caçada, além de poder proporcionar a captura de presas muito maiores do que seria possível obter isoladamente. Existem também casos de cooperação na criação da prole, com as evidentes vantagens de tal facto.

Os jovens adultos, dependendo de vários factores, podem ficar no grupo familiar ou partir para formarem a sua própria família ou para viverem isoladamente. O habitat, a distribuição de alimento, o sistema de acasalamento e os riscos de endogamia, parecem determinar, em grande medida, o nível de dispersão dos jovens animais em relação ao seu local de nascimento. Dependendo da espécie, os factores que mais influenciam a dispersão variam, e dentro de cada espécie, pode também haver diferentes formas de dispersão.

Quando os jovens ficam na sua área natal, partilhando o território com os progenitores, falamos em filopatria natal. Esta estratégia tem vantagens e custos. O grau de parentesco entre os elementos do grupo aumento o risco de endogamia, com a consequente redução de variabilidade genética, o que é uma evidente desvantagem evolutiva. No entanto, a consanguinidade pode favorecer a “selecção” de genes que determinem uma boa adaptação a um determinado habitat.

Entre outros custos da vida em grupo, podemos referir o aumento da densidade populacional, que fará subir a competição por recursos e parceiros sexuais, bem como por abrigos ou locais de reprodução.

Segundo algumas teorias sociobiológicas, porém, a vida em sociedade leva à redução da agressividade entre os membros e ao aumento dos comportamentos altruístas. Outra vantagem da vida social dos animais é a de um melhor conhecimento do local onde o grupo habita.

A dispersão tem, também, custos e benefícios. Se, por um lado, evitam assim a consanguinidade, por outro, dispendem muita energia deambulando à procura de novos territórios, além de que não conhecem as novas áreas para onde se deslocam. Podem ainda encontrar muita resistência e agressividade por parte de indivíduos que habitem territórios por onde passem ou para onde se desloquem.

Portanto, a dispersão e a filopatria têm, cada qual, os seus custos e benefícios. Uma solução de compromisso, que adoptasse comportamentos de dispersão e de filopatria poderia ser uma boa estratégia. Foi o que fizeram muitas espécies, especialmente entre as aves e os mamíferos. Em geral, dá-se uma diferenciação por sexos: enquanto os elementos de um dos sexos ficam no local de nascimento, os do outro sexo partem. Assim, evitam os problemas de endogamia, e os membros que permancem, desfrutam das vantagens da filopatria.

Curiosamente, parece haver uma tendência para que, nas aves, se dispersem as fêmeas, enquanto nos mamíferos são os machos que maioritariamente se dispersam. Alguns etólogos têm tentado explicar esta tendência que, reafirme-se, é uma tendência, com excepções.

Um dos etólogos que se debruçou sobre o assunto, Paul Greenwood, publicou um artigo em 1980, onde explana duas hipóteses para explicar o comportamento de aves e mamíferos quanto à dispersão. Começando por admitir que uma separação comportamental entre sexos, um deles ficando no local onde nasceu o outro partindo para novas paragens, traria evidentes vantagens para a espécie, e acrescenta uma explicação para as diferenças entre aves e mamíferos. Essa diferença, segundo Greenwood, baseia-se no modo diverso como os machos de aves e de mamíferos competem por parceiras. Os mamíferos são maioritariamente poligínicos, isto é, cada macho defende um grupo de fêmeas, competindo com outros machos pelas parceiras. Os machos jovens e os subordinados, impedidos de chegar às fêmeas, aumentam as suas possibilidades de acasalamento quando se dispersam. As fêmeas, normalmente, vivem em grupos matralineares (compostos por mães, filhas e netas), beneficiando das vantagens daí decorrentes. Assim, os machos são “forçados” a dispersarem-se para evitar os problemas de uma elevada taxa de consanguinidade.

Por outro lado, as aves são maioritariamente monogâmicas. Os machos, em vez de competirem directamente pelas fêmeas, competem por locais com bons recursos (em alimentação e em locais de nidificação), locais esses que atrairão as potenciais companheiras. O conhecimento do local será, então, mais importante para os machos do que para as fêmeas. Estas, dispersando-se evitam os problemas genéticos da endogamia e escolhem os territórios com melhores recursos.

Mas estas hipóteses, funcionando bem na generalidade, têm muitas excepções, como no caso dos mamíferos territoriais, em que seria de esperar que se verificasse a hipótese dos machos teritoriais das aves, e que ocorresse a dispersão das fêmeas. Tal não acontece na maioria dos casos.

Surgiram então mais hipóteses para explicar as diferenças entre sexos na dispersão. Primeiro, em 1989, em relação aos mamíferos, por Clutton-Brock, e depois expandido às aves, por Wolff e Plissner, em 1998. Em ambos os casos, os autores partem do princípio de que a filopatria é preferencial à dispersão. E que o primeiro sexo a ter oportunidade de se reproduzir será o que escolherá ficar no território, enquanto o outro sexo irá dispersar-se. Uma vez que as fêmeas dos mamíferos amamentam e cuidam das suas crias, os machos, geralmente, não apresentam cuidados parentais. Daqui resulta que os machos estão livres para vaguear para longe. Quando a sua descendência feminina alcança a idade de reprodução, muito provavelmente, o pai não estará presente, permitindo às filhas não terem de se ausentar para evitar a consanguinidade. Se o macho reprodutor estiver presente quando as suas filhas atingem a idade reprodutora, são estas que se dispersam.

Uma outra hipótese, sustentada por Stephen Dobson em 1982, afirma que nos mamíferos poligínicos, a competição por parceiros sexuais é maior nos machos do que nas fêmeas, daí serem os machos a dispersarem-se. Por outro lado, nos mamíferos monogâmicos, os níveis de competição por parceiros sexuais serão mais equivalentes, pelo que a dispersão entre sexos tenderá a efectuar-se em proporções equivalentes. Os dados parecem corroborar esta hipótese. Mas também aqui existem lacunas: como explicar, então, por exemplo, o comportamento das fêmeas nas espécies de aves monogâmicas, em que, maioritariamente, são estas a dispersar-se?

Em 1985, surge uma terceira hipótese, desenvolvida por Olof Liberg e Torbjörn von Schantz, apelidada de Hipótese de Édipo. Aqui, os autores colocam a enfase nos reprodutores e não nos jovens adultos, como o fizeram os anteriores autores. Segundo esta nova hipótese, são os pais que expulsam os jovens do território, forçando-os a dispersarem-se, e não estes que tomam a iniciativa de o fazerem. Para Liberg e von Schantz as diferenças na dispersão entre sexos, tanto nas aves como nos mamíferos, reduz a competição em termos reprodutivos entre pais e filhos. Assumem que para a descendência, na maioria dos casos, seria preferível ficar. Mas os pais ocupam uma posição hierárquica superior, e são estes que “decidem” da partida ou não dos filhos, e de qual dos sexos. E se os progenitores beneficiarem com a permanência dos filhos, mas não houver recursos suficientes para tamanha prole, poderão determinar a expulsão de alguns membros, até que o número de efectivos se “encaixe” nos recursos existentes.

Assim, o sistema reprodutivo de aves e mamíferos está intimamente ligado com o tipo de competição entre os progenitores e as descendências masculina e feminina. Genericamente, nas espécies com um sistema de reprodução poligâmico ou promíscuo, a descendência masculina, se ficar em casa, tenderá a competir com o pai por fêmeas, enquanto a descendência feminina não é uma ameaça para nenhum dos progenitores. Já nos sistemas monogâmicos, seria de esperar que nem filhos nem filhas competissem com qualquer dos pais, precisamente porque estes são monogâmicos. Mas, como já vimos, as fêmeas das aves têm tendência à dispersão, o quer dizer: são expulsas pelos pais, enquanto as fêmeas dos mamíferos são toleradas. Porquê? Pelos seus diferentes modos de reprodução: postura versus gestação e nascimento. Nas aves, uma filha a quem seja permitida a permanencia junto dos pais, poderá enganar os pais colocando ovos no ninho da família, deixando assim os custos da nidificação para aqueles. Quanto às filhas dos mamíferos, estas não têm como esconder a gravidez e o nascimento aos pais, pelo que não os poderão enganar e, então, os pais nada têm a temer, em termos de competição reprodutiva com as filhas.

Deste modo, segundo a Hipótese de Édipo temos quatro possibilidades: (1) nas aves monogâmicas, os progenitores expulsam as filhas, porque estas, apesar de não enganarem os pais quanto a cópulas, porque estes são monogâmicos, podem, no entanto, pôr os seus próprios ovos no ninho familiar, enganando ambos os pais. Os filhos, como não podem enganar os pais, são tolerados. (2) Nas aves poligínicas ou promíscuas, ambos os sexos da descendência são forçados a abandonar a área natal, porque ambos podem trair os progenitores. (3) Nos mamíferos monogâmicos, nem machos nem fêmeas descendentes podem enganar os progenitores, pelo que ambos os sexos tendem a ser tolerados no território dos pais. (4) Nos mamíferos poligâmicos ou promíscuos, a descendência masculina é expulsa porque poderão enganar o pai, acasalando com uma das fêmeas. As filhas, como não podem enganar os progenitores tendem a ficar em casa. A Hipótese de Édipo explica muitas contradições das outras hipóteses; no entanto, também tem a sua falha: não explica o facto de alguns descendentes abandonarem “de livre vontade” a área natal, o que se poderá ficar a dever à procura de melhores recursos ou para evitar a endogamia.

Como sempre, a Natureza é equilibrada mas complexa. Nenhuma hipótese explica, por si só, todas as situações que podemos encontrar quando procuramos entender as diferenças entre sexos, em aves e mamíferos, quanto à dispersão ou à filopatria. Portanto, tendo em conta o papel que jogam tanto progenitores como descendência, e as variações que poderão ocorrer de acordo com a espécie, o sexo ou o indivíduo, devemos atender a que os animais, aves e mamíferos, se tenderão a dispersar, ou não, de acordo com a satisfação de três factores básicos: a redução da competição por recursos, a redução da endogâmia e a redução da conflitualidade entre progenitores e descendência.

Eduardo Barrento

Estudo prevê extinção de cerca de 900 espécies de aves até 2100

Entre 600 a 900 espécies de aves, especialmente as tropicais como os colibris, poderão extinguir-se até 2100 se as temperaturas médias do planeta aumentarem 3.5ºC, prevê um estudo científico publicado na revista Biological Conservation Journal.

O estudo, coordenado por Cagan Sekercioglu – biólogo na Universidade do Utah – concluiu que as aves mais afectadas serão aquelas que vivem em zonas montanhosas tropicais, nas florestas perto da costa, aquelas que já ocupam um território muito limitado e as que não têm acesso a territórios com altitudes mais elevadas.

"Em aguns modelos, a perda de habitat pode aumentar as extinções causadas pelas alterações climáticas em 50%", escrevem os autores no artigo.

Os investigadores estimam que 89% das extinções vão acontecer nos trópicos.

“A percepção das pessoas é que a maioria das aves é migradora e que, por isso, as alterações climáticas não são um problema. Mas a verdade é que a maioria das espécies do planeta são extremamente sedentárias”, disse Sekercioglu, citado pela BBC.

Para sobreviver a temperaturas mais elevadas, as aves terão de se adaptar fisiologicamente e escapar para zonas de floresta húmida mais elevadas. Estas vão recuando para o cimo das montanhas, onde têm de competir com povoações humanas, notou o investigador.

“As espécies que vivem na zona costeira também são muito vulneráveis. As florestas costeiras são muito sensíveis à salinidade e podem ser muito afectadas por tempestades, eventos que se prevê aumentarem de intensidade e frequência”, acrescentou Sekercioglu.

“Já sabemos que muitas espécies de aves tropicais não são muito boas a dispersar para outros territórios. Por isso, este será um grande problema no futuro se os climas adequados para elas se deslocarem centenas de quilómetros. Algumas aves não serão capazes de mudar os seus territórios suficientemente rápido”, notou Mike Crosby, da federação Birdlife International para a Ásia.

Os autores do estudo acreditam que "as áreas protegidas serão mais importantes do que nunca, mas devem ser desenhadas tendo em consideração as alterações climáticas". Ainda assim, salientam, no espaço de um século, 92% das áreas protegidas actuais correm o risco de se tornarem climaticamente desadequadas. Na Europa também.

Num artigo publicado em Abril de 2011 na revista Ecology Letters, o investigador Miguel Araújo – da Universidade de Évora e do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid e um dos autores do estudo – salientou que no final do século, se os modelos climáticos se vierem a verificar, mais de metade das espécies que ocorrem nas áreas protegidas europeias encontrar-se-ão numa situação de stress climático. De acordo com o especialista, entre as espécies mais vulneráveis às alterações do clima estão “as espécies tolerantes a ambientes frios” e as “menos tolerantes a períodos de seca prolongada, as espécies de mobilidade reduzida, espécies especialistas no uso de determinados recursos ecológicos ou muito dependente de interacções com outras espécies, espécies com baixa fertilidade”.

Para Sekercioglu, vai tornar-se claro que as novas áreas protegidas do planeta terão de ser definidas “tendo em conta territórios com maior altitude e deixando mais espaço para as espécies ameaçadas se moverem para maiores altitudes”.

“Temos de nos preparar para começar a medir as temperaturas, a precipitação e monitorizar o que se passa com os animais nas áreas protegidas, para que consigamos dar uma resposta adequada”, comentou Crosby.

Lontras Mariza e Ronaldo foram pais de três crias

Após um namoro de quase cinco anos, as lontras "Mariza" e "Cristiano Ronaldo", do Fluviário de Mora, tiveram três crias, aumentando para cinco o número de exemplares desta espécie de lontras-de-garras-pequenas em exposição no fluviário.

As crias nasceram no início de Dezembro e ainda não têm nome. Para já ainda não saíram do ninho mas quando crescerem poderão usufruir do lontrário, ainda em construção e integrado nas obras de ampliação do Fluviário de Mora.

O casal, que recebeu os nomes da fadista e do futebolista - à semelhança das lontras Amália e Eusébio (que entretanto já morreu), do Oceanário de Lisboa - vive actualmente num tanque, que será transformado num aquário para peixes de grande porte, explica o Fluviário em comunicado.

Com mais de 500 peixes de 55 espécies diferentes de todo o mundo em habitats naturais, aquáticos e terrestres, num percurso entre a nascente e a foz de um rio, o Fluviário de Mora já recebeu desde Março 2007 mais de 660 mil visitantes.

Encontrado gene que protege rãs de fungo devastador

É mais um ponto para a variabilidade da natureza, um grupo de cientistas encontrou numa espécie de rã o gene que protege contra o fungo que tem sido o terror dos anfíbios pelo mundo fora. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences.

Há mais de três décadas que os cientistas identificaram que um inimigo novo andava a matar os anfíbios, principalmente sapos e rãs. Mas só na década de 1990 é que se descobriu a causa da quitridiomicose: o fungo Batrachochytrium dendrobatidis.

Desde aí, os cientistas têm tentado encontrar uma resposta para a doença que já matou várias espécies, dizimou populações de um grupo que já tem ameaças que chegue como as alterações climáticas ou a diminuição de habitat.

Anna Savage e Kelly Zamudio, ambos da Universidade de Cornell, no estado de Nova Iorque, deram um passo em frente ao descobrirem um gene que está a salvar certos indivíduos de uma espécie de rãs.

Os investigadores trabalham com um tipo de rãs leopardo, a espécie Lithobates yavapaiensis . E recolheram indivíduos de cinco populações diferentes. No laboratório infectaram estes indivíduos com o fungo. As rãs de três das cinco populações morreram todas, mas alguns indivíduos das outras duas populações sobreviveram.

Através de estudos genéticos, perceberam que as rãs sobreviventes tinham uma variação num dos genes que pertence ao Complexo Maior de Histocompatibilidade. Esta região, que vários grupos de animais partilham, incluindo os mamíferos, tem uma grande importância para o sistema imunitário, porque ajuda os glóbulos brancos a identificar corpos estranhos no corpo provocando uma resposta imunitária e combatendo as infecções.

Os investigadores chamaram de Q ao novo alelo que encontraram – chama-se alelo a cada variante de um dado gene que se encontra na natureza. “Examinámos o ADN onde estava o alelo Q, e descobrimos que tinha existido uma mudança recente”, disse Savage citada pela ABC News. “Esta mudança no ADN dá-nos provas que as rãs podem estar a adaptar-se à quitridiomicose ao evoluírem novas variantes dos genes que combatem melhor [a doença].”

É provável que estas duas populações já tenham sido expostas ao fungo desde a década de 1970 e por isso, ao longo das últimas décadas, tenha havido uma selecção natural muito intensiva. Estes indivíduos conseguem debelar os fungos, uma situação diferente de outros indivíduos de outras espécies que podem ter o fungo, mas não apresentam sintomas da doença.

Esta é a primeira prova que existe pelo menos um potencial para estes animais ultrapassarem a doença com a sua própria genética. Mas os cientistas defendem projectos de conservação para os anfíbios mais susceptíveis a esta doença, que não parecem estar a reagir à epidemia.

Investigador da Carolina do Sul desenvolve carne em laboratório

Um cientista norte-americano pensa ter descoberto a fórmula para fazer frente à futura crise alimentar, através de uma forma de desenvolver carne em laboratório.

Vladimir Moronov, biólogo e director do Centro Avançado de Bio-fabricação de Tecido (Advanced Tissue Biofabrication Center), do departamento de Medicina Regenerativa e Biologia Celular da Universidade Médica da Carolina do Sul, trabalha com o intuito de criar carne há já uma década, no seu pequeno laboratório.
Inicialmente, Monorov dedicou-se à criação de tecidos, cuja aplicação seria para órgãos humanos. O crescimento de "in vitro" ou a engenharia do tecido através de cultura de células, também já está a ser desenvolvida na Holanda. Até agora, o grande problema com que se tem deparado tem sido a falta de financiamento.

A medida poderá repudiar muita gente; contudo, o cientista defende que já existe uma série de produtos de consumo regular, considerados naturais, produzidos de forma similar – os iogurtes, a cerveja e o vinho são apenas alguns.

Monorov prevê futuros edifícios do tamanho de um campo de futebol preenchidos com grandes bioreactores, ou então do tamanho de uma máquina de café em mercearias, a que lhe chama “charlem” – "Charleston engineered meat" (Engenharia da carne de Charleston). Será uma forma funcional, natural de desenhar comida.

A carne será geneticamente criada por encomenda – com um pouco de gordura, com o sabor do porco ou vitela, por exemplo. O investigador acredita que poderá ser, num futuro próximo, desenvolvida sem genes. Entretanto, alimentos geneticamente modificados já começam a ser práticos comuns.

Biólogos de Aveiro descobriram 30 novas espécies no oceano profundo

Um coral cor-de-rosa, um pequeno lagostim, 20 crustáceos, quatro bivalves e várias minhocas são algumas das novas espécies encontradas por uma equipa da Universidade de Aveiro junto aos vulcões de lama no oceano profundo, no âmbito de um projecto europeu.

Os navios oceanográficos do projecto Hermione, no qual participam 39 instituições europeias, estão desde 2009 a estudar os ecossistemas marinhos profundos da margem continental europeia. Os investigadores portugueses participaram em cerca de 20 campanhas no Golfo de Cádis, costa portuguesa, Mediterrâneo e Atlântico. Durante períodos de duas a quatro semanas - e graças à detecção por sonar, submarinos tripulados e veículos de operação remota - foram recolhidas amostras que permitiram identificar mil espécies num ecossistema único e ainda pouco conhecido: os vulcões de lama.

“Estão previstas para este ano três campanhas oceanográficas, uma das quais ao Golfo da Biscaia, no final da Primavera”, disse Marina Cunha, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

“Neste momento estamos a estudar a colecção de amostras que recolhemos”, explicou, acrescentando que já foram descritas 30 novas espécies e ainda restam por descrever 15 por cento das mil espécies recolhidas.

Entre as novidades está o coral cor-de-rosa Corallium sp.nov. (espécie ainda não descrita), formando “maciços muito exuberantes”, encontrado a cerca de dois mil metros de profundidade em volta do vulcão de lama Carlos Ribeiro.

O pequeno lagostim branco Vulcanocalliax arutyunovi e as minhocas Spirobrachia tripeira e Bobmarleya gadensis estão na lista das descobertas, juntamente com os 20 pequenos crustáceos “que passam muito desapercebidos”.

Os investigadores já esperavam surpresas. “O mar profundo ainda é pouco estudado e os vulcões de lama são uma área científica relativamente recente”, justificou a Marina Cunha. Estes ecossistemas – “zonas de erupção de sedimentos finos, ou lama, ricos em compostos como o metano e outros hidrocarbonetos, que são trazidos de profundidades muito elevadas” – no Golfo de Cádis entre os dois mil e os quatro mil metros de profundidade, por exemplo, só são conhecidos desde o final dos anos 90 do século passado. “O isolamento destes vulcões nas margens dos continentes propicia a evolução de espécies diferentes”, acrescentou.

Um dos mistérios por resolver é a ligação entre estes vulcões de lama, muitas vezes separados por milhares de quilómetros. “Em 2008 encontrámos organismos da mesma espécie no Golfo de Cádiz e ao largo de Angola e do outro lado do Atlântico. Quais foram os mecanismos de transporte? Como conseguem passar de uns ‘oásis’ de vida para os outros?”, questionou Marina Cunha.

Para a investigadora, estas missões têm “um interesse muito grande. Com o alargamento da Zona Económica Exclusiva, temos o dever de conhecer e proteger estes ecossistemas. E ainda se conhece muito pouco”.

Os resultados obtidos na exploração científica das profundezas dos oceanos, financiada pela Comissão Europeia, serão aplicados na definição de estratégias para uma gestão sustentada dos recursos marítimos.

ADN do tulipeiro está praticamente congelado no tempo



O tulipeiro é uma árvore enorme com flores grandes que vive nos Estados Unidos. Foi das primeiras plantas com flores, chamadas angiospérmicas. Agora, uma equipa de cientistas analisou o ADN das mitocôndrias e verificou que o ritmo de mutação deste material genético é extremamente vagaroso – 2000 vezes mais lento do que o do humano. Esta árvore leva-nos numa viagem até o início da evolução deste grupo de plantas, refere um artigo publicado nesta semana na revista de acesso livre BMC Biology.

O surgimento das flores foi a última grande revolução na história evolutiva das plantas. O antepassado das angiospérmicas terá aparecido há mais de 200 milhões de anos. O registo fóssil mostra que as plantas com flor espalharam-se por todo o mundo durante o período Cretácico, entre os 145 e os 65 milhões de anos, suplantando as florestas de coníferas, feitas de árvores como os pinheiros.

O Liriodendron tulipifera, o nome científico do tulipeiro-da-virgínia, ou árvore-do-ponto ou simplesmente tulipeiro, pode atingir mais de 50 metros de altura. O seu habitat natural é no Leste e Centro dos Estados Unidos.

Existe um parente próximo, do mesmo género, no Centro e no Sul da China. Há registos fósseis do género Liriodendron também na Europa, mas as glaciações causaram a sua extinção. Em Portugal, o Liriodendron tulipifera pode ser observado no Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Tal como a magnólia, o tulipeiro é uma árvore que se estabeleceu numa altura muito inicial da dispersão das angiospérmicas. Na investigação, de uma equipa de cientistas da Universidade do Indiana e do Arkansas, nos Estados Unidos, sequenciou-se o ADN das mitocôndrias para o caracterizar e avaliar a rapidez com que esta espécie está a evoluir.

As mitocôndrias, organelos que existem nas células das plantas, animais, fungos, são as baterias das células, convertendo açúcar em energia. Mas têm um ADN próprio, tal como o núcleo das células.

Os resultados da equipa mostram um ADN mitocondrial extremamente conservado no tempo, que pouco mudou desde a altura dos dinossauros. Os investigadores observaram as mutações silenciosas, aquelas que não causam problemas no funcionamento dos genes, e descobriram que, comparadas com as mutações nos humanos, no tulipeiro acontecem 2000 vezes mais devagar. Isto significa que a quantidade de alterações genéticas ocorridas numa única geração de Homo sapiens demora, no tulipeiro, qualquer coisa como 50.000 anos.

A sequenciação do ADN revelou muitos genes ancestrais que desapareceram na grande maioria das plantas com flor. “Com base nisto, parece que o genoma tem estado mais ou menos congelado durante milhões e milhões de anos”, explica Jeffrey Palmer, um dos autores do artigo, da Universidade do Indiana.

Num artigo de opinião sobre o estudo, Ian Small, da Universidade da Austrália Ocidental, defende que este estudo permite viajar no tempo, recuando mais de 200 milhões de anos, quando as angiospérmicas surgiram. “O genoma ‘fossilizado’ dá-nos algumas pistas importantes sobre como seriam as mitocôndrias quando as plantas com flor apareceram.”

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Mucosa do Intestino Delgado

Espermatozóides tentando fertilizar o óvulo

Óvulo fertilizado com alguns espermatozóides remanescentes

Embrião humano de seis dias alojando-se na parede do ventre

Macro Fotografias de Insectos

Macro Fotografias de Insectos

Espécie desconhecida

Autor Filipe Caetano

Macro Fotografias de Insectos

Macro Fotografias de Insectos

sábado, 15 de dezembro de 2018

Macro Phiale sp (provável P. crocea)

Autor Thiago G. Carvalho

Macro - Néctar de Limão

Autor(a
Autor Mário Pereira

Lyssomanes sp (macho adulto)

Autor Thiago G. Carvalho

Macro Fotografias de Insectos

Corythalia sp?

Autor Thiago G. Carvalho

Macro Fotografias

Macro Fotografias

Macro Fotografias

Macrofotografias

Macrofotografias

sábado, 1 de dezembro de 2018

Botânicos reúnem numa lista todas as espécies de plantas conhecidas

Legumes, musgos, rosas e mesmo as ervas mais simples fazem parte da lista mais completa de sempre das plantas conhecidas para a ciência. A base de dados, com mais de um milhão de nomes, está terminada, revelaram hoje os jardins botânicos de Kew e do Missouri, instituições de referência mundial em biologia vegetal.


A Lista das Plantas, que será actualizada, inclui 1,25 milhões de nomes científicos de plantas. Destes, cerca de 300 mil são nomes já aceites e 480 mil são sinónimos. Para os restantes 260 mil nomes ainda não há certezas suficientes e há que investigar mais.

“Todos os nomes válidos publicados para as plantas, ao nível das espécies, foram incluídos na Lista das Plantas. A maioria são sinónimos e nenhum nome foi apagado”, disse Peter H. Raven, director do Jardim Botânico do Missouri, em comunicado.

Stephen Hopper, director dos Jardins de Kew, considera que esta lista “é crucial para planear, implementar e monitorizar os programas de conservação das plantas de todo o mundo”.

Sem nomes específicos, a tarefa de compreender e comunicar o cenário botânico do planeta seria um “caos ineficiente, que custaria muito caro”, revelam os Jardins de Kew, em comunicado. Assim, a lista permite ligar os diferentes nomes científicos utilizados para uma espécie em particular e relacionar as espécies a publicações científicas para ajudar os investigadores.

Os botânicos ingleses e norte-americanos começaram a trabalhar nesta lista em 2008, comparando as famílias de plantas registadas pelos Jardins de Kew e o sistema Trópicos, um banco de dados alimentado desde 1982 pelos Jardins do Missouri, com cientistas a trabalhar em 38 países.

“Nas últimas décadas, estas duas instituições de referência têm feito um investimento extraordinário para identificar espécies à escala global e para construir uma rede de avaliação mundial da diversidade vegetal”, comentou Helena Freitas, directora do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. As duas conseguiram “chegar a um número bastante realista” e cientificamente válido sobre o número de espécies, acrescentou ao PÚBLICO, salientando a “promoção da ideia da importância das plantas como base das cadeias alimentares”.

Em Outubro, os 193 países membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica reunidos em Nagoya, no Japão, decidiram criar até 2020 um banco de dados online de toda a flora conhecida no planeta.

Uma em cada cinco plantas no mundo está ameaçada de extinção, revelou em Setembro um estudo da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN).

A espécie conhecida com mais ADN é uma planta japonesa

A Paris japonica é uma planta para o jardineiro paciente. Para obter um exemplar com 80 centímetros, é preciso um ambiente húmido, sem sol directo, com muitos nutrientes e uma paciência de santo – depois de plantada, o caule pode demorar até quatro anos a despontar. A planta é exigente e isso pode estar associado aos 152,23 picogramas (um picograma é um bilionésimo de um grama) de ADN que cada célula tem. Uma quantidade enorme, 50 vezes maior do que cada célula humana carrega, que é apenas de três picogramas.

A Paris japonica pode crescer até aos 80 centímetros de altura
(Karl Kristensen)

"Algumas pessoas podem questionar-se que consequência tem um genoma tão grande e se realmente importa uma espécie ter mais ADN do que outra", disse Ilia Leitch, investigadora do jardim de Londres Kew Gardens. "A resposta é um 'sim' – um grande genoma aumenta o risco de extinção", disse.

A espécie com o genoma mais pequeno, excluindo bactérias e vírus, pertence ao fungo parasita chamado Encephalitozoon intestinalis e pesa apenas 0,0023 picogramas. A Paris japonica tem mais 19,4 picogramas do que o anterior recordista – o peixe pulmonado Protopterus aethiopicus, com 132,83 picogramas.

Durante o Verão, uma equipa do Kew Gardens pesou o genoma da planta japonesa. A descoberta, que realça a vulnerabilidade desta planta, mereceu publicação na revista científica Botanical Journal of the Linnean Society.

Segundo a investigadora, quanto mais ADN o genoma tem, mais a célula demora a replicar toda a molécula para poder dividir-se. "Pode demorar mais para que um organismo com um genoma maior complete o seu ciclo de vida do que um com um genoma menor", explicou a investigadora citada pela Reuters. Normalmente espécies com genomas grandes estão menos adaptadas a viver em solos poluídos e toleram mal condições ambiente extremas. "Que são cada vez mais relevantes no mundo em mudança", conclui a cientista.

Monumentos vivos




As árvores mais antigas, raras e notáveis
Algumas árvores destacam-se pela idade e por estarem cravadas na memória das populações. Outras foram testemunhas de factos históricos e sociais relevantes. Há ainda as que brilham por serem bizarras ou de dimensões descomunais.

Portugal tem a lei de protecção de árvores mais antiga da Europa. O decreto é de 15 de Fevereiro de 1938 e protege as que merecem a designação de “interesse público”. São assim classificadas as que se distinguem pela idade, pelo porte, pela raridade ou pelo desenho e que, ao mesmo tempo, mantêm resistência estrutural, crescimento natural e sistemas autoprotectores intactos. António de Campos Andrada, técnico da Autoridade Florestal Nacional (AFN) e responsável por esta área, decifra a segunda metade da equação: “Devem ter fustes, pernadas e braças fortes e resistentes até às partes mais altas, capazes de suportar os embates do mau tempo, e ostentar uma copa homogénea.”

A AFN admite que a legislação precisa de ajustes e revela estar a concluir uma proposta de alteração. O técnico explica: “Há parâmetros subjectivos, como a beleza ou a sua importância histórica, que não são fáceis de quantificar.” O objectivo do novo texto é “criar critérios para avaliar estas variáveis”.

Qualquer intervenção nos monumentos vivos, como movimentação de terras ou a impermeabilização do solo, está sujeita a aprovação prévia e à orientação técnica da AFN. O corte e desrame também. Aos proprietários, cabe mantê-los em bom estado de conservação. A desclassificação é possível. Campos Andrada resume os motivos que podem causá-la: “Perda de características, morte ou danos sérios, seja por causas naturais, físicas ou biológicas, como pragas e doenças.”

Lisboa é a região com mais classificações: 65 árvores isoladas e 19 arvoredos, provenientes de todos os continentes. O sucesso deve-se a dois factores, no parecer do especialista. Primeiro, a capital goza de um clima temperado de características mediterrânicas: “O Verão é seco e quente, a Primavera relativamente fresca e o Inverno chuvoso e moderado”, simplifica. A região está ainda “sujeita à acção amenizadora do Atlântico e do Tejo”. Em segundo lugar, Campos Andrada refere “a existência de muitas quintas da aristocracia, cujos proprietários, impulsionados pelo romantismo, plantaram árvores para dar distinção às casas”.

Em Portugal continental, estão registadas 431 árvores de interesse público e 74 arvoredos, mas é provável que a lista se alargue, brevemente, com mais 21 exemplos. Todas estão registadas numa base de dados nacional que pode ser consultada online.

Para classificar uma árvore, não é preciso confirmar cientificamente a sua idade. Campos Andrada esclarece que, por regra, a estimativa baseia-se “em testemunhos históricos e na tradição oral”. A única datada de modo científico foi a oliveira de Tavira. O método utilizado foi o carbono 14, e o resultado mostrou que a árvore foi contemporânea de Cristo!

Obras notáveis
Por vezes, isoladas não se destacam, mas em conjunto são admiráveis. Dos arvoredos classificados, distinguimos dois: a colecção de cameleiras da Quinta de Santo Inácio de Fiães, em Vila Nova de Gaia, e os plátanos do Jardim da Cordoaria, no Porto. A primeira é a maior da Europa. Estende-se por quatro hectares e reúne dois mil exemplares. Só tem variedades oitocentistas, a maior parte importadas. No entanto, uma das camélias portuguesas mais antigas, a Picturata plena portuensis, foi ali obtida, em 1844. O segundo caso conta com 37 plátanos que se destacam pela forma bizarra dos troncos, curtos e grossos, o que poderá dever-se a uma doença que os deformou.

As colecções dos jardins botânicos e dos parques da Pena, de Monserrate e do Buçaco não fazem parte da base de dados nacional, por estarem inseridas em áreas protegidas. No entanto, contam com algumas das maiores árvores do país, como é o caso da Araucaria bidwillii, de Monserrate, que ultrapassa os 35 metros de altura.

Os arquipélagos da Madeira e dos Açores também não constam na base de dados, por terem regimes próprios. Para esta lista das árvores mais notáveis de Portugal, Anabela Miranda Isidoro, directora regional dos Recursos Florestais dos Açores, seleccionou um exemplar “com mais 200 anos”: um dragoeiro integrado no bosque exclusivo daquela espécie que circunda o Museu do Vinho, na ilha do Pico. “O elevado número de dragoeiros que compõem a mata é um caso raro, se não ac­tual­mente único, de propagação”, justifica. A Direcção Regional de Florestas da Madeira es­co­lheu um til do Parque Florestal do Fanal, no concelho de Porto Moniz, uma espécie carac­te­rística da floresta de laurissilva madeirense.

J.O.B.
SUPER 155 - Março 2011


Plantas Aromáticas, Medicinais e Condimentares

O uso de plantas aromáticas, medicinais e condimentares é parte integrante da cultura Portuguesa, tantas são as suas possibilidades de utilização. Dê uma espreitadela introdutória a este fascinante tema.

A utilização de plantas aromáticas, medicinais e condimentares é parte integrante da cultura portuguesa, tantas são as referências ao seu uso nas mais diversas situações. No entanto, o seu largo emprego não tem merecido atenção especial de quem publica e são ainda poucos os trabalhos que neste domínio se têm feito e ainda menos os que têm resultados que cheguem aos potenciais produtores.

Durante muito tempo considerou-se sem interesse o desenvolvimento deste tema face à importância crescente da química moderna e das maravilhas que supostamente consegue imitando a natureza. Mas, as muitas dúvidas sobre a metodologia e consequências de muitas substâncias que o Homem inventa leva à procura do natural, nomeadamente como forma de encontrar soluções sem consequências e efeitos secundários, o que a solução sintética não consegue no seu todo.

Também a ideia de que só as plantas medicinais e aromáticas espontâneas tinham as propriedades que se procuravam está hoje posta de lado, podendo ser cultivadas com largo benefício para o desenvolvimento das propriedades por que são apreciadas e por que se procuram, para além de que se torna mais fácil a sua colheita e consequente preparação.

O cultivo em vez da recolha de plantas espontâneas, tem ainda a vantagem de evitar recolher plantas em habitat sensíveis, com a consequente destruição de plantas com interesse de conservação e de evitar recolhas exaustivas que podem levar ao desaparecimento de algumas populações.

Existem plantas medicinais e aromáticas das mais diversas espécies. Apresentam consistência herbácea, semi-herbácea ou lenhosa, com aproveitamento apenas de uma parte da planta ou da totalidade. Estas plantas têm na sua composição as substâncias que todas as outras possuem como seja água, sais minerais, ácidos orgânicos, hidratos de carbono ou substâncias proteicas. No entanto de planta para planta, há uma variação relativa destes compostos e noutras aparecem alguns outros que as demarcam e conferem propriedades especiais.

Os componentes que diferenciam as plantas com estas características de outras, conferindo-lhe valor terapêutico e aromático, são os seus princípios activos. Entre estes são importantes:

- Alcalóides: Compostos tóxicos que actuam sobre o sistema nervoso central. Podem ter acção terapêutica muito variada, como seja a do ópio que é usado como narcótico, a do quinino que tem acção sobre as febres, a da giesta como regulador cardíaco, a do chá como diurético. O teor de alcalóides nas plantas aumenta até à floração, diminuindo rapidamente após esta.

- Glucosíados: Apenas em casos pontuais têm propopriedades medicinais próximas dos alcalóide; têm presença importante no ruibarbo e na dedaleira.
- Óleos essenciais: Aparecem em muitas plantas com um aroma característico, geralmente agradável, que se pode obter por destilação.

- Taninos: Com propriedades anti-diarreicas, são facilmente oxidáveis.

- Princípios amargos: De origem diversa, geralmente glucosaídica, têm sabor amargo estimulando a secreção de sucos gástricos, criando condições para melhoria do apetite.

- Mucilagens: Hidrocarbonados que aumentam de volume por hidratação, são utilizados como laxantes, lubrificantes ou anti-inflamatórios.

Se quiser aprofundar este tema, sugerimos que comece por consultar a seguinte referência:

Vasconcellos, J. C. (1949) Plantas Medicinais e Aromáticas. D.G.S.A. Lisboa.