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domingo, 5 de dezembro de 2010

Conteúdo - Formação de Montanhas 8

Tal como fizemos para os Alpes, vamos passar a mostrar algumas fotografias espaciais, com o objectivo de proporcionar uma perspectiva mais ampla, embora muito sumária em virtude da pouca disponibilidade de espaço, de alguns aspectos estruturais, tectónicos e fisiográficos da Cadeia Montanhosa dos Himalaias.

Região de Tian
A fotografia tirada a partir do satélite Landsat MSS, é uma imagem da região de Tian no sudoeste de Shan e oeste de Sinkiang na China. Mostra uma série de dobras complexas e "gigantes", sendo perceptiveis algumas grandes falhas, bem como profundos vales e fortes escarpas. A intensidade da deformação está bem visível.
Falha de Althyn Tagh
A fotografia tirada a partir do satélite Landsat MSS, mostra a grande falha de Altyn Tagh (F-F´), sublinhada a tracejado negro. Existem evidências geológicas de movimentos recentes ao longo da falha de Altyn Tagh. De salientar, numa observação detalhada da fotografia, o traço linear discreto da falha, a erosão juvenil das áreas levantadas adjacentes, a drenagem menos intensa do lado esquerdo da falha, e os terraços aluvionares inclinados ao longo da falha. Do lado esquerdo da fotografia, em tom cinza, mais ou menos, uniforme, está a bacia aluvial de Tarim. Toda a região, representada na fotografia, está cercada zonas orogénicas activas.
Falha de Kuruk Tagh
A fotografia tirada a partir do satélite Landsat MSS, mostra as características mais proeminentes da região situada ao longo da margem sudeste do Tian Shan na parte noroeste da China. É visível a falha de Kuruk Tagh (F-F'), sublinhada a tracejado branco. A falha atravessa rochas do Paleozóico Inferior, completamente dobradas e metamorfisadas. O traço do plano de falha é praticamente recto e recente, implicando uma componente grande de movimento de deslizamento dos dois blocos de falha. A falha de Kuruk Tagh está, actualmente, activa. Os destacados blocos estruturais, tais como o anticlinal (A), na parte ocidental da imagem, sugerem, também, o recente movimento da falha.
Falha Kunlun
A fotografia tirada a partir do satélite Landsat MSS, mostra a falha de Kunlun (F-F'), sublinhada a tracejado branco. Esta falha é paralela à cordilheira montanhosa de Kunlun, sendo uma das mais activas na orogenia dos Himalaias. As falhas subsidiárias funcionam, praticamente, no mesmo sentido. De salientar o relêvo, do tipo planalto, a norte e a sul da fotografia.
Parte norte Himalaias
A fotografia tirada a partir do satélite Landsat MSS, mostra, no lado superior, a intersecção da parte norte (dianteira) dos Himalaias (azul) e das escarpas das montanhas de Indoburman (vermelho). É notável uma justaposição de estilos tectónicos. As dobras de carreamento de Indoburman terminam abruptamente de encontro à pressão provocada pela parte dianteira dos Himalaias. A intersecção, quase rectilínea, das duas componentes compressivas, aproximadamente da mesma idade, é uma conseqüência da rotação no sentido anti-horário da Índia.
Graben Shaanxi
O mosaico fotográfico tirado a partir do satélite Landsat MSS, mostra o Graben Shaanxi (G). De salientar o sistema orogénico de dobras complexas e carreamentos. A oeste das escarpas montanhosas de Burma (veja a figura do lado esquerdo) e para leste formaram-se as bacias, tectonicamente ligadas, no interior das montanhas (por exemplo, Kashmir e Katmandu) desenvolvidas para sul a partir dos declives da parte sul (trazeira) dos Himalaias.

sábado, 27 de novembro de 2010

Conteúdo - Formação de Rochas 6

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A classificação das rochas sedimentares é feita com base em vários critérios. O esquema que apresentamos subdivide as rochas sedimentares em três grandes grupos: (S) siliciclastos (fragmentos silicatados e grãos associados); (A) aloquímicos e (P) precipitados químicos e bioquímicos.
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Amostra de conglomerado,com cimento misto silicioso e ferruginoso.

Os conglomerados são, sobretudo, formados por calhaus, cascalho e saibro arredondados e cimentados por um cimento silicioso, calcário, argiloso, ferruginoso ou misto. A natureza dos detritos depende das rochas donde derivaram e da história do seu transporte e deposição. É também vulgar chamarem-lhes "pudins". Quando os detritos são angulosos, isto é com arestas vivas (não erodidas), designam-se os conglomerados deste tipo porbrechas.
As areias são rochas constituídas por detritos desagregados, de tamanhos compreendidos entre 0,063 e 2 milímetros. Há uma grande variedade de areias no que se refere á composição, granulometria, forma do grão e origem. Todas as areias apresentam um elevado grau de permeabilidade.
Os limos, também conhecidos por nateiros ou siltes, diferem das areias pela dimensão do grão, que apresenta tamanhos entre 0,002 e 0,063 milímetros. Apresentam uma elevada percentagem de argilas (dimensões inferiores a 0,002 mm).
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Amostra de brecha, com cimento misto ferruginoso e silicioso.
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Amostra de dolomia.
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Amostra de arenito.

Os arenitos ou grés são rochas constituídas por areias aglutinadas por um cimento natural (ver diagénese). O cimento pode ser silicioso, argiloso, ferruginoso, calcário e misto. Formam-se a partir das areias que por diagénese são aglutinadas por um cimento.
Os argilitos são argilas agregadas e consolidadas por compactação, devido à pressão exercida pelas camadas ou estratos que as sobrepoem. Podem conter, além das argilas, materiais finos não argilosos, em proporções variáveis, como por exemplo matéria carbonosa proveniente da matéria orgânica.
Há todas as transições entre conglomerados, arenitos e argilitos, bem como entre as classes dos siliciclastos, precipitados e aloquímicos.
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Amostra de argilito carbonoso.

No grupo (P), os precipitados, vamos passar a referir algumas rochas. Os calcários são rochas formadas essencialmente por calcite (ver Minerais), que resultou da precipitação e deposição do carbonato de cálcio. Existe uma grande variedade de calcários. Calcários formados por pequenos grãos arredondados (oólitos) cimentados por carbonato de cálcio e são, por esse motivo, denominados calcários oolíticos. Calcários formados por grãos arredondados aproximadamente do tamanho de ervilhas cimentados por carbonato de cálcio, denominados calcários pisolíticos. Calcários comuns apresentando uma estrutura compacta com colorações variadas, por vezes, com conteúdo fossilífero. As dolomias são rochas sedimentares de precipitação da dolomite (ver Minerais), as chamadas dolomias primárias, e/ou resultado da substituição da calcite dos calcários por carbonato duplo de cálcio e magnésio (dolomite). É uma rocha compacta, granular e cinzenta clara a escura ou com um tom amarelo.
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Amostra de calcário oolítico.
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Amostra de cherte, silex ou pedernal.
cherte, também conhecido por silex ou pedernal, é formado por um precipitado de silício criptocristalino e/ou resultado da diagénese em determinados calcários. É compacto, com cor escura a cinzenta clara.
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Amostra de calcário pisolítico.
calcarioconquifero1.jpg
Amostra de calcário conquífero.
Pertencentes ao grupo (A), os aloquímicos, existem, como em todos os outros grupos, uma grande variedade de rochas, entre as quais faremos apenas referência aos calcários conquíferos. São constituídos por fragmentos de conchas (aloquímicos), que por sua vez são calcários biogénicos, tendo sofrido transporte ou não, agregadas por um cimento calcário.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Conteúdo - Tempo Geológico 3




Tabela cronoestratigráfica simplificada, em que se mostram as divisões cronoestratigráficas até à Época, segue-se uma coluna de datação radiométrica, das diferentes divisões tempo-estratigráficas, desde a Formação da Terra (4.600 milhões de anos=4,6 Giga-anos (Ga); o Ga=1.000.000.000 de anos=mil milhões de anos) até à actualidade. A coluna da Evolução Biológica apresenta um certo promenor, a coluna das Glaciações mostra bem o que foram as alterações climáticas ao longo da história da Terra. A Orogénese apresenta os períodos de tempo geológico em que se edificaram as maiores cadeias montanhosas e, finalmente, a Paleogeografia que refere alguns dos principais aspectos geográficos da Terra ao longo da sua história.
Os métodos de datação podem ser de dois tipos: relativos e radiométricos (absolutos). Os métodos relativos, já foram descritos, e fixam os acontecimentos numa escala de "antes e depois", de tal maneira que os possamos ordenar. Contudo, não permitem estabelecer a duração desses acontecimentos. Através do método radiométrico calcula-se o número real de unidades de tempo (anos) decorridas desde a ocorrência de um acontecimento. De uma maneira geral, esse cálculo é feito por métodos radioactivos.

Os métodos de datação radiométrica, radioisotópica ou isotópica permitem-nos datar as formações rochosas com uma margem de erro pequena, à escala do tempo geológico, e devem o seu progresso ao estudo da química isotópica, que, com a espectrografia de massa, consegue a valoração quantitativa dos isótopos de uma determinada substância em função da sua massa atómica.
Em 1896, Becquerel observou que o urânio contido nos minerais era capaz de impressionar as películas fotográficas. Associou este fenómeno com as propriedades dos raios X. Mais tarde demonstrou-se que o urânio se desintegra espontaneamente e emite energia na forma de partículas e radioactividade. As partículas emitidas são núcleos de hélio (raios alfa) e electrões (raios beta). A radiação magnética realiza-se sob a forma de raios gama. Em 1905, o físico inglês Rutherford, após ter definido a estrutura do átomo, fez a primeira sugestão para usar a radioactividade como uma ferramenta para medir directamente o tempo geológico; logo depois disso, em 1907, o professor B. B. Boltwood, radioquímico da Universidade de Yale, publicou uma lista das idades geológicas baseadas na radioactividade. Embora as idades de Boltwood tivessem sido corrigidas, mostraram correctamente que a duração do tempo geológico deveria ser medida nos valores da ordem das centenas de milhares de milhões de anos.
Os 40 anos seguintes foram um período da pesquisa sobre a natureza e o comportamento dos átomos, conduzindo ao desenvolvimento da fissão e da fusão nuclear como fontes de energia. Um dos resultados desta pesquisa atómica foi o desenvolvimento e o refinamento continuado dos vários métodos e técnicas usados para medir a idade dos materiais da terra. A datação radiométrica com grau de precisão aceitável (2 a 5% da idade real) foi realizada a partir de 1950, quando o espectrómetro de massa foi desenvolvido. A ciência que faz a datação radiométrica das rochas denomina-seGeocronologia.
Um elemento químico consiste em átomos com um número específico de protões nos seus núcleos mas com pesos atómicos diferentes devido às variações do número de neutrões. Os átomos do mesmo elemento químico com pesos atómicos diferentes são chamados isótopos. A desintegração (decaimento) radioactiva é um processo espontâneo em que um isótopo de um elemento (pai) perde partículas de seu núcleo para dar origem a um isótopo de um elemento novo (filho). A taxa de decaimento é expressa em termos de meia-vida (semivida) de um isótopo, isto é, o tempo necessário para que a radioactividade de uma determinada quantidade de um radionúcleo decaia para metade do seu valor inicial. A diferença de 32 unidades de massa atómica entre o urânio 238 e o chumbo 206representa 8 átomos de hélio (constituídos por 2 protões e 2 neutrões) ou partículas, que foram emitidos por sucessivos decaimentos. A maioria dos isótopos radioactivos têm taxas rápidas de decaimento (isto é, meias-vidas curtas) e perdem a sua radioactividade dentro de alguns dias ou anos. Alguns isótopos, entretanto, decaiem lentamente, e alguns destes são usados na datação radiométrica das rochas. Os isótopos pai e os filhos estáveis correspondentes, mais usados para determinar as idades das rochas antigas são listados no quadro abaixo:

Um outro método radioisotópico importante, usado com determinadas finalidades, é baseado no decaimento radioactivo do isótopo carbono-14, que tem uma meia-vida de 5.730 anos. Este método do radiocarbono transformou-se numa ferramenta extremamente útil e eficiente para datar os episódios importantes da Préhistória e História do Homem. Por causa da meia-vida relativamente curta do carbono-14, o método só pode ser usado para datar os eventos que ocorreram dentro dos últimos 50.000 anos passados. O decaimento radioactivo do isótopo do carbono-14, apresenta uma meia-vida de 5.730 anos.


domingo, 21 de novembro de 2010

Conteúdo - Tempo Geológico


O nosso planeta é incrivelmente velho para os padrões de tempo humanos, tem cerca de quatro mil e seiscentos milhões de anos.
Para a maioria de nós, a paisagem natural não se altera, é estática. Excepto quando ocorrem calamidades como erupções vulcânicas ou grandes tremores de terra, a paisagem geológica não muda de forrma perceptível durante o tempo de várias gerações humanas. Mas a Terra, durante o seu tempo de "vida" é altamente dinâmica, tendo testemunhado transformações extraordinárias. "Viu" formarem-se e desaparecerem oceanos e cadeias montanhosas, "observou" a ascensão e a queda de inúmeras espécies de seres vivos... O registo destes eventos está nas rochas.
evolução biológica (Ver O Registo Fóssil), há mais de 3.000 milhões de anos que nos vem apresentando uma sucessão ordenada de organismos que nos permite, através de estudos laboratoriais, simulações matemáticas dos processos geológicos e especulações inteligentes, fazer a reconstituição de uma história directamente ligada à passagem do tempo geológico.
Estabeleceu-se uma escala baseada na existência de sucessivas faunas e floras fósseis. Graças à evolução, a história da vida fornece-nos um "cronómetro" que permite situar acontecimentos inter-relacionados no eixo dos tempos, isto é, construir uma cronologia relativa, a biocronologia.
Estratigrafia é a parte da Geologia que estuda os estratos (um estrato é uma camada rochosa delimitada por duas superfícies ou planos de estratificação, que o separam dos estratos superiores e inferiores), isto é, as camadas de rochas sedimentares formadas na superfície terrestre. Em conjunto com a Paleontologia, constitui a base da Geologia Histórica. Através das características e conteúdos dos estratos podem-se reconstituir as condições em que aqueles se formaram e situá-los no tempo, conseguindo-se assim reconstruir a história da Terra ao longo de grandes períodos geológicos.
O aparecimento e o desaparecimento de determinadas formas vivas (espécies, géneros, famílias,...), a sucessão e a diversificação das mesmas são pontos de referência que servem para definir e limitar as unidades biocronológicas, cujo conjunto constitui uma escala biostratigráfica. Historicamente, foram as grandes unidades biostratigráficas que primeiro se definiram e delimitaram. Só mais tarde, graças ao permanente progresso da paleontologia, estratigrafia e sedimentologia, foram subdivididas em unidades biostratigráficas cada vez mais precisas.
Quadro com exemplos de bons fósseis característicos ou estratigráficos, os quais permitiram a edificação de uma escala (biostratigráfica) de tempo relativo (as duas colunas da esquerda -Era e Período). Os fósseis característicos ou estratigráficos são espécies do passado, animais ou vegetais, que existiram durante períodos limitados de tempo geológico tendo-se expandido por grandes áreas geográficas, e que são usados como guias da idade das rochas que os contêm preservados.
As grandes unidades biostratigráficas (andares, séries=épocas e sistemas=períodos) assentam quase sempre em mudanças mais ou menos rápidas no seio das populações fósseis. São materializdas por crises evolutivas, frequentemente em ligação com fenómenos físicos (movimentos dos continentes -Tectónica de Placas-, avanço (transgressão) ou recuo (regressão) dos mares, glaciações...). Estasdescontinuidades na história da vida serviram de base a Alcide d'Orbigny para estabelecer, em meados do século passado, a divisão do tempo relativo em 27 andares (1849-1852). Embora tenha perdido os fundamentos catastróficos introduzidos por D'Orbigny, o andar continua a ser uma unidade tempo-estratigráfica fundamental, com uma referência marcadamente paleontológica, uma vez que se baseia num dado conteúdo orgânico. Um andar é uma unidade tempo-estratigráfica e baseia-se numa sucessão de zonas biostratigráficas.
A antiguidade, a perenidade e a importância dos artrópodes (que têm pés articulados) sobressaem nitidamente tanto nos tempos passados como na época actual. Os principais grupos existem desde o Câmbrico (-530 milhões de anos), e os mais tardios aparecem no Devónico, entre -400 e -360 milhões de anos, bem como no Carbónico (-300 milhões de anos). Poucos grupos se extinguem, à excepção dos trilobitóides, no Câmbrico, e das trilobites e artropleurides, no fim do Primário ou Paleozóico. A largura dos ramos da árvore genealógica é proporcional à abundância de representantes de cada grupo e mostra a importância e o lugar de cada um nas várias eras geológicas até à actualidade.

domingo, 7 de novembro de 2010

Conteúdo - Tempo Geológico 2



história da terra é subdividida em eons, que são subdivididos nas eras, que são subdivididas em períodos ou sistemas, etc.. As subdivisões sucedem-se até ao horizonte, de acordo com o desenvolvimento dos conhecimentos paleontológicos e estratigráficos. Os nomes de subdivisões, como paleozóico ou cenozóico, podem causar estranheza, mas se decompusermos os termos já se tornam compreensivos. Por exemplo, zóico diz respeito à vida animal, e o paleo significa antigo, o meso significa o meio, e ceno significa mais recente. Assim a ordem relativa das três eras das mais antigas para as mais recentes é Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico
Os nomes da maioria dos eons terminam em zóico, porque estes intervalos de tempo são reconhecidos, frequentemente, com base na vida animal. As rochas formadas durante o Eon Proterozóico contêm fósseis de organismos muito simples, tais como bactérias, algas, e de animais vermiformes. As rochas formadas durante o Eon Fanerozóico apresentam fósseis de organismos complexos de animais e de plantas tais como os répteis, mamíferos e árvores.

andar é designado por um nome, muitas vezes o de uma localidade ou região geográfica onde pela primeira vez foi estudado e definido, acrescido do sufixo «iano»: por exemplo, Oxfordiano para Oxford, em Inglaterra, e Albiano no caso de Albe, em França. O estratótipo é o padrão que serviu para definir o andar; corresponde a uma dada sucessão de camadas geológicas num afloramento e lugares precisos: por exemplo as bancadas de calcários azuis com moluscos em Semur-en-Auxois, no caso do andar Sinemuriano.
Este quadro é um exemplo da divisão em andares, por ordem cronológica do mais antigo na base para o mais recente no topo, de um Período=Sistema, nesta caso o Jurássico, unidade da era Mesozóica. Por sua vez os andares estão subdivididos em unidades biocronológicas, tais como Zonas, Subzonas e Horizontes.
Este quadro mostra, de uma forma simplificada, a origem dos nomes (designações) dos Períodos=Sistemas, pertencentes às respectivas Eras, e à Escala de tempo bioestratigráfica, que está construída por ordem cronológica do mais antigo na base para o mais recente no topo.
Quadro apresentando as divisões bioestratigráficas maiores - Eon -, da mais antiga na base para a mais recente no topo e, de uma forma breve, os grandes acontecimentos relacionados com as principais formas de vida, encontradas no registo fóssil e que conduziram às grandes divisões bioestratigráficas.
Quadro muito simplificado mostrando as subdivisões de dois eons nas respectivas eras. Comparando com o quadro ao lado há uma nomenclatura dos Eons distinta.

Vários andares sucessivos constituem uma série ou um sistema=período cujo nome é decalcado a partir de uma região natural (Jurássico, por ter sido estudado e definido pela primeira vez nos montes do Jura, localizados entre a França e a Suiça) ou a partir das características da época que representa (Carbónico em virtude do grande desenvolvimento de camadas de carvão, ou Cretácico pela abundância de camadas de cré - calcário branco poroso, formado por conchas de forminíferos). Muitas vezes, um acontecimento biológico importante e global delimita um sistema: início do Câmbrico - aparecimento dos orgãos esqueléticos; fim do Cretácico - desaparecimento dos dinossauros, das amonites, das belemnites e dos rudistas.
Os sistemas=períodos são agrupados em eras, cujos limites estão igualmente relacionados com a história da vida: fim do Primário ou Paleozóico - desaparecimento das trilobites. As eras, tal como já referimos, podem ser agrupadas em eons.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Conteúdo - Jazigos Minerais 3

Vamos passar a fazer uma análise, um pouco mais pormenorizada, à classificação dos jazigos endógenos. Observando a tabela abaixo representada, podemos concluir que uma primeira subdivisão dos jazigos minerais endogénicos implica os jazigos ígneosmagmáticos ou primários, enquanto que a segunda subdivisão abrange os metamórficos ou secundários. Por sua vez os jazigos magmáticos podem-se subdividir em ortomagmáticos, pegmatíticos-pneumatolíticos, pirometassomáticos e hidrotermais. Os hidrotermais subdividem-se, de acordo com as temperaturas de formação, em hipotermais, mesotermais e epitermais.


Classificação dos jazigos minerais endogénicos ou endógenos







Temperaturas aproximadas de formação

Ígneos, magmáticos ou primários


                Ortomagmáticos
700 – 1500o C
                Pegmatíticos - pneumatolíticos
± 575o C
                Pirometassomáticos
500 – 800o C
                Hidrotermais:

§         hipotermais
300 – 500o C
§         mesotermais
200 – 300o C
§         epitermais 
50 – 200o C


Metamórficos

± 400o C

Na página anterior fizemos referência à diferenciação magmática. Os jazigos ortomagmáticos formam-se durante o primeiro estado de cristalização magmática, no qual cerca de 80 % do magma pode cristalizar, dependendo da rapidez de arrefecimento do referido magma. São exemplos de jazigos deste tipo, os jazigos de cromite (cromato de ferro) pertencentes ao complexo ígneo de Bushveld na África do Sul e os jazigos de magnetite (óxido de ferro) de Kiruna na Suécia.
Os jazigos pegmatíticos-pneumatolíticos formam-se a partir dos fluidos sobreaquecidos e substâncias voláteis que escapam do magma e penetram nas fendas e fissuras das rochas ígneas mãe ou nas rochas encaixantes. São exemplos deste tipo, os jazigos de espodumena (silicato de alumínio e lítio) de Black Hills (Dakota do Sul, EUA), Madagáscar, Bikita (Zimbabwe) e os jazigos de berilo (silicato de alumínio e berílio) da Alemanha, Estados Unidos e Brasil. O berilo apresenta grande numero de variedades, segundo a cor e a composição química. Algumas das variedades, mais conhecidas, são: 1) esmeralda, explorada como gema (pedra preciosa de cor verde) na Colômbia, Zimbabwe, África do Sul, Tanzânia, Brasil..., e 2) água-marinha, explorada como gema (pedra preciosa de cor verde azulada) no Brasil, Irlanda do Norte, Itália (Ilha de Elba), Birmânia...
Os jazigos minerais pirometassomáticos formam-se, normalmente, nos contactos entre calcários (rochas sedimentares) e os granodioritos intrusivos (rochas ígneas plutónicas de grão grosseiro, constituídas por quartzo, plagioclases e feldspato potássico; como minerais acessórios apresentam biotite, horneblenda e mais raramente piroxena. É uma rocha cuja composição mineralógica situa-se entre o granito e o diorito.). Os fluidos à temperatura entre os 500 e 800 graus centígrados, portadores de elementos químicos importantes para a formação de minérios, passam das rochas ígneas (granodioritos) para as rochas encaixantes (calcários), dando lugar ao fenómeno de metassomatismo (processo de substituição de um mineral por outro). A recristalização e reconstituição mineralógica, originam uma associação característica (paragénese) de minerais nos jazigos deste tipo. Os minérios são a magnetite, hematite, pirite, calcopirite, blenda, galena, cassiterite, ouro, molibdenite e volframite (de notar que estes minérios, por vezes, têm géneses distintas, caso já acima exemplificado com a magnetite). Um exemplo clássico deste tipo de jazigos são as minas de Morenci no Arizona, Estados Unidos.
Os jazigos hidrotermais pertencem à classe final dos jazigos de génese magmática. Os fluidos hidrotermais transportam elementos químicos, importantes para a formação de minerais com interesse económico, a partir do magma de origem. Estes fluidos activos abandonam o magma a elevada temperatura e, deste modo, as reacções químicas com as rochas encaixantes que atravessam na sua trajectória e o abaixamento da temperatura originam novos minerais, por vezes em concentrações com interesse económico. Esta deposição de novos minerais pode ter lugar em cavidades e fendas (fissuras, diáclases, fracturas e falhas) sob a forma de filões e veios, ou entre os grãos das rochas sedimentares ou outros espaços similares sob a forma de impregnações. Os jazigos hidrotermais subdividem-se com base nas temperaturas de formação, em jazigos de altas temperaturas, médias e baixas, constituindo, respectivamente, os jazigos hipotermais, mesotermais e epitermais. Um exemplo de jazigo hipotermal é o filão aurífero de Kolar na Índia, explorado até à profundidade de 2800 metros, situado numa zona de falha.
Os jazigos metamórficos resultam da formação e concentração de novos minerais por efeito do metamorfismo, seja regional ou de contacto. Alguns silicatos de alumínio, tais como silimanite, cianite e andaluzite, são explorados a partir de jazigos metamórficos. A silimanite é explorada, por exemplo, na Alemanha, Áustria, Índia e Estados Unidos; a cianite é explorada, por exemplo, na Rússia, Estados Unidos e Itália; a andaluzite é explorada, por exemplo, na Espanha, Rússia, Estados Unidos e Austrália.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Conteúdo - Tectónica de Placas 8

principais placas

Mapa mostrando as principais placas da Terra e as respectivas designações, bem como o traçado das cristas e fossas mais importantes. As direcções dos grandes movimentos relativos das respectivas placas estão indicadas com setas azuis.


Hoje é possível medir, com precisão, a velocidade de expansão e de subducção das placas. Mas, como é que os cientistas podem saber quais foram as velocidades do movimento das placas ao longo do tempo geológico? Os oceanos guardam uma das chaves do enigma. Porque o listado magnético dos fundos oceânicos grava as inversões do campo magnético terrestre tal como já foi referido anteriormente, e os cientistas sabendo a duração aproximada de uma inversão, podem calcular a velocidade média do movimento da placa durante uma dada extensão de tempo. Estas velocidades médias de afastamentos (cristas ou dorsais) e desaparecimentos (fossas-zonas de subducção) das placas podem variar muito, como é visível nos exemplos actuais apresentados no mapa representado em baixo.


mapa das placas e velocidades
Mapa mais pormenorizado que o representado acima. As setas negras indicam o movimento relativo das placas, limites divergentes setas de sentido contrário e limites convergentes setas com o mesmo sentido, encontrando-se junto a elas os valores das velocidades médias relativas das respectivas placas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Conteúdo - Formação de Rochas 5

Como consequência da acção dos agentes meteóricos sobre as rochas, estas vão sendo desagregadas originando fragmentos e grãos de diferentes dimensões, os chamados detritos ou clastos. A acção de desgaste e remoção dos diferentes detritos e soluções, que acontece a seguir ou em simultâneo à meteorização, chama-se erosão. Os agentes são, praticamente, os mesmos que actuam na meteorização. O vento, por exemplo, tem uma acção importante principalmente nos locais onde os produtos da meteorização não estão protegidos por vegetação ou outros obstáculos. O vento arranca detritos incoerentes e secos. Este fenómeno denomina-se deflação. Arrastando consigo os detritos arrancados, o vento, próximo do solo, provoca a erosão das rochas, podendo originar um modelado designado por blocos pedunculados (massas rochosas escavadas na parte inferior). Este tipo de erosão eólica denomina-se corrasão. A acção erosiva causada pelos diferentes tipos de águas (pluviais, fluviais, subterrâneas, lacustres, marinhas, glaciares, etc.) é sobejamente conhecida. Por exemplo, a capacidade de erosão de um rio é máxima quando experimenta grandes cheias e a sua água atinge grande velocidade. A velocidade de desgaste do leito do rio depende do caudal, do declive, da natureza dos detritos arrastados e das rochas constituintes do leito, e varia ao longo do curso do rio.
Como acabamos de ver os materiais resultantes da meteorização, normalmente, não ficam no seu local de origem. São deslocados para outros locais pelos ventos, gravidade, águas (estado líquido e sólido) -dissolução e detritos ou clastos- e seres vivos, particularmente pelo homem. Desta forma ocorre o transporte.
sedimentação ou deposição ocorre, em vários ambientes (deltaico, lagunar, marinho, torrencial, etc.), sobretudo por acção da gravidade. O agente transportador perde a força de arraste e deposita os detritos que transportava, segundo a dimensão e densidade dos detritos. Como resultado de sucessivos transportes e deposições formam-se camadas ou estratos de sedimentos, disposição característica da grande maioria das rochas sedimentares.
diagénese consiste nas mudanças ou transformações, químicas, físicas e biológicas, sofridas por um sedimento após a sua deposição. Inclui processos tais como: compactação e rearranjo espacial dos
compact.gif
Esquema da compactação dos sedimentos detríticos e circulação dos fluidos entre os poros.
solpres.jpg
Esquema do fenómeno da solução de pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de um mineral resultado das pressões e a cimentação dos poros.

grãos, consolidação, cimentação, autigénese, substituição, solução de pressão, precipitação, recristalização, oxidação, redução, desidratação, hidratação, lexiviação, polimerização, adsorção, acção bacteriológica (exº origem do petróleo), os quais são normais na parte superficial da crosta terrestre. Os processos diagenéticos não só se iniciam logo após a deposição do sedimento, como têm um tempo variável na sua ocorrência.
As rochas sedimentares devem ser observadas como produtos finais de um complexo processo ( ver o esquema apresentado na página anterior).

Pela sua natureza, os processos e produtos da meteorização química originados pelos diferentes agentes são complexos e interdependentes. A dissolução, hidratação, hidrólise, oxidação, redução e lexiviação dos compostos mais solúveis combinam-se de formas diferentes de acordo com o tipo de rocha, o clima e a morfologia da região.





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Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante da acção dissolvente da água. A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E - Estalactite; F - Algar; G - Exsurgência.
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Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e estalactites.

sábado, 23 de outubro de 2010

Conteúdo - Jazigos Minerais 2

Para compreendermos, em termos muito genéricos, a origem dos minerais que constituem os jazigos minerais é importante conhecermos as condições da sua formação. 
Os jazigos minerais são formados por processos magmáticos, isto é, derivam da cristalização directa de um magma (Rochas magmáticas), bem como por outros processos como iremos analisar. As principais causas para a deposição dos minérios, em muitos jazigos, envolvem mecanismos de precipitação que não resultam da simples diminuição da temperatura e pressão, tal como acontece com os magmas, mas que se associam com processos mais complexos, nomeadamente, envolvendo miscibilidade ou imiscibilidade de fluidos e reacções químicas entre fluidos e as rochas encaixantes. A interacção química dos fluidos com rochas da crosta superior desempenha, em muitos casos, um papel essencial na formação dos jazigos minerais. 
A classificação dos jazigos minerais permite traçar planos de trabalho essenciais à elaboração de estratégias de exploração e à avaliação de jazigos promissores. A prospecção consiste em diversos trabalhos geológicos e mineiros orientados para o conhecimento do valor económico de um jazigo mineral. Há várias classificações dos jazigos minerais consoante os critérios utilizados. Optamos por uma classificação baseada num critério genético. Os jazigos minerais que se formam no interior da crusta terrestre são designados por jazigos endogénicos, enquanto que os jazigos minerais que se formam à superfície da crusta terrestre são chamados jazigos exogénicos. Vejamos o esquema seguinte:

Esquema formação minerais
Esquema, a traços largos, da formação dos minerais.
paragénese que consiste numa associação característica de minerais formada pelo mesmo processo genético, também definida como ordem sequencial pela qual os minerais ocorrem nas rochas, é igualmente importante na avaliação de jazigos promissores. O conhecimento da paragénese dos minerais é muito importante, na medida em que permite prever a presença de um determinado mineral ou excluir a existência de outros. Vejamos o seguinte exemplo: numa rocha magmática que apresenta como minerais mais abundantes (principais) olivina e piroxena, é previsível a presença de calcopirite, pirite, platina e pentlandite, sendo de excluir a presença de quartzo, cassiterite e outros.
Observando o esquema da formação dos minerais acima representado e de forma muito sucinta podemos dizer que o processo endógeno apresenta como figuras centrais o magmatismo e o metamorfismo. O magma quando ascende às camadas superiores da crusta terrestre começa a arrefecer e a solidificar lentamente. Durante a sua ascensão derrete e engloba parte das rochas encaixantes, alterando a sua composição química original. O arrefecimento do magma provoca a separação de fluidos e materiais sólidos, bem como a diferenciação magmática (processo que conduz à formação de magmas com composição química diferente a partir do mesmo magma). Deste modo, ao longo da diferenciação magmática formam-se diversas rochas. Assim, podemos imaginar um magma em que, numa primeira fase de arrefecimento, se formam cristais de olivina, piroxenas e algumas plagióclases calcossódicas que se vão acumulando no fundo da câmara magmática por ordem da sua formação e das suas densidades, formando uma rocha chamada gabro. O magma residual, magma com gabro, fica mais rico em sílica, alumínio e potássio, porque a maior parte do magnésio, ferro e cálcio foi consumida na formação da olivina, piroxenas e plagióclases calcossódicas. O arrefecimento deste magma com gabro pode dar origem à formação de uma rocha como o granito, composta essencialmente por quartzo, micas (moscovite e biotite) e feldspato potássico. Na fase final da solidificação do magma, é frequente a formação de rochas ígneas de textura extremamente grosseira, encontradas geralmente sob a forma de diques irregulares, lentes ou veios, chamadas pegmatitos. Caracterizam-se pela ocorrência frequente de minerais raros, de grande importância económica, ricos em elementos como lítio, boro, flúor, nióbio, tântalo, urânio, terras raras e zircónio. Os fluidos residuais do magma, ricos de elementos com baixo ponto de fusão (boro, flúor, lítio, etc.) desempenham um papel importante. Estes fluidos escapam-se do magma e sobem pelas fracturas (falhas) das rochas encaixantes chegando, por vezes, a atingir a superfície crusta terrestre. Em simultâneo vão arrefecendo dando origem a novos minerais que preenchem as fracturas (falhas). Este tipo de formação de minerais chama-se hidrotermal. Quando existem elementos de metais pesados naqueles fluidos formam-se filões metalíferos. As emanações de gases nasfumarolas e sulfataras, por vezes, dão origem a vários minerais, tais como enxofre, calcite, aragonite, calcedónia ou o cinábrio.
Todas as rochas quando expostas à superfície da crusta terrestre (processo exógeno) sofrem a influência da atmosfera (oxigénio, anidrido carbónico,...), da hidrosfera (água), das variações de temperatura e da acção dos organismos vivos. São factores que desagregam as rochas, isolando os minerais que as compõem ou transformando-os em novos minerais. Este processo é lento mas constante, chamando-se meteorização. O transporte e a deposição (Ver Rochas sedimentares) dos minerais úteis, desagregados ou formados de novo, conduz à formação dos jazigos sedimentares.
As rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas quando sujeitas à acção das condições físicas e químicas existentes nas profundidades da crusta terrestre, sofrem modificações em virtude das elevadas pressões, das temperaturas e de reacções químicas. Altera-se a sua textura, bem como as suas propriedades físicas e químicas, dando origem a novas paragéneses de minerais. Este processo denomina-se metamorfismo e, como é óbvio, é um processo endógeno.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Conteúdo - Tipos de Erupções Vulcânicas

Depois da análise deste Tema, bem como da Tectónica de Placas, ficamos a saber que a maior parte das erupções vulcânicas ocorrem ao longo dos limites das placas tectónicas. Com o actual conhecimento de que dispomos dos mecanismos da Terra e seu funcionamento, é possível fazer previsões acerca das probabilidades de ocorrência das erupções vulcânicas. Mas ainda não é possível prever a data exacta destes acontecimentos, bem como a sua real dimensão, há muito que investigar pois, tal como a Terra, o conhecimento é dinâmico. Para terminarmos este Tema passamos a mostrar algumas fotografias elucidativas de alguns aspectos do vulcanismo.

Esquema de erupção fissural
Esquema representativo de uma erupção do tipo fissural.
Erupção fissural na Islândia
Erupção fissural na Islândia.
Vulcão Sakurajima
Vulcão Sakurajima, no Japão.
Pinatubo nas Filipinas
Vulcão Pinatubo, nas Filipinas.
Fluxo de piroclastos
Piroclastos emitidos numa das erupções do vulcão Stromboli.
Cinzas vulcânicas do Galungung
Cinzas vulcânicas emitidas pela erupção do vulcão Galungung, na Indonésia, em 1982.
Kilauea, Havai
Erupção do vulcão Kilauea, no Havai, em 1960.
Rios de lava do Kilauea
Rios de lava produzidos pelo vulcão Kilauea, no Havai, em 1960.

domingo, 17 de outubro de 2010

Conteúdo - Formação de Montanhas 7

Colisão India-Eurásia
A figura mostra, de forma esquemática, o deslocamento, para Norte, do "Continente Indiano", desde há 71 M.A. até à actualidade. De salientar a rotação anti-horária, simultânea com a deslocação, do "Continente Indiano", o qual prossegue actualmente. A colisão do "Continente Indiano" com a Eurásia ocorreu há aproximadamente 55 M.A.. A posição de Zanskar (vêr texto e figuras da página anteror) é mostrada por uma estrela negra.
Himalaias
A figura mostra um mapa topográfico, muito simplificado, dos Himalaias, Planície do Ganges e o Planalto Tibetano. As setas a negro indicam o sentido do movimento relativo e actual das placas convergentes Indiana e Eurasiática.
Esquemas Himalaias Tibete
A figura mostra dois cortes esquemáticos, feitos de acordo com um provável mecanismo (vêr texto na página anterior) responsável pela formação da Cadeia Montanhosa dos Himalaias e do Planalto Tibetano. O esquema do topo mostra o que terá acontecido no momento geológico da colisão das duas placas, ANTES da formação dos Himalaias. O esquema da base mostra o que terá acontecido DEPOIS da formação dos Himalaias.


A placa Indiana continua a deslocar-se para Norte à velocidade aproximada de 2 centímetros por ano. Por esta razão os Himalaias continuam a aumentar a sua altitude à razão de, aproximadamente, 5 milímetros por ano. Isto significa que os Himalaias estão geologicamente ativos e estruturalmente instáveis. Deste modo, os sismos são uma ocorrência frequente em toda a região dos Himalaias. É através de uma tecnologia moderna chamada o Sistema de Posicionamento Global (GPS) que se torna possível medir o lento movimento das placas bem como o aumento de altitude.
Monte do Evereste é o pico montanhoso mais elevado do mundo, situado na cordilheira dos Himalaias, dentro do sector meridional da Ásia Central, na fronteira entre o Nepal e a região autónoma do Tíbete na China. A altitude deste pico, em 1954, foi determinada como sendo de 8.848 m acima do nível do mar. Porém, estudos mais recentes, com a ajuda do Sistema de Posicionamento Global (GPS), determinaram uma altitude dois metros mais elevada, isto é, o pico do Monte Evereste tem, na realidade, 8.850 metros de altitude.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Conteúdo - Tectónica de Placas 7


Os limites divergentes ocorrem ao longo das placas que estão em movimento de separação (afastamento; divergente) e a nova crusta é criada pelo magma que se eleva do manto. A imagem, é a de duas "correias" gigantes transportadoras, semelhantes a tapetes rolantes, enfrentando-se mas movendo-se, lentamente, em sentidos opostos transportando a crusta oceânica recentemente formada a partir da crista oceânica. Talvez, os limites divergentes melhor conhecidos sejam os da crista oceânica Médio-Atlântica (Meso-Atlântica). Esta gigantesca montanha submersa, estende-se desde o Oceano Árctico até ao extremo sul de África. A velocidade de expansão (afastamento) das placas ao longo da crista oceânica Médio-Atlântica é de aproximadamente 2,5 centímetros por ano (cm/ano), ou de25 quilómetros num milhão de anos. Esta velocidade de expansão pode parecer lenta para os padrões humanos, mas porque este processo teve a sua origem há cerca de 200 milhões de anos, resultou num afastamento das placas da ordem dos milhares de quilómetros. A expansão do fundo oceânico ao longo dos 200 milhões de anos passados fez com que o Oceano Atlântico crescesse a partir de uma minúscula entrada de água, entre os continentes da Europa, África e das Américas, dando origem ao vasto oceano que hoje existe. A Islândia, é um país vulcânico, que está sobre a dorsal Médio-Atlântica, oferecendo aos cientistas um laboratório natural para estudarem, em terra, os processos que ocorrem ao longo das partes submersas de uma crista médio-oceânica. A Islândia está a abrir ao longo do centro, expandindo-se entre as placas Norte-Americana e Euro-Asiática, dado que a América do Norte está em movimento para Oeste relativamente à Euro-Ásia.

limites entre placas

Já anteriormente foi referido que o tamanho da terra não mudou significativamente durante os últimos 600 milhões de anos, e muito provavelmente logo após sua formação há 4,6 bilhões de anos. O tamanho da terra, praticamente constante desde a sua formação, implica que a crusta tem de ser destruída segundo uma velocidade mais ou menos idêntica à que está a ser criada. Tal destruição (reciclagem) da crusta ocorre ao longo dos limites convergentes das placas que se movem uma contra a outra. Uma placa afunda-se (subducção) sob a outra. A região onde uma placa mergulha por baixo de outra é chamada zona de subducção. O tipo de convergência -- chamada por alguns uma " colisão muito lenta " -- que ocorre entre placas depende do tipo de litosfera envolvido. A convergênciapode ocorrer entre uma placa oceânica e uma continental, entre duas placas oceânicas, ou entre duas placas continentais.
zona entre duas placas que deslizam horizontalmente, uma em relação à outra, é chamada um limite de falha transformante, ou simplesmente um limite transformante. O conceito de falhas transformantes, foi proposto pelo geofísico canadense J. Tuzo Wilson, tendo determinado que estas falhas ou grandes zonas de fractura ligam dois centros de expansão (limites divergentes de placas) ou, menos frequentemente, centros de destruição, as fossas (limites convergentes de placas). A maioria das falhas transformantes são encontrados no fundo oceânico. Deslocam, geralmente, as dorsais activas (em expansão), originando margens da placa em "zig-zag". Aqui, têm origem, geralmente, os tremores de terra de baixa profundidade, também designados sismos rasos. Algumas falhas transformantes ocorrem nos continentes, por exemplo, a zona de falha de Santo André (San Andreas) na Califórnia e a falha Alpina na Nova Zelândia.

américa, áfrica, europa

Nem todos os limites das placas são tão simples quanto os tipos principais discutidos acima. Em algumas regiões da terra, os limites não estão bem definidos porque a deformação da placa em movimento que ali ocorre estende-se sobre uma larga região (chamada uma zona do limite entre placas). Uma destas zonas marca a região Mediterrânica-Alpina entre as placas Euro-Asiática e Africana, na qual diversos fragmentos menores das placas (microplacas) foram reconhecidos. Porque as zonas dos limites entre placas, envolvem pelo menos duas grandes placas e uma ou mais microplacas, tendem a ter estruturas complicadas.

sábado, 9 de outubro de 2010

Conteúdo - Estudo dos Fósseis


O estudo do registo fóssil revela que as formas de vida mudaram ao longo do tempo geológico, sugerindo reconstituições que permitem representar a história da vida.
Charles Darwin (1809-1882), difundiu a ideia de que as criaturas da Terra, incluindo o Homem, não eram criações imutáveis de Deus, mas o produto de um processo de descendência acompanhado de modificações, ou evolução, como veio a ser conhecido.
Para os cientistas da era pós-darwiniana, as semelhanças entre as espécies são a expressão de uma relação evolutiva compartilhada, derivando, em última análise, todas as espécies de um único antepassado comum (ou de um número muito restrito de antepassados). Por conseguinte o conceito de descendência acompanhada de modificações transformou a estática Grande Cadeia do Ser no registo histórico de um processo dinâmico de evolução.
Quando Darwin publicou "A Origem das Espécies", em 1859, expôs as suas expectativas da seguinte forma: «Tive em vista dois objectivos diferentes. Primeiro, demonstrar que as espécies não tinham sido criadas separadamente. Segundo, que a selecção natural fôra o principal agente da mudança.» Darwin teve êxito imediato quanto ao primeiro objectivo, mas o segundo só muito mais tarde, na década de 1940, foi reconhecido. Quando "A Origem das Espécies" foi publicado, a noção de evolução era fruto de grandes discussões entre os cientistas da época, deste modo o livro de Darwin encontrou um público receptivo na comunidade científica, embora não tanto nos círculos religiosos. "A Origem das Espécies", era uma abrangente compilação de factos, a partir de observações de história natural, geologia, embriologia e paleontologia. O peso das provas era indesmentível, pelo que a transmutação foi aceite como facto comprovado. Contudo, a selecção natural, baseada na hereditariedade de variação genética favorável, era encarada com cepticismo. Um dos motivos para essa atitude residia no facto de, na altura, pouco se saber acerca dos mecanismos da mudança genética e da hereditariedade.
Gregor Mendel (1822-1884) lançou os fundamentos da genética moderna com as suas criações experimentais de ervilhas, em 1865. O seu trabalho demonstrou que a hereditariedade de características, tais como a cor e a forma, era atomística, isto é, determinada por entidades genéticas discretas. Contudo as conclusões de Mendel foram ignoradas durante quatro décadas.
No entanto, durante a década de 1930, o tratamento matemático da genética mendeliana, levado a cabo por três investigadores, os ingleses Ronald A. Fisher (1890-1962) e J. B. S. Haldane(1892-1964) e o americano Sewell Wright (1889-1988), demonstrou que a herança de unidades genéticas discretas, hoje conhecidas com "genes", era compatível com a variação contínua de características verificadas em diferentes populações. A teoria de Darwin dispunha agora do que lhe faltara durante meio século, a fundamentação numa teoria de herança bem comprovada. Esta visão matemática, combinada com uma mais vasta compreensão da biologia das populações, resgatou o agente chave da mudança evolutiva de Darwin, tornando-se a selecção natural o eixo da moderna teoria da evolução. A publicação, em 1942, de um livro da autoria de Julian Huxley (1887-1975), intitulado «Evolução - a Síntese Moderna», estabeleceu o marco para o início da teoria moderna, também conhecida por "neodarwinismo". O neodarwinismo revelou-se tão poderoso que se tornou o tema unificador de toda a biologia. As modificações sucessivas que formam a substância da selecção natural passaram a ser encaradas como fonte de toda e qualquer mudança evolucionária, desde as mais ligeiras alterações, como na cor de uma espécie, até novidades de maior vulto, tais como o emergir do sistema reprodutor dos mamíferos a partir dos répteis, seu precursor. Segundo este modo de ver, as grandes modificações eram o mesmo que pequenas modificações, extrapoladas para uma escala maior.

Esboço esquemático da árvore genealógica das espécies.
Classificação evolutiva aplicada aos tetrápodes (vertebrados terrestres quadrúpedes). Esta classificação reflecte as relações de antepassado-descendente entre os répteis (a vermelho) e as aves ou os mamíferos (a azul). As relações precisas de parentesco entre os tetrápodes actuais e algumas formas fósseis, mostram que os répteis não constituem um grupo natural e que o antepassado comum dos répteis é também o antepassado comum dos mamíferos e das aves.
Era inevitável que uma visão tão radicalista sofresse contestação. E foi assim que, em 1972, os paleontólogos americanos Niles Eldredge e Stephen Jay Gould contrapuseram que a selecção natural, tal como era expressa no neodarwinismo, não era suficiente para explicar o padrão evolucionário observado nos vestígios fósseis. As espécies não mudam contínua e gradualmente ao longo da sua existência, antes tendendo a permanecer imutáveis uma vez evoluídas, e depois desaparecendo ou modificando-se rapidamente passado um longo período de tempo. Foi considerável o debate suscitado quanto à realidade do padrão descrito por Eldredge e Gould, bem como aos mecanismos a ele subjacentes. Durante a última década, o assunto foi examinado em pormenor, revelando que a modificação evolutivaé umas vezes gradual e outras pontual. Resta saber se é mais provável o aparecimento de novas espécies como resultado da mudança gradual ou pontual, mas isso permanece em aberto.
O mecanismo da selecção natural implica que o êxito de uma espécie seja determinado pelo seu grau de adaptação às circunstâncias prevalecentes, incluindo a interacção com outras espécies, ou nas palavras de Darwin, a luta pela sobrevivência. Uma espécie que não consegue competir pode extinguir-se. Contudo, quando há uma extinção em massa, estas regras alteram-se. Seja qual for a causa, as extinções em massa escolhem como suas vítimas espécies cujas características nada têm a ver com ter êxito ou falhar em condições normais. Por conseguinte, quando se dão extinções em massa, muitas espécies desaparecem, enquanto novas espécies emergem de entre os sobreviventes.