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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Reunião Júri Nacional Bandeira Azul

O Júri Nacional do Programa Bandeira Azul reuniu, no final de Janeiro, no Turismo de Portugal, para avaliar as candidaturas de praias, marinas, portos de recreios e embarcações de ecoturismo ao Programa Bandeira Azul em 2025.

Deste júri fazem parte as diferentes entidades, do sector público e privado, com competência na gestão das zonas balneares, das marinas e portos de recreio e das embarcações de ecoturismo.

Nesta reunião, estiveram presentes a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o Turismo de Portugal, o Instituto Nacional para a Reabilitação, a Federação Portuguesa de Concessionário de Praia, a Direção-Geral da Saúde, a Direção Geral de Autoridade Marítima, o Instituto de Socorros a Náufragos, a GNR, o Instituto Ricardo Jorge, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a APECATE.

Além disso, participaram, em formato online, os representantes da Direção Regional do Ambiente e Mar e do IFCN, da Madeira e da Direção Regional de Políticas Marítimas, dos Açores.

Os candidatos aprovados nesta reunião vão ser submetidos à avaliação do Júri Internacional e no dia 30 de abril, na Conferência de Imprensa Bandeira Azul, são conhecidos os locais que em 2025 podem hastear a Bandeira Azul.

V Congresso Ibérico Bandeira Azul Praias do Interior

Nos dias 10 e 11 de Abril realiza-se o IV Congresso Ibérico Bandeira Azul Praias do Interior, em Reguengos de Monsaraz. 

Este encontro, organizado pela ABAAE, em parceria com o Município de Reguengos de Monsaraz e a Asociación de Educación Ambiental y del Consumidor (ADEAC) pretende criar momentos de debate e a reflexão, assim como de partilha de experiências e conhecimentos. O principal objetivo é contribuir para a valorização de zonas balneares interiores de qualidade, seguras, comprometidas com as pessoas, com o ambiente e que respondam aos desafios ambientais e aos padrões de excelência do Programa Bandeira Azul.

A qualidade da água balnear, a conservação da Natureza, a acessibilidade, a segurança das zonas balneares ou as questões transfronteiriças são alguns dos temas a abordar nos 2 dias do Congresso, no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz e na Praia Fluvial de Monsaraz.

Além disso, fazem parte do programa visitas a locais característicos do Concelho, para dar a conhecer o melhor da cultura do Município anfitrião.

Este ano Portugal recebe a 4º Congresso Ibérico Bandeira Azul para Praias Interiores seguindo a lógica da organização alternada entre a ADEAC e ABAAE.

O Programa final vai ser divulgado em breve.

Mais informações e inscrições.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Devolução à natureza de fauna autóctone

Devolução à natureza na Quinta da Moenda de exemplares da fauna autóctone recuperados pelo Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens.

Programa Florestas

Defender a floresta autóctone é, desde a sua fundação, um dos principais objetivos da LPN.

A Quinta da Moenda, única propriedade da LPN a norte do Tejo, localiza-se em Vila Nova de Poiares, freguesia de Stª Maria-Arrifana. Foi doada em 2008 pela Drª Maria do Carmo Albuquerque, na esperança de criar um espaço dedicado à proteção e sensibilização para a natureza. Atualmente os seus cerca de 4 ha de floresta nativa ao longo da ribeira de Poiares (um afluente do Rio Mondego), contrastam vivamente com a paisagem circundante dominada por espécies exóticas.

O espaço em torno da Quinta da Moenda tem as características típicas dos espaços rurais desta zona do centro do país – pequena propriedade agrícola e florestal. Grande parte dos antigos espaços agrícolas está abandonada e encontra-se ocupada por espécies invasoras e silvados. Os espaços florestais foram quase exclusivamente ocupados por eucaliptais que são, frequentemente, pasto dos grandes incêndios que têm assolado esta zona do país. A Quinta da Moenda era um exemplo desta realidade – uma quinta agrícola abandonada, colonizada por acácias e silvados.

Nos anos noventa, mercê da dedicação do atualmente colaborador da LPN, Samuel Vieira, foi iniciado um trabalho de restauro com medidas de gestão simples que passaram sobretudo pela redução ou eliminação da vegetação arbustiva de modo a proteger a abundante regeneração natural de espécies arbóreas autóctones. O trabalho de proteção do arvoredo autóctone foi sendo complementado com a remoção dos ramos mais baixos, sempre tentando maximizar o crescimento em altura e o ensombramento e minimizar o desenvolvimento do mato.

Atualmente a Quinta da Moenda é um exemplo de boas práticas de restauro ecológico, apresentando-se como uma floresta modelo, dominada por carvalhos (Quercus spp.), bordos (Acer pseudoplatanus) e castanheiros (Castanea sativa). Esta ilha de biodiversidade, no meio de uma paisagem dominada pelo eucalipto, é o resultado de uma gestão ativa, trabalhando com a natureza e ajudando a sucessão ecológica no sentido de obter uma floresta mais diversa, mais estável, mais resistente à passagem do fogo e mais autossustentável.

Defender a floresta autóctone é, desde a sua fundação, um dos principais objetivos da LPN. No caso da Quinta da Moenda, este esforço tem sido reconhecido pelo número crescente de pedidos de esclarecimento ou ajuda por parte de entidades oficiais e particulares. De entre estas há a destacar o apoio inestimável do município de Vila Nova de Poiares que celebrou em 2019 um protocolo de colaboração com a LPN, com o objetivo de promover a floresta nativa no Concelho e de apoiar a manutenção e a divulgação da Quinta da Moenda.

https://www.lpn.pt/pt/conservacao-da-natureza/programa-florestas


 




 

Programa Castro Verde Sustentável - A conservação das aves estepárias do Campo Branco

O Programa Castro Verde Sustentável (PCVS), desenvolvido pela LPN desde 1993, teve início com o Projeto “Conservação da Avifauna Estepária de Castro Verde”, cofinanciado por um Programa LIFE-Natureza da União Europeia para a Conservação da Natureza (1993 a 1999).

O Programa Castro Verde Sustentável visa promover a conservação das aves estepárias da região do Campo Branco e do seu habitat. As pseudo-estepes ou estepes cerealíferas desta região são reconhecidas nacional e internacionalmente pela importância para várias espécies de aves como a Abetarda (Otis tarda), o Peneireiro-das-torres (Falco naumanni), o Grou (Grus grus), o Sisão (Tetrax tetrax), o Cortiçol-de-barriga-negra (Pterocles orientalis) e o Tartaranhão-caçador (Circus pygargus), entre outras. As duas primeiras são consideradas como espécies globalmente ameaçadas, estando incluídas no conjunto de aves consideradas de conservação prioritária pela União Europeia.

A LPN tem desenvolvido diversos projetos LIFE de conservação da natureza em Castro Verde, já premiados. Mas a conservação destas aves está dependente da manutenção do habitat e, como tal, a LPN tem também implementado diversos projetos que abordam problemas associados à preservação dos sistemas agrícolas arvenses de sequeiro, à conservação do solo e da água, ao melhoramento em tecnologias agrícolas, à valorização de resíduos, à educação e sensibilização ambiental e à sócio-economia rural.

Agricultura em sinergia com a conservação

A conservação das aves da região do Campo Branco, com cerca de 80.000 ha considerados importantes para as aves, é ditada pelas decisões individuais de várias centenas de agricultores e proprietários. Uma mudança do tipo de atividades agrícolas ou o abandono destas atividades seria o fim das possibilidades de sobrevivência da avifauna associada ao ecossistema estepário. 

Deste modo, e paralelamente às ações do Programa Castro Verde Sustentável, a LPN tem promovido ações de conservação global em toda a região do Campo Banco, colaborando com a Associação de Agricultores do Campo Branco para compreender as principais dificuldades encontradas na implementação do Plano Zonal de Castro Verde (atualmente designado como Intervenção Territorial Integrada de Castro Verde).

O Plano Zonal de Castro Verde é uma Medida Agroambiental, elaborado especificamente para a região do Campo Branco (abrangendo cerca de 60000 ha), cuja filosofia assenta no pagamento de um serviço de conservação da paisagem e da avifauna ameaçada aos agricultores que pratiquem uma agricultura compatível com a conservação do património natural. O Plano Zonal de Castro Verde teve início em 1995 e a adesão voluntária dos agricultores é contratualizada como o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território Ambiente  por um período de 5 anos. Os compromissos, a que os agricultores ficam obrigados quando aderem a esta medida para assegurarem a conservação das aves, tem custos adicionais associados e alguma perda de rendimento. Entre os compromissos destaca-se a interdição de trabalhos agrícolas (lavouras e ceifas) durante a época de reprodução de aves e a sementeira de culturas de leguminosas para as aves.

No CEAVG a LPN acolhe inúmeros turistas de diversas nacionalidades, essencialmente estrangeiros interessados pela observação de aves. A LPN através de técnicos especializados fornece informações acerca das espécies, dos locais onde frequentemente são observáveis, as melhores alturas do ano e também do dia para as observar!

A LPN realiza as seguintes Atividades:

OBSERVAÇÃO DE AVES ESTEPÁRIAS:

Visitas guiadas, a pé ou em veículo todo-o-terreno, nas Reservas de Biodiversidade da LPN e por toda a ZPE de Castro Verde;

FOTOGRAFIA DE AVES ESTEPÁRIAS: 

Em abrigos colocados em pontos estratégicos para observação de aves nas Reservas de Biodiversidade da LPN. TEMPORARIAMENTE INDISPONÍVEIS.

Estas atividades podem ser complementadas com outras, de acordo com os interesses dos visitantes:

Visitas para conhecimento do património histórico-cultural da região;

Contacto com a gastronomia e artesanato, entre outras atividades.

https://www.lpn.pt/pt/conservacao-da-natureza/programa-castro-verde-sustentavel

Programa Lince - O lince-ibérico (Lynx pardinus)

O Programa Lince tem como principal objetivo assegurar a conservação e a gestão a longo prazo de áreas com habitat Mediterrânico adequado ao lince-ibérico (Lynx pardinus) em Portugal.

A Liga para a Protecção da Natureza, em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, contando com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. O lince-ibérico é considerado um dos felinos mais ameaçados do mundo. Até 2015, devido à sua reduzida e fragmentada distribuição, fazia parte da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como espécie Criticamente em Perigo de extinção. Hoje, a situação é um pouco mais favorável – o lince-ibérico encontra-se no caminho da recuperação, tendo reduzido o nível de ameaça à escala global para Vulnerável e à escala nacional para Em Perigo.

Durante o século XX a distribuição desta espécie sofreu um acentuado declínio que teve como consequência a redução e o desaparecimento de algumas das suas populações, ficando estas cada vez mais dispersas e afastadas. Este declínio deveu-se sobretudo a dois factores: a regressão da sua principal presa, o coelho-bravo, como resultado de doenças virais (mixomatose, febre hemorrágica), do abandono das práticas agrícolas tradicionais e de algumas práticas cinegéticas desadequadas; e a perda e deterioração do seu habitat, os matagais e bosques Mediterrânicos, nomeadamente devido à sua substituição por plantações de espécies florestais exóticas e/ou de crescimento rápido (ex. eucalipto, pinheiro-bravo), à construção de grandes infra-estruturas (ex. barragens, estradas) e aos recorrentes incêndios florestais. Outros fatores como a morte não natrual (ex. atropelamentos, furtivismo), doenças (ex. tuberculose bovina) e a perturbação nas áreas de reprodução continuam a representar sérios desafios à actual sobrevivência da espécie.

O lince-ibérico é uma espécie emblemática. Trata-se do único grande mamífero carnívoro endémico da Península Ibérica e o mais ameaçado da Europa. Só uma intervenção urgente poderia travar o seu processo de extinção e evitar o primeiro desaparecimento de um felino na Europa nos últimos 2000 anos.

A espécie, que em Portugal chegou a atingir um cenário de pré-extinção, em 2002 contava apenas com cerca de 100 indivíduos na natureza. Graças aos esforços de conservação em Espanha e, mais tarde, também em Portugal, a população de lince-ibérico começou a crescer e a recuperar parte da área de distribuição histórica. Mais de vinte anos passados, a espécie atingiu os 2.021 exemplares em liberdade, distribuídos por 14 núcleos populacionais de presença estável e reprodução confirmada, um dos quais em Portugal. O censo de 2023 indicou a presença de 291 linces em território nacional, distribuídos por um vasto território que se estende entre os concelhos de Serpa e de Tavira. Passo a passo, o lince-ibérico está a regressar aos seus territórios históricos na Península Ibérica.

Em 1979, o lince-ibérico foi alvo de uma campanha para reconhecimento da situação da espécie em Portugal – Campanha LPN/ICN "Salvemos o Lince e a Serra da Malcata".

A campanha conseguiu recolher mais de 46.500 assinaturas para proteger a serra. Estava aberto o caminho para que em 1981, reconhecendo-a como “um dos últimos refúgios naturais no território português, guardando no seu interior valores botânicos e faunísticos que a tornam num ecossistema privilegiado e especialmente importante (…) que urge proteger”, fosse criada a Reserva Natural Parcial da Serra da Malcata. À data, era ali que o núcleo mais notável de lince-ibérico se encontrava localizado.

Em 2010, a LPN e a Lisboa Editora produziram o vídeo "O Lince-ibérico". A distribuição da espécie e os números populacionais são hoje manifestamente maiores. Mas serve este vídeo para sensibilizar a população em geral e em particular a escolar para as particularidades do lince-ibérico, os riscos a que está sujeito e as medidas que têm vindo a ser realizadas para a sua recuperação.

https://www.lpn.pt/pt/conservacao-da-natureza/programa-lince

sábado, 12 de outubro de 2024

Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza celebra mais um ano de sucesso em Sagres

 

Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, realizado entre 3 e 6 de outubro, voltou a transformar Sagres no epicentro da biodiversidade, acolhendo entusiastas de todo o mundo. Este ano, o evento contou com a presença de cerca de 1300 participantes de 29 nacionalidades, reafirmando o estatuto de Sagres como um dos melhores locais para a observação de aves e a exploração da natureza em Portugal.

Ao longo dos quatro dias de festival, os participantes tiveram a oportunidade única de se conectarem com a natureza, com uma programação rica e variada, que foi muito além das tradicionais sessões de observação de aves. 146 espécies diferentes foram identificadas, com destaque para o avistamento do raro Borrelho-ruivo (Charadrius morinellus), uma espécie migratória que atraiu especial atenção entre os observadores. Além disso, as atividades mostraram um lado diferente do Algarve, que vai muito além das suas praias: caminhadas, passeios, palestras e desafios especialmente desenhados para crianças garantiram momentos de aprendizagem e lazer para toda a família.

O evento, organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação Almargem, contou este ano com o envolvimento de 59 parceiros locais, incluindo alojamentos, restaurantes, empresas de animação turística e outros estabelecimentos da região. Esta cooperação demonstrou o impacto positivo que o festival tem na comunidade local, promovendo o turismo sustentável e destacando Sagres como um destino de eleição para quem procura um contacto mais profundo com a natureza.

Com um ambiente único e uma atmosfera de celebração da biodiversidade, o Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza é já uma referência não só para os amantes da ornitologia, mas também para todos os que querem descobrir o que de melhor o Algarve tem para oferecer. E, mais uma vez, Sagres brilhou como um palco privilegiado para esta celebração da vida selvagem.

https://www.cm-viladobispo.pt/pt/noticias/35457/festival-de-observacao-de-aves--atividades-de-natureza-celebra-mais-um-ano-de-sucesso-em-sagres.aspx#prettyPhoto

Maior evento nacional dedicado às aves e à Natureza arranca amanhã em Sagres

O Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, o maior evento dedicado às aves e à natureza no nosso país, começa amanhã, 3 de outubro. Até dia 6 de outubro centenas de pessoas rumarão a Sagres para descobrir a natureza da região e, em particular, a migração outonal das aves. 

Nesta 15ª edição, o programa do Festival inclui mais de 270 atividades, muitas delas gratuitas, desde saídas de barco para observar aves, golfinhos, grutas e falésias, até workshops de fotografia, pintura e ilustração, passando por passeios de caiaque, bicicleta e a pé, sem descurar os jogos e desafios para os mais novos. O programa está disponível online em www.birdwatchingsagres.com, e embora haja já atividades esgotadas, ainda há muito por onde escolher.

Para participar, basta ir ao Forte do Beliche, em Sagres, inscrever-se nas atividades pretendidas e obter a pulseira de participante que, para além da entrada nas atividades, dá direito a entrada grátis na Fortaleza de Sagres e no Museu de Vila do Bispo— Celeiro da História, além de descontos nos parceiros como restaurantes e alojamentos.

A decorrer um pouco por toda a península de Sagres, o programa do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza convida ainda os participantes a conhecerem o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

O evento organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação Almargem é patrocinado pela Fundação Sousa Cintra, pela Nadara e pelo Intermarché de Sagres.

https://www.cm-viladobispo.pt/pt/noticias/35448/maior-evento-nacional-dedicado-as-aves-e-a-natureza-arranca-amanha-em-sagres.aspx

sábado, 14 de outubro de 2023

Interações bióticas/abióticas, extinção e conservação de espécies

Biosfera é o subsistema do planeta Terra que integra todos os seus organismos vivos, os ambientes que habitam e as relações que estabelecem entre si. Se observarmos o ambiente à nossa volta, com atenção, facilmente nos apercebemos da enorme variedade de seres vivos existentes.

A diversidade biológica ou biodiversidade expressa o número e a variedade de formas de vida existentes num determinado ambiente, assegurando a produção de alimentos e, por exemplo, a reciclagem dos elementos essenciais, como o carbono, o oxigénio e o nitrogénio.

Nos ecossistemas (comunidade biótica + biótopo e suas interações), verifica-se uma constante interação entre os fatores abióticos (parâmetros físicos e químicos como a temperatura, a luz, o pH, o solo, a água, a humidade atmosférica) e os fatores bióticos (relações entre seres vivos pertencentes à mesma espécie – relações intraespecíficas e entre organismos de espécies diferentes – relações interespecíficas). Os ecossistemas tendem a manter-se em equilíbrio porque, face às mudanças constantes do meio ambiente, os seres vivos conseguem adaptar-se, permitindo a evolução dos ecossistemas no sentido de reposição do equilíbrio inicial.

As intervenções antrópicas têm vindo a afetar a dinâmica dos ecossistemas, diminuindo a capacidade de adaptação dos seres vivos, podendo causar o desaparecimento e a extinção de espécies. A extinção de determinada espécie consiste na diminuição gradual do número de indivíduos até ao seu completo desaparecimento. A extinção de uma espécie representa, pois, a perda irreversível de um potencial genético único.

Podem distinguir-se três tipos de extinção: de fundo, em massa e antropogénica. A extinção de fundo é um tipo natural de extinção associada a mecanismos de evolução biológica, causada por alterações do meio ambiente e consequente desaparecimento das espécies que não se encontram adaptadas. A extinção em massa, também devida a causas naturais, reporta-se à morte de um grande número de espécies em consequência de um mesmo evento catastrófico cujos impactes podem fazer-se sentir local ou globalmente (vulcões, furacões, queda de meteoritos). A extinção antropogénica é provocada pela ação do ser humano.

A extinção de muitas espécies deve-se, fundamentalmente, à destruição do habitat e à sua fragmentação excessiva, à introdução e proliferação de espécies exóticas e invasoras, à exploração excessiva, através da caça e da pesca, dos recursos biológicos e à redução do potencial genético aquando do aumento do cruzamento entre indivíduos geneticamente próximos (consanguinidade).

É urgente o desenvolvimento de ações que previnam e atenuam o desaparecimento de espécies, neutralizando e eliminando as causas da extinção. A criação e a gestão de áreas protegidas, a aposta na investigação científica em prol da conservação da natureza e a dinamização de campanhas de sensibilização são exemplos de medidas que podem inverter a tendência de declínio das espécies.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Malta, rodeada de água e à procura dela

 https://ensina.rtp.pt/artigo/malta-rodeada-de-agua-e-a-procura-dela/

Malta é o mais pequeno país da União Europeia e o que tem maiores problemas de escassez de água potável. Para ajudar a resolver o problema, fundos europeus são aplicados, não apenas na dessalinização da água do mar, como em projetos de saneamento básico e apoio à agricultura.

A localização de Malta, em pleno Mediterrâneo, permitiu a presença de vários povos no seu território, ao longo da História. Por lá passaram fenícios, gregos e romanos, árabes, normandos, espanhóis, franceses e britânicos, sendo que destes últimos só conseguiram tornar-se independentes em 1964. É membro da União Europeia (UE) desde 2004. É uma economia que vive de importações. Só produz cerca de 20 por cento dos seus alimentos e não produz qualquer tipo de energia. Os têxtéis, além do turismo, são a sua grande fonte de rendimento.

Estamos habituados às imagens de praias turquesa do mar que banha as ilhas que compõem este arquipélago que atrai, todos os anos, cerca de dois milhões de turistas. Mas o facto é que em Malta, onde residem de forma permanente 430 mil pessoas, poderia aplicar-se a expressão “morrer de sede à beira do mar”. Não há rios, nem lagoas, e ainda por cima chove muito pouco, neste país situado entre a Europa, o Norte de África e o Médio Oriente.

Os malteses procuram em permanência novas soluções para melhorarem a qualidade da água potável e as infraestruturas de saneamento básico. Nesse sentido, a UE apoia vários projetos por todo o país. Fábricas de dessalinização de água do mar, acompanhando novas tecnologias de purificação, melhoramento da rede hídrica de distribuição e tratamento de águas residuais para apoio à agricultura. O saneamento básico é outro grande problema – parte do país ainda usa fossas sépticas.

A Energia que nos Consome

 https://ensina.rtp.pt/artigo/a-energia-que-nos-consome/

Vivemos uma era na qual por um lado temos possibilidades tecnológicas como nunca à nossa disposição. Por outro temos a pressão do crescimento demográfico e as ameaças da escassez dos recursos, da poluição e das alterações climáticas. Como podemos satisfazer as necessidades energéticas de uma forma sustentável, sem pôr em risco a permanência neste planeta?

Físicos, teóricos do futuro, cientistas, políticos concordam numa resposta: só com uma revolução energética. Os recursos estão a gastar-se a um ritmo alucinante e a Terra está a definhar. As alternativas são poucas e insuficientes, além de que o investimento nelas é ainda muito baixo em comparação com a exploração que se mantém dos “motores” que têm poluído o planeta, como os hidrocarbonetos – o petróleo ou o carvão – e os combustíveis fósseis, como, por exemplo, o gás natural.

Ao dispor e causando grande controvérsia, temos a energia de fissão – designada de nuclear -, que por mais perigosa que seja nas mãos erradas, no momento errado, para fins letais, tem ainda um problema para o qual não parece existir solução: a toxicidade dos resíduos – a sua radioatividade. O sonho de quem se dedica a desbravar o futuro é o da a energia de fusão – a do sol e das estrelas numa escala gigantesca. Seria uma energia totalmente limpa, mas que não está ainda no quadro de qualquer horizonte temporal.

Por enquanto, os investimentos são pedidos sobretudo para as ditas energias renováveis, como a que podemos aproveitar das ondas do mar ou do vento, por exemplo. É a transição para a chamada energia verde, mas que claramente não dá resposta às necessidades crescentes, nem tão pouco contrapõe os malefícios das energias poluentes que dominam. Basta fixar este número: no nosso mundo são emitidas 23 mil milhões de toneladas de carbono por ano.

A Bioeconomia da Floresta, o exemplo sueco

 https://ensina.rtp.pt/artigo/a-bioeconomia-da-floresta-o-exemplo-sueco/

Como se gere a floresta na Suécia? Uma fonte económica que parece não ter fim, num país onde, ao mesmo tempo, há cada vez mais árvores. O lema é: fazer mais, com menos e de forma mais sustentável. Uma economia que passou de linear a circular com base nos recursos renováveis e em nome da conservação da biodiversidade e da descarbonização.

Para mostrar que a madeira dá para muito mais do que para pasta de papel e mobiliário, na Suécia revelam-se projetos inovadores como o de uma impressora 3D que, em poucas horas, imprime caiaques a partir de granulado de madeira e milho. Reduz-se a pegada ecológica e dá-se asas à imaginação. O futuro passa pela descoberta, como sempre, de como fazer mais e melhor. Neste país, por cada árvore cortada, plantam-se duas. Uma equação que tem rendido a nível económico e ambiental.

Aumentar o valor da floresta vai ao encontro da bioeconomia circular: uma combinação de processos com a utilização de recursos renováveis, num ciclo que pretende reduzir o desperdício e ao mesmo tempo incentiva a durabilidade, a reciclagem e a reutilização. Neste caso permite aumentar o valor gerado pela floresta tendo por base o desenvolvimento sustentável.

A Suécia revela-se um país exemplo neste tipo de economia florestal ao dar destaque às atividades que aproveitam a biomassa e outros materiais da floresta e ao reaproveitamento dos resíduos gerados durante os processos industriais do setor. É também um país a seguir no que toca às dinâmicas que contribuem para a preservação e equilíbrio dos ecossistemas florestais e da sua biodiversidade.

O Regresso dos Castores

 https://ensina.rtp.pt/artigo/o-regresso-dos-castores/

O poder da natureza revela-se insuperável. Surgindo condições, a vida pode mesmo voltar aonde parecia ter desaparecido para sempre. Dois séculos depois de terem sido dizimados no Luxemburgo, os castores estão de volta. Para os seus trabalhos de construção, mas também como percursores de toda uma nova biodiversidade nas áreas onde estão a instalar-se.

No século XIX, estes roedores foram caçados até à extinção na zona que é hoje o Luxemburgo, ainda o grão-ducado não era independente. Os agricultores não queriam os terrenos inundados, outros vendiam a sua valiosa pele e até uma das suas segregações corporais era usada pelos farmacêuticos. Morreram todos. Não só ali como em quase toda a Europa. Até agora.

Os diques feitos de árvores cortadas com os seus poderosos dentes estão a dar ao Luxemburgo, não apenas novos contornos paisagísticos, mas a criação de condições para todo um novo ecossistema. Anfíbios nunca por ali vistos, insetos vindos de outras paragens, aves e peixes e toda uma panóplia de plantas que não existiam no país vivem agora junto às colónias dos castores.

O triunfo ecológico é tal que se suspeita que da mesma forma que os castores voltaram, estão agora eles a criar condições para o regresso de outras espécies: o lobo e a lontra. Os castores estão protegidos pela Diretiva Europeia Habitat de 1992. Os biólogos consideram-nos uma das espécies-chave do continente europeu precisamente porque a sua presença cria lugares de grande biodiversidade.

Árvores que tombam, planeta que agoniza

 https://ensina.rtp.pt/artigo/arvores-que-tombam-planeta-que-agoniza/

Todos os anos são abatidos dez milhões de hectares de floresta no planeta. Mesmo com as replantações em curso, por dia desaparece uma área equivalente à cidade de Paris. A União Europeia é um dos maiores importadores de produtos que alimentam o abate de árvores: soja, óleo de palma, carne de vaca e madeira.

As florestas, que cobrem 30 por cento da superfície terrestre, são um bem global. Garantem-nos o ar, purificam-nos a água, são a casa de povos indígenas, tal como o habitat de milhões de animais e plantas. São chamadas de “pulmões do mundo”, ao reterem cerca de dois quintos de todo o carbono armazenado no planeta.

Fonte de riqueza económica, fornecerem madeiras, combustíveis e alimentos, o que tem levado, em parte, à sua devastação. As florestas tropicais são as mais afetadas pelo desmatamento e os europeus são dos que mais contribuem para isso, particularmente através das importações alimentares.

Em 2020 a perda de zonas arborizadas no mundo foi superior a 100 quilómetros quadrados por dia, segundo informação das Nações Unidas. Na União Europeia, apesar das políticas de reflorestação mostrarem um crescimento das áreas florestais na última década, dados do Parlamento Europeu, revelam que há países, como Portugal, que continuam em défice.

Novo clima: uma questão de recursos e de consciência

https://ensina.rtp.pt/artigo/novo-clima-uma-questao-de-recursos-e-de-consciencia/

A Finlândia estabeleceu 2035 para a meta da neutralidade carbónica, enquanto a União Europeia se propõe alcançá-la até 2050. Díficil? Sem dúvida, mas os finlandeses acreditam no trabalho em conjunto para a alteração dos padrões de consumo energético. A floresta, que cobre dois terços do país, fornece a matéria prima de excelência para muitas das mudanças em curso.

Consciência climática, recursos locais e sustentáveis e trabalho em conjunto de empresários, organismos públicos e população. São os ingredientes finlandeses para a meta de emissões de carbono que faça retomar o equilíbrio ambiental. E tudo parece indicar que a fórmula funciona. A Carélia do Norte, na zona oriental do país, tem-se revelado uma incubadora de projetos tão ambiciosos que vão além da própria linha nacional traçada para a redução das emissões de CO2 – responsáveis pelo aquecimento do planeta.

Na região encontra-se uma rede de supermercados que é por si só um exemplo de autossustentabilidade: pertence a uma cooperativa de produtores agrícolas que assim escoam os seus produtos regionalmente. Esta cadeia de distribuição é agora também notada por ter forrado os tetos das superfícies comerciais com painéis solares que já produzem 20% de toda a energia anual consumida pelos supermercados.

Outro exemplo de como aproveitar o que a natureza dá é através da floresta que cobre grande parte do país. A madeira, que foi sempre uma fonte de sustento para a economia da Finlândia, está agora a servir centrais térmicas, em substituição dos combustíveis fósseis e é também utilizada na construção, de forma cada vez mais predominante. Por exemplo, em edifícios de dezenas de andares onde o betão tem apenas lugar nas fundações.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Em 30 anos derreteram 28 biliões de toneladas de gelo

Um grupo de cientistas britânicos concluiu que, nos últimos 30 anos, a Terra perdeu 28 biliões de toneladas de gelo devido ao aquecimento global, exponenciado pelo efeito de estufa que, por sua vez, foi intensificado pela poluição atmosférica.

Os cientistas, das universidades de Leeds e Edimburgo e do Colégio Universitário de Londres, estudaram imagens de satélite dos pólos, cordilheiras montanhosas e glaciares para calcular quanto gelo se perdeu. Os resultados são “impressionantes” e a equipa concluiu que, até ao final do século, o nível da água poderá subir um metro por causa do degelo nos pólos.

“Para contextualizar, cada centímetro de subida da água do mar significa que cerca de um milhão de pessoas será deslocada das suas terras em terrenos baixos”, disse Andy Shepherd, director do Centro de Observação e Modelação Polar da Universidade de Leeds, ao jornal britânico The Guardian.

Os cientistas fazem ainda uma série de alertas relativamente ao desaparecimento do gelo no planeta. Com menos gelo nos pólos, a Terra perde capacidade de reflectir luz solar e irá aquecer mais depressa; além disso, a água gelada que provem de glaciares derretidos ameaça ecossistemas e comunidades em vários pontos do globo.

“Há poucas dúvidas de que a maioria da perda de gelo na Terra é uma consequência directa do aquecimento global”, refere um resumo da investigação, publicado na revista científica Cryosphere Discussions.

Andy Shepherd acrescentou que este estudo foi “a primeira vez que alguém olhou para todo o gelo que está a desaparecer do planeta inteiro”. “O que encontrámos atordoou-nos”, disse.

A investigação utilizou imagens de vários continentes, além da Antárctida e da Gronelândia, procurando analisar a progressão do degelo na Terra entre 1994 e 2017.

“Vinte e oito biliões de toneladas de gelo cobririam toda a superfície do Reino Unido com uma camada de gelo com 100 metros de espessura. É surpreendente”, disse Tom Slater, um dos investigadores da Universidade de Leeds.

https://www.publico.pt/2020/08/23/ciencia/noticia/30-anos-derreteram-28-bilioes-toneladas-gelo-1929009


segunda-feira, 29 de julho de 2019

“Ou nos preparamos hoje para as alterações climáticas ou pagamos um preço devastador amanhã”, alerta comissário europeu


Christos Stylianides sublinhou durante o discurso de abertura da cimeira pelas alterações climáticas, que nenhum país está imune às alterações climáticas e que “nenhum país deve combater a enormidade deste desafio sozinho”, dando destaque à importância das parcerias entre os setores público e privado como o “próximo passo em frente”.

O Comissário Europeu integrou no painel de abertura da 4.ª Conferência Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas (ECCA 2019), juntamente com o Ministro do Ambiente João Matos Fernandes e o Presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina. É a primeira vez que este evento se realiza num país do Sul da Europa. Durante três dias vão ser apresentados estudos e partilhadas experiências sobre temas variados, que vão dos incêndios florestais extremos à inovação e resiliência urbana, passando pelos serviços da ciência para os sistemas de tomada de decisão e pela adaptação de infraestruturas urbanas ou de negócios à nova realidade.

Para além da cooperação entre os dois setores, Stylianides aproveitou o momento para destacar as Estratégias para Adaptção às Alterações Climáticas, nomeadamente refinar o conhecimento com conferências como esta e programas europeus como o Copernicus (sistema satélite de observação da Terra); “o reforço da cooperação público-privada”, nomeadamente com o setor dos seguros, para prevenir riscos e compensar perdas; e a “aposta em investimentos e infraestruturas resilientes”.

Christos Stylianides aproveitou o momento para relembrar lançado “rescEU” – o Mecanismo Europeu  Proteção Civil, que serve de “resposta coletiva” ou “rede de segurança” para eventos extremos como os incêndios florestais. “O rescEU é uma rede de segurança. Uma rede disponível para quando as nações estão sobrecarregadas”, afirmou.

O programa foi desenhado para ajudar as cidades em risco e fortalecer a resistência urbana, capacitando, preparando, respondendo e recuperando de ameaças significativas com o mínimo de danos.

Ao longo de três dias, em 580 apresentações, o encontro será a maior edição da conferência bienal, que se realiza pela primeira vez num país do sul da Europa.

A conferência centra-se em temas como os incêndios florestais, a necessidade de o setor empresarial privado ter que se adaptar às mudanças trazidas pelo aquecimento global, as zonas verdes nas cidades, inovação na maneira como as cidades são desenhadas e geridas e iniciativas dirigidas à juventude, entre outros.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Jovens e responsáveis governamentais de todo o mundo discutem sustentabilidade em Lisboa


A Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e o Fórum da Juventude “Lisboa+21” regressam a Lisboa 21 anos depois de Portugal ter organizado este evento, em 1998. Centenas de responsáveis governamentais pela área da juventude, jovens e representantes de organizações internacionais vão reunir-se numa Conferência Mundial que pretende desencadear um debate sobre temas emergentes da juventude, entre os quais o desenvolvimento sustentável e a crise climática.

Em declarações à agência Lusa o ministro da Educação, responsável pela pasta da juventude e anfitrião da conferência, explicou que o objectivo é construir com os jovens de hoje o futuro de amanhã uma vez que serão eles a passar o testemunho. “É com os jovens que temos de construir o objectivo do desenvolvimento sustentável. São eles que comunicam à geração seguinte as premências do seu tempo”, disse Tiago Brandão Rodrigues em declarações à Lusa a propósito do evento que está a ser organizado também pelo Conselho Nacional da Juventude.


Na opinião do presidente do Conselho Nacional da Juventude, Hugo Carvalho, em 1998 Portugal deu um grande passo ao organizar a I Conferência Mundial de ministros da Juventude sob a égide das Nações Unidas.

Vinte e um anos depois, sustenta Hugo Carvalho, Portugal volta a ser arrojado, organizando um novo encontro com o endosso das Nações Unidas, mas com a particularidade inédita de ser em parceria com as estruturas de juventude. “Há o inédito de os ministros estarem sentados ao lado dos representantes legais dos jovens dos seus países”, disse Hugo Carvalho adiantando que é importante acabar com a lógica de auscultar os jovens decidindo depois sem ter em conta as suas opiniões.

Em 1998, o Governo Português, em cooperação com os parceiros do Sistema das Nações Unidas, organizou a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, que se tornou um marco no trabalho em torno das políticas de Juventude.

Na Declaração final, ministros e demais líderes mundiais presentes, comprometeram-se a trabalhar com a Juventude num conjunto de políticas e programas que fossem ao encontro das preocupações dos jovens e melhorassem as suas vidas.

Estes compromissos cobriam as áreas prioritárias do sector, tal como definido no Programa Mundial de Acção para a Juventude, adoptado em 1995 pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Agora, os Estados são chamados a intensificar os seus compromissos para integrar a perspectiva da Juventude na implementação da Agenda 2030 e da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e do Fórum da Juventude “Lisboa+21” resultará uma Declaração renovada sobre Políticas e Programas de Juventude (Lisboa+21), no quadro da Agenda 2030.

Segundo o ministro da Educação, a agenda 2030 tem grande ambição dentro do sistema das Nações Unidas para que países possam entender que compromissos podem assumir para pelo menos uma geração e que os jovens têm de ser co-decisores nas políticas de juventude.

O conhecimento, a influência e a iniciativa dos jovens são, na opinião de Tiago Brandão Rodrigues, essenciais para que possam ser alcançados os objectivos da agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. “Nesta conferência é preciso pensar que caminho fizemos de 1998 até agora, que ferramentas temos, que políticas públicas, que formas temos de nos organizar com os jovens para cumprir a agenda 2030”, disse adiantando que os jovens são garante de sustentabilidade, segurança e paz sendo por isso necessário construir com eles objectivos de desenvolvimento sustentável. “É com os jovens que temos de construir objectivos de desenvolvimento sustentável que possam ser alcançáveis. Sã os 1,8 mil milhões de jovens que darão a herança às próximas gerações comunicando à geração seguinte as premências emergentes do seu tempo”, frisou,

O ministro da Educação, anfitrião da Conferência intervêm na sessão de abertura, assim como o fará o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e o primeiro-ministro português, António Costa, encerram os trabalhos no domingo.

Marcam ainda presença nesta Conferência Mundial a Presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas, María Fernanda Espinosa Garcés, e a Enviada do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Juventude, Jayathma Wickramanayake.

“Lisboa+21” é organizada pelo Governo Português – através do Ministério da Educação – e pelo Conselho Nacional de Juventude, com o endosso do Gabinete da Enviada do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Juventude, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Fundo das Nações Unidas de Apoio à População (UNFPA) e o Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA).

segunda-feira, 8 de julho de 2019

McDonald’s elimina tampa do McFlurry e embalagens plásticas das saladas


O McDonald’s irá remover as tampas de plástico do gelado McFlurry a partir de setembro em todos os seus restaurantes do Reino Unido.

O gigante norte-americano tem tomado medidas que visam tornar-se mais ecológico, no ano passado substituiu os 8 mil milhões de palhinhas de plástico usados anualmente pelos clientes do Reino Unido por palhinhas de papel.

A eliminação da tampa de plástico do McFlurry será acompanhada pela transformação das embalagens de plástico das suas saladas, estas serão servidas em caixas de cartão, 50% recicladas.

No total, espera-se que estas duas mudanças reduzam os resíduos plásticos em cerca de 485 toneladas por ano.

Beth Hart, diretora da cadeia de fornecimento da McDonald’s no Reino Unido e na Irlanda, disse: “É o último passo na nossa jornada de sustentabilidade. Estamos empenhados em ouvir os nossos clientes e encontrar soluções junto dos nossos fornecedores. Este é o mais recente exemplo – mas de forma alguma o último”.

A cadeia americana tomou medidas nos últimos anos para aumentar suas credenciais ecológicas e se posicionar como uma empresa ambientalmente responsável.

Depois do anúncio de que a McDonald’s iria trazer de volta os sabores Oreo, Maltesers e Smarties nos McFlurries, fica-se a saber também que poderão ser comidos sem prejudicar tanto o ambiente.