O mais recente relatório da WWF (World Wide Fund for Nature), uma organização não-governamental ambientalista, revela 163 novas espécies identificados durante 2008, na região asiática do Grand Mekong. Entre as criaturas mais bizarras pode encontrar-se uma rã com dentes que se alimenta de aves e uma osga de olhos laranja e pintas de leopardo.
O relatório, denominado ‘Close Encounters’, refere que no ano passado os cientistas identificaram 100 novas plantas, 28 peixes, 18 répteis, 14 anfíbios, dois mamíferos e uma ave nas selvas e rios no sudoeste asiático, nos seis banhados pelo Rio Mekong: China, Cambodja, Laos, Birmânia, Tailândia e Vietname.
Coube a Stuart Chapman, director da WWF, apresentar o relatório que acrescenta as novas descobertas às cerca de 1000 espécies já identificadas na região entre 1997 e 2007.
“Depois de vários milénios escondidas, estas espécies estão agora finalmente sob os holofotes e, certamente, existem ainda muitas mais à espera de serem descobertas”.
Uma das novas criaturas é a Limnonectes megastomias, uma rã com dentes que vive em pequenos riachos tailandeses. Após alguns estudos, a equipa de cientistas que analisou o local, anunciou a descoberta de penas nas fezes do animal, o que significa que a sua alimentação inclui aves, além de outros anfíbios e insectos.
A osga Cat Ba (Goniurosaurus catbaensis), habitante das Ilhas Cat Ba, no Vietname, tem grandes olhos de cor lararanja e um corpo coberto de pintas, à semelhança dos leopardos.
Quando um dos cientistas se preparava para capturar a osga descobriu, acidentalmente, uma nova espécie de víbora.
“Estávamos concentrados a tentar apanhar a nova espécie de osga. Foi nesse momento que o meu filho me alertou que a meros centímetros de distância da minha cabeça estava uma víbora! Decidimos capturá-la e só depois percebemos que era uma espécie desconhecida.”, contou Lee Grismer, da Universidade La Sierra da Califórnia.
A víbora Cryptelytrops honsonensis, mede um metro e apresenta 92 listas amarelas que ziguezagueiam pelo seu corpo.
O relatório da organização alerta ainda para os perigos que as alterações climatéricas poderão ter na sobrevivência destas espécies.
Luís Murteira Nunes
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