Um trabalho trabalho já publicado online na revista Animal Conservation revela as populações de sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans) do Parque Natural da Serra da Estrela sofreram um acentuado declínio como resultado de um surto de quitridiomicose, doença que pode levar à extinção local da espécie.
A quitidriomicose é uma doença infeciosa causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis que é reconhecida, na atualidade, como uma das duas mais sérias ameaças globais para os anfíbios. Com efeito, o fungo que se pensa ter tido origem em África e que se espalhou por todo o mundo já causou várias extinções, tendo o primeiro caso de infeção na Península Ibérica sido registado há cerca de 10 anos.
Em agosto de 2009 foram encontradas centenas de sapos-parteiros-comuns mortos nas água de um lago e nas suas imediações, no interior do Parque Serra da Estrela (PNSE), o que motivou a realização de um estudo para determinar o impacto de uma nova epidemia da doença nas populações da área protegida. Este trabalho foi levado a cabo em 2010 e 2011, por uma equipa liderada pelo biólogo Gonçalo M. Rosa, investigador do Durrell Institute of Conservation and Ecology (Universidade de Kent) e do Centro de Biologia Ambiental da (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa).
Os resultados da investigação revelaram que as populações de sapo-parteiro-comum do PNSE se encontram numa situação precária, e sugerem que isto pode ter sido causado por um surto de quitridiomicose. Com efeito, os investigadores observaram uma redução de 67% da área de ocorrência da espécie, detetaram uma redução de 84% nos locais de reprodução e verificaram que nos restantes locais (16%) as larvas são menos abundantes e grande parte está infetada pelo Batrachochytrium dendrobatidis. Deste modo, os autores do trabalho concluem que é urgente implementar medidas de conservação para evitar a extinção local da espécie.
Fontes: Filipa Alves/onlinelibrary.wiley.com e www.wildlifeextra.com
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