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sábado, 14 de outubro de 2023

Lamarckismo, do darwinismo e da perspetiva neodarwinista

A explicação da grande diversidade de seres vivos no nosso planeta sempre foi uma questão central no pensamento humano. A longo do tempo foram surgindo tentativas explicativas da evolução dos seres vivos. Lamarck e Darwin (século XIX) foram os principais defensores das ideias evolucionistas, que admitem uma evolução constante, lenta e gradual dos seres vivos, desde os mais simples aos mais complexos.

Para Lamarck, a necessidade de adaptação ao meio desencadeia, em cada indivíduo, o seu processo evolutivo, através do uso e do desuso contínuo de determinados órgãos (Lei do Uso e do Desuso), levando ao seu maior desenvolvimento ou ao seu desaparecimento (ou atrofia), respetivamente.  

Pode dizer-se que a função que certa estrutura desempenha é importante na determinação da sua estrutura e adaptação ao meio. Todas estas alterações individuais, que surgem em consequência da adaptação ao meio, são transmitidas à descendência (Lei Transmissão dos Caracteres Adquiridos).  

Embora as ideias sugeridas por Lamarck tenham tido uma enorme importância, enquanto primeira tentativa de explicação do mecanismo de evolução, não são aceites atualmente pela comunidade científica. 

Segundo a teoria de Darwin, o Darwinismo, entre os indivíduos de uma população ancestral há variabilidade intraespecífica. Face a alterações do meio ambiente (pressões seletivas), os indivíduos mais bem adaptados (com as características mais vantajosas) a essas novas condições ambientais são selecionados e conseguirão sobreviver mais tempo que os outros (seleção natural).  

Os indivíduos mais aptos reproduzir-se-ão mais. Esta reprodução diferencial leva à acumulação de características adequadas a cada uma das condições ambientais, passando a haver mais descendentes com essas características na geração seguinte. 

No século XX encontraram-se as causas para a variabilidade intraespecífica existente nas populações que sofrem evolução (que Darwin não conseguiu explicar). O Neodarwinismo vem explicitar os fatores que promovem essa diversidade de seres vivos no seio de uma população: ocorrência de mutações e de recombinações génicas (meiose, através do crossing-over e da disjunção aleatória dos cromossomas homólogos, e fecundação, devido à junção aleatória dos gâmetas). As pressões seletivas (o ambiente) conduzem à seleção natural dos indivíduos mais aptos e, consequentemente, à sua sobrevivência diferencial. A reprodução diferencial promove o aumento da frequência dos genes responsáveis pelas novas características, mais vantajosas, alterando a frequência de determinados genes na população. 

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