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segunda-feira, 13 de março de 2023

Tendências da seca no Corno de África são piores do que na fome de 2011

O alerta é do Centro de Previsão e Aplicação Climática da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento.

As perspetivas da seca histórica no Corno de África são agora piores do que a situação que ocorreu em 2011, quando pelo menos 250 mil pessoas morreram de fome, alertou hoje um centro de estudos climáticos.

"Esta pode ser a sexta temporada de chuvas consecutiva falhada" na região, que inclui Somália, Etiópia e Quénia, revelou o Centro de Previsão e Aplicação Climática da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês), já que são esperadas chuvas abaixo do normal na estação chuvosa dos próximos três meses.

A seca, a mais longa de que há registo na Somália, dura há quase três anos, dezenas de milhares de pessoas terão já morrido e mais de um milhão foram deslocadas, de acordo com as Nações Unidas.

No mês passado, o coordenador da ONU na Somália alertou que o excesso de mortes neste país “quase certamente” superará as da fome declarada em 2011.

Cerca de 23 milhões de pessoas estarão em situação de elevada insegurança alimentar na Somália, Etiópia e Quénia, de acordo com estimativas de um grupo de trabalho de segurança alimentar presidido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a IGAD.

Já morreram 11 milhões de animais essenciais para muitas famílias, e muitas pessoas afetadas em toda a região são pastores ou agricultores que viram as colheitas murcharem e as fontes de água secarem.

Além disso, a guerra na Ucrânia afetou a resposta humanitária, uma vez que os doadores tradicionais na Europa desviam fundos para a crise mais perto dos seus países, refere ainda a organização regional em comunicado.

O secretário-executivo da IGAD, Workneh Gebeyehu, pediu aos governos e parceiros para agirem "antes que seja tarde demais".

Aquário Vasco da Gama devolve ao meio natural peixes em risco de extinção

Serão libertados cerca de 900 peixes de água doce em perigo de extinção.

O Aquário Vasco da Gama vai libertar este mês cerca de 900 peixes de água doce em perigo de extinção, para repovoarem rios e ribeiras, com as populações em meio natural a serem depois monitorizadas.

De acordo com uma informação hoje divulgada pela Marinha Portuguesa, na próxima terça-feira serão libertados peixes no concelho de Grândola e a 23 de março no concelho de Mafra.

A iniciativa, uma parceria do Aquário com o MARE-ISPA (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do ISPA – Instituto Universitário), e com a Faculdade de Medicina Veterinária, insere-se no projeto “Conservação ex situ de organismos fluviais”, que tem como objetivo reproduzir e manter espécies nativas de peixes de água doce da fauna portuguesa, “criticamente em perigo”, para repovoamento dos seus rios de origem.

A Marinha explica em comunicado que os rios serão depois visitados e as populações de peixes serão monitorizadas pelos investigadores do MARE-ISPA.

“Esta é uma forma de proteger as espécies consideradas criticamente em perigo devido à redução das populações no meio natural, provocada por vários fatores: descargas de poluentes, ocorrência cada vez mais frequente de verões prolongados e secos, destruição da vegetação das margens e proliferação de espécies invasoras vegetais e animais”, salienta-se no comunicado.

Na terça-feira serão libertadas na ribeira de Grândola 600 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum), nascidas no Aquário e descendentes de exemplares capturados na mesma ribeira.

Trata-se, salienta-se no comunicado, de uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal, nas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Sado e nas pequenas ribeiras da região Oeste e da região entre o Sado e o Mira.

No dia 23 são libertados no rio Safarujo, Mafra, 300 ruivacos-do-oeste (Achondrostoma occidentale), igualmente nascidos no Aquário e descendentes de exemplares capturados no mesmo rio.

Esta é também uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal e apenas em três rios: Safarujo, Alcabrichel e Sizandro.

A Marinha Portuguesa refere no comunicado que este mês o Aquário Vasco da Gama já fez mais duas ações do género, uma na quinta-feira, com a libertação de 35 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum), dois escalos-do-sul (Squalius pyrenaicus) e dois verdemãs (Cobitis paludica), no rio Jamor, de onde tinham sido resgatados no verão devido à seca.

Hoje, em Mértola, foram libertados 60 saramugos (Anaecypris hispanica), uma espécie considerada criticamente em perigo e que apenas existe na Península Ibérica, na bacia do Guadiana.

O Aquário Vasco da Gama, um dos aquários públicos mais antigos do mundo, foi inaugurado a 20 de maio de 1898 e entregue em 1901 à Marinha Portuguesa.

Desflorestação na Amazónia brasileira disparou 61,8% em fevereiro

Foram devastados, em fevereiro, 322 quilómetros quadrados de vegetação nativa na Amazónia.

A desflorestação na Amazónia brasileira disparou 61,8% em fevereiro em relação ao mesmo período de 2022 e antes mesmo do final do mês já era o maior do período desde o início da medição, anunciou hoje o Governo.

Segundo dados do sistema de alerta de desflorestação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no mês passado foram devastados 322 quilómetros quadrados de vegetação nativa na Amazónia.

Além de ultrapassar significativamente os 199 quilómetros quadrados destruídos no mesmo mês de 2022, esta é a maior devastação registada para um mês de fevereiro desde 2015, quando o Governo começou a medir com o Sistema de Deteção do Desmatamento da Amazónia Legal em Tempo Real (Deter).

A área destruída no bioma no mês passado também foi 93,3% maior do que em janeiro, quando perdeu 166,58 quilómetros quadrados.

No primeiro mês do ano, a desflorestação da maior floresta tropical do planeta registou uma forte queda (-61,3%) na comparação interanual e recuou 27% em relação a dezembro.

Naquele mês, porém, especialistas enfatizaram que os dados eram parciais, já que a densa nebulosidade registada sobre o bioma em janeiro impediu que os satélites captassem áreas devastadas em mais de metade da Amazónia brasileira.

Assim, é bem possível que em fevereiro o Deter tenha registado a devastação que não conseguiu captar em janeiro.

Em 2022, a Amazónia brasileira perdeu 10.278 quilómetros quadrados de cobertura vegetal, um nível nunca antes visto desde que a medição com o Deter é realizada no Brasil.

A destruição do bioma aumentou quase 60% nos quatro anos do Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) em relação ao quadriénio anterior devido à falta de controlos e ao enfraquecimento dos órgãos ambientais, já que o líder de extrema-direita brasileira defende a exploração dos recursos naturais na selva, mesmo em reservas indígenas, onde isto é proibido por lei.

A recuperação da Amazónia brasileira é um dos principais compromissos anunciados por Luiz Inácio Lula da Silva desde que foi eleito Presidente do gigante sul-americano, promessa que reiterou ao assumir o seu terceiro mandato, em 01 de janeiro.

No primeiro mês de mandato, Lula da Silva reativou o Fundo Amazónia, financiado pela Noruega e Alemanha, e do qual também anunciou a participação dos Estados Unidos. 

O chefe de Estado brasileiro revogou ainda medidas de Bolsonaro e criou um grupo com 17 ministérios para definir políticas de preservação da floresta.

O Governo brasileiro tem tentado combater a extração ilegal de metais preciosos no bioma após a crise sanitária descoberta na reserva Yanomami, causada pela invasão de cerca de 20 mil garimpeiros que ainda estão a ser expulsos do território indígena pelas autoridades.

"Acabámos de sair de um Governo que apoiava a desflorestação. Até que a fiscalização e o controlo cheguem a todo o território, os desflorestadores ilegais vão continuar a aproveitar-se para agir", disse Rómulo Batista, porta-voz da Amazónia da Greenpeace Brasil, atribuindo o aumento da devastação nos dois primeiros meses ao efeito das políticas de Bolsonaro.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

As Guardiãs do Sado

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O estuário do Sado é um dos poucos locais em Portugal onde ainda existem pradarias marinhas. Pescadoras e biólogas juntaram-se para salvar esta floresta do mar. Essencial à biodiversidade, protetor das zonas costeiras, regulador do clima e preponderante para a economia piscatória, este tipo de habitat encontra-se em declínio acelerado em todo o mundo.

São como searas verdes ondulantes agarradas ao fundo do rio onde o Sado se une ao mar, junto a Setúbal. Um território com mais de 23 mil hectares que é Reserva Natural. Ali nidificam e passam a invernada duas centenas de espécies de aves, ali se alberga uma população de golfinhos-roazes – os únicos cetáceos residentes que fazem do estuário local de alimentação e acasalamento em Portugal -, sendo que as pradarias têm uma extrema importância como maternidade para peixes e invertebrados.

As pradarias marinhas têm vindo a desaparecer a um ritmo demolidor em todo o mundo: a cada hora perde-se o equivalente a dois campos de futebol. São por isso considerados habitats em perigo de extinção. Sobrepesca e técnicas como arrasto de fundo, dragagens, contaminação da água por resíduos urbanos e industriais, construção de infraestrutas no litoral e eventos extremos associados às alterações climáticas estão entre as principais ameaças.

Com o objetivo de proteger este ecossistema, a Ocean Alive – a primeira cooperativa portuguesa dedicada à proteção do oceano – lançou um desafio às mulheres da comunidade piscatória do Sado. As pescadoras são agora guias marinhas, agentes de sensibilização em campanhas de mariscar sem lixo e juntaram-se aos cientistas como monitoras das pradarias. De barco, pelo areal ou no lodo, as guardiãs aprenderam o bem que é uma pradaria marinha e são agora líderes na alteração de comportamentos: o respeito total pela vida marinha.

Malta, rodeada de água e à procura dela

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Malta é o mais pequeno país da União Europeia e o que tem maiores problemas de escassez de água potável. Para ajudar a resolver o problema, fundos europeus são aplicados, não apenas na dessalinização da água do mar, como em projetos de saneamento básico e apoio à agricultura.

A localização de Malta, em pleno Mediterrâneo, permitiu a presença de vários povos no seu território, ao longo da História. Por lá passaram fenícios, gregos e romanos, árabes, normandos, espanhóis, franceses e britânicos, sendo que destes últimos só conseguiram tornar-se independentes em 1964. É membro da União Europeia (UE) desde 2004. É uma economia que vive de importações. Só produz cerca de 20 por cento dos seus alimentos e não produz qualquer tipo de energia. Os têxtéis, além do turismo, são a sua grande fonte de rendimento.

Estamos habituados às imagens de praias turquesa do mar que banha as ilhas que compõem este arquipélago que atrai, todos os anos, cerca de dois milhões de turistas. Mas o facto é que em Malta, onde residem de forma permanente 430 mil pessoas, poderia aplicar-se a expressão “morrer de sede à beira do mar”. Não há rios, nem lagoas, e ainda por cima chove muito pouco, neste país situado entre a Europa, o Norte de África e o Médio Oriente.

Os malteses procuram em permanência novas soluções para melhorarem a qualidade da água potável e as infraestruturas de saneamento básico. Nesse sentido, a UE apoia vários projetos por todo o país. Fábricas de dessalinização de água do mar, acompanhando novas tecnologias de purificação, melhoramento da rede hídrica de distribuição e tratamento de águas residuais para apoio à agricultura. O saneamento básico é outro grande problema – parte do país ainda usa fossas sépticas.

A Energia que nos Consome

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Vivemos uma era na qual por um lado temos possibilidades tecnológicas como nunca à nossa disposição. Por outro temos a pressão do crescimento demográfico e as ameaças da escassez dos recursos, da poluição e das alterações climáticas. Como podemos satisfazer as necessidades energéticas de uma forma sustentável, sem pôr em risco a permanência neste planeta?

Físicos, teóricos do futuro, cientistas, políticos concordam numa resposta: só com uma revolução energética. Os recursos estão a gastar-se a um ritmo alucinante e a Terra está a definhar. As alternativas são poucas e insuficientes, além de que o investimento nelas é ainda muito baixo em comparação com a exploração que se mantém dos “motores” que têm poluído o planeta, como os hidrocarbonetos – o petróleo ou o carvão – e os combustíveis fósseis, como, por exemplo, o gás natural.

Ao dispor e causando grande controvérsia, temos a energia de fissão – designada de nuclear -, que por mais perigosa que seja nas mãos erradas, no momento errado, para fins letais, tem ainda um problema para o qual não parece existir solução: a toxicidade dos resíduos – a sua radioatividade. O sonho de quem se dedica a desbravar o futuro é o da a energia de fusão – a do sol e das estrelas numa escala gigantesca. Seria uma energia totalmente limpa, mas que não está ainda no quadro de qualquer horizonte temporal.

Por enquanto, os investimentos são pedidos sobretudo para as ditas energias renováveis, como a que podemos aproveitar das ondas do mar ou do vento, por exemplo. É a transição para a chamada energia verde, mas que claramente não dá resposta às necessidades crescentes, nem tão pouco contrapõe os malefícios das energias poluentes que dominam. Basta fixar este número: no nosso mundo são emitidas 23 mil milhões de toneladas de carbono por ano.

A Bioeconomia da Floresta, o exemplo sueco

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Como se gere a floresta na Suécia? Uma fonte económica que parece não ter fim, num país onde, ao mesmo tempo, há cada vez mais árvores. O lema é: fazer mais, com menos e de forma mais sustentável. Uma economia que passou de linear a circular com base nos recursos renováveis e em nome da conservação da biodiversidade e da descarbonização.

Para mostrar que a madeira dá para muito mais do que para pasta de papel e mobiliário, na Suécia revelam-se projetos inovadores como o de uma impressora 3D que, em poucas horas, imprime caiaques a partir de granulado de madeira e milho. Reduz-se a pegada ecológica e dá-se asas à imaginação. O futuro passa pela descoberta, como sempre, de como fazer mais e melhor. Neste país, por cada árvore cortada, plantam-se duas. Uma equação que tem rendido a nível económico e ambiental.

Aumentar o valor da floresta vai ao encontro da bioeconomia circular: uma combinação de processos com a utilização de recursos renováveis, num ciclo que pretende reduzir o desperdício e ao mesmo tempo incentiva a durabilidade, a reciclagem e a reutilização. Neste caso permite aumentar o valor gerado pela floresta tendo por base o desenvolvimento sustentável.

A Suécia revela-se um país exemplo neste tipo de economia florestal ao dar destaque às atividades que aproveitam a biomassa e outros materiais da floresta e ao reaproveitamento dos resíduos gerados durante os processos industriais do setor. É também um país a seguir no que toca às dinâmicas que contribuem para a preservação e equilíbrio dos ecossistemas florestais e da sua biodiversidade.

O Regresso dos Castores

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O poder da natureza revela-se insuperável. Surgindo condições, a vida pode mesmo voltar aonde parecia ter desaparecido para sempre. Dois séculos depois de terem sido dizimados no Luxemburgo, os castores estão de volta. Para os seus trabalhos de construção, mas também como percursores de toda uma nova biodiversidade nas áreas onde estão a instalar-se.

No século XIX, estes roedores foram caçados até à extinção na zona que é hoje o Luxemburgo, ainda o grão-ducado não era independente. Os agricultores não queriam os terrenos inundados, outros vendiam a sua valiosa pele e até uma das suas segregações corporais era usada pelos farmacêuticos. Morreram todos. Não só ali como em quase toda a Europa. Até agora.

Os diques feitos de árvores cortadas com os seus poderosos dentes estão a dar ao Luxemburgo, não apenas novos contornos paisagísticos, mas a criação de condições para todo um novo ecossistema. Anfíbios nunca por ali vistos, insetos vindos de outras paragens, aves e peixes e toda uma panóplia de plantas que não existiam no país vivem agora junto às colónias dos castores.

O triunfo ecológico é tal que se suspeita que da mesma forma que os castores voltaram, estão agora eles a criar condições para o regresso de outras espécies: o lobo e a lontra. Os castores estão protegidos pela Diretiva Europeia Habitat de 1992. Os biólogos consideram-nos uma das espécies-chave do continente europeu precisamente porque a sua presença cria lugares de grande biodiversidade.

Árvores que tombam, planeta que agoniza

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Todos os anos são abatidos dez milhões de hectares de floresta no planeta. Mesmo com as replantações em curso, por dia desaparece uma área equivalente à cidade de Paris. A União Europeia é um dos maiores importadores de produtos que alimentam o abate de árvores: soja, óleo de palma, carne de vaca e madeira.

As florestas, que cobrem 30 por cento da superfície terrestre, são um bem global. Garantem-nos o ar, purificam-nos a água, são a casa de povos indígenas, tal como o habitat de milhões de animais e plantas. São chamadas de “pulmões do mundo”, ao reterem cerca de dois quintos de todo o carbono armazenado no planeta.

Fonte de riqueza económica, fornecerem madeiras, combustíveis e alimentos, o que tem levado, em parte, à sua devastação. As florestas tropicais são as mais afetadas pelo desmatamento e os europeus são dos que mais contribuem para isso, particularmente através das importações alimentares.

Em 2020 a perda de zonas arborizadas no mundo foi superior a 100 quilómetros quadrados por dia, segundo informação das Nações Unidas. Na União Europeia, apesar das políticas de reflorestação mostrarem um crescimento das áreas florestais na última década, dados do Parlamento Europeu, revelam que há países, como Portugal, que continuam em défice.

Novo clima: uma questão de recursos e de consciência

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A Finlândia estabeleceu 2035 para a meta da neutralidade carbónica, enquanto a União Europeia se propõe alcançá-la até 2050. Díficil? Sem dúvida, mas os finlandeses acreditam no trabalho em conjunto para a alteração dos padrões de consumo energético. A floresta, que cobre dois terços do país, fornece a matéria prima de excelência para muitas das mudanças em curso.

Consciência climática, recursos locais e sustentáveis e trabalho em conjunto de empresários, organismos públicos e população. São os ingredientes finlandeses para a meta de emissões de carbono que faça retomar o equilíbrio ambiental. E tudo parece indicar que a fórmula funciona. A Carélia do Norte, na zona oriental do país, tem-se revelado uma incubadora de projetos tão ambiciosos que vão além da própria linha nacional traçada para a redução das emissões de CO2 – responsáveis pelo aquecimento do planeta.

Na região encontra-se uma rede de supermercados que é por si só um exemplo de autossustentabilidade: pertence a uma cooperativa de produtores agrícolas que assim escoam os seus produtos regionalmente. Esta cadeia de distribuição é agora também notada por ter forrado os tetos das superfícies comerciais com painéis solares que já produzem 20% de toda a energia anual consumida pelos supermercados.

Outro exemplo de como aproveitar o que a natureza dá é através da floresta que cobre grande parte do país. A madeira, que foi sempre uma fonte de sustento para a economia da Finlândia, está agora a servir centrais térmicas, em substituição dos combustíveis fósseis e é também utilizada na construção, de forma cada vez mais predominante. Por exemplo, em edifícios de dezenas de andares onde o betão tem apenas lugar nas fundações.

Porque é que os vulcões entram em erupção?

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Desde o princípio do mundo que os vulcões acrescentam novos territórios ao nosso planeta, mas estas estruturas geológicas podem manter-se adormecidas milhares de anos. Então, o que os faz despertar? A resposta encontra-se no interior da Terra, em reservatórios subterrâneos, onde o magma, pressionado por altas temperaturas, começa a borbulhar até ser empurrado para o exterior destas aberturas, normalmente em forma de cone. O topo do vulcão parece uma panela de pressão a rebentar, atirando para a atmosfera toneladas de poeiras e rochas incandescentes que destroem tudo o que está no seu caminho. São autênticas fábricas de lava imprevisíveis. Basta um choque entre duas placas tectónicas para iniciar o processo. Placas quê?

Mondego: as espécies, da Serra da Estrela ao Atlântico


Uma pequena fonte, escondida no alto da Serra da Estrela, continua a assegurar que o Mondego, nos 234 quilómetros até à Figueira da Foz, dá vida a uma grande variedade de habitats e de vida selvagem. Espécies únicas, algumas, outras raras e em risco. Trata-se do maior rio nascido em território nacional, a 1500 metros de altitude, no concelho de Gouveia, entre o granito e os pinheiros da mais alta serra portuguesa. Aclamado por poetas e compositores e intimamente ligado à história de Portugal, no seu percurso encontramos uma série de ecossistemas reveladores da fauna endémica do país e da Península Ibérica. Pelo caminho até ao Atlântico, o Mondego é abrigo de répteis, peixes e aves. Ainda nas montanhas, encontramos o melro-d’água, a única ave europeia capaz de nadar. Já no planalto central, podemos ver o tritão-de-ventre-laranja ou a estrela dos anfíbios, a salamandra lusitânica – espécie em risco, devido à ameaça do habitat pelo excesso de intervenção humana nas margens do rio. Tritão-de-ventre-laranja. Nos campos de arroz do Baixo Mondego existe uma das maiores colónias europeias de milhafre-preto e a partir daí até ao mar, o grande estuário abre-se para as aves limícolas que com os seus excrementos incrementam a qualidade do sal extraído na Figueira da Foz. Este rio representa também um importante reduto peixes migradores: a lampreia, o sável e a savelha, por exemplo. Mas são cada vez menos já que os habitats foram sendo interrompidos pelas barragens. A tradição do sal no estuário do Mondego 

sábado, 11 de junho de 2022

Património Geológico da Ilha da Madeira

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Profundos vales incrustados entre os picos mais altos e falésias que percorrem grande parte da ilha fazem parte do património geológico da ilha da Madeira, que abordamos neste programa..

O património geológico da ilha da Madeira é constituído por todos os recurso naturais não renováveis como formações rochosas, acumulações sedimentares, paisagens, aspetos ou conteúdos estratigráficos e paleontológicos ou coleções de objetos geológicos de valor científico, cultural, educativo e de interesse paisagístico ou recreativo.

Os dias do vulcão

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O vulcão dos Capelinhos não causou mortes, mas teve grande impacto social e económico na ilha do Faial. Perderam-se casas e bens, e também um modo de vida. Os efeitos da erupção obrigaram metade da população a emigrar.

Com a atividade vulcânica, o Faial viveu durante 13 meses entre o medo e o fascínio. Os constantes tremores de terra, as colunas de cinzas, as explosões e a luz da lava que se elevava no céu, noite e dia, causavam sentimentos contraditórios entre a população.

O fenómeno obrigou ainda à paragem de toda a atividade económica naquela zona da ilha e a população viu-se obrigada a viver dos apoios e da ajuda do estado e de particulares. O pão, os legumes, a fruta e até a roupa chegavam regularmente em camiões da Legião Portuguesa para serem distribuídos.

No fim da erupção a ilha tinha crescido um par de quilómetros mas, devido às dificuldades que foram geradas, parte importante da população abandonou as suas casa e optou pela emigração, especialmente para os EUA.

O Eousdryosauros, um dinossauro herbívoro português

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Era um herbívoro pequeno e rápido. Deram-lhe o nome de "Eousdryosauros" e é uma espécie de dinossauro, descoberta na zona da Lourinhã que, pelo menos por enquanto, só foi identificado no nosso país.

Tinha pouco mais de meio metro de altura e viveu num mundo de gigantes durante o período Jurássico. Possivelmente escondia-se em florestas para escapar aos predadores, que durante aquele período alcançaram dimensões gigantescas.

A descoberta foi feita por particulares que se dedicam à busca de fósseis na zona da Lorinhã. O esqueleto está muito completo e promete trazer mais novidades ao mundo da paleontologia.

Nesta reportagem pode ouvir declarações de Bruno Silva, diretor do Laboratório de Paleontologia da Sociedade de História Natural, e de Fernando Escaso, paleontólogo do Laboratório de Paleontologia da Sociedade de História Natural.

Os fósseis marinhos de Santa Maria

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No meio do Oceano Atlântico há uma ilha que conta histórias com milhões de anos. É por isso que Santa Maria, a mais antiga do arquipélago dos Açores, é visitada por cientistas de todo o mundo. Os paleontólogos chamam-lhe "santuário de fósseis marinhos".

Na sua história geológica, Santa Maria “nasceu” duas vezes. A pequena ilha formada a partir de  um vulcão nas profundezas marinhas emergiu há cerca de oito milhões de anos, mas voltou a desaparecer nas águas. Foi depois de uma violenta erosão que a terra ficou de novo totalmente submersa e, durante esse período, acumulou uma espessa camada de sedimentos marinhos. Numa fase posterior registaram-se várias erupções que provocaram o seu reaparecimento à superfície.

A mais antiga das nove ilhas dos Açores, e a que está há mais tempo sem atividade vulcânica (dois milhões de anos), é por isso a única com rochedos calcários onde se escondem os fósseis marinhos, verdadeiros tesouros para paleontólogos, geólogos e biólogos que os identificam, catalogam e datam. Moluscos, crustáceos, corais, cetáceos, algas do mar e muitos outros organismos marinhos que aqui viveram em eras diferentes e se transformaram em animais de pedra, estão espalhados pelas cerca de 20 jazidas de Santa Maria, como a Pedra-Que-Pica, que terá sido formada há cinco milhões de anos.

As descobertas feitas na última década são já muitas e é com elas que os investigadores constroem pacientemente o passado de Santa Maria, quando esta era uma ilha solitária no meio do atlântico.

Fazemos uma viagem no tempo e descobrimos um património paleontológico único nesta reportagem realizada pela RTP quando acompanhou a 6.ª edição da expedição científica  “Paleontologia das Ilhas Atlânticas

domingo, 8 de maio de 2022

Seiscentas pegadas de dinossauros no Cabo Espichel

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As mais de 600 pegadas foram produzidas há cerca de 129 milhões de anos quando dinossauros - carnívoros e herbívoros - cruzaram um ambiente litoral que hoje se situa perto do Cabo Espichel, em Sesimbra.

Os elementos do Centro Português de Geo-História e Pré-História (CPGP) procuravam ossos de dinossauro quando, em 2019, encontraram as primeiras pegadas, que se distribuem por diferentes camadas datadas do período do Cretácico Inferior. Localizadas junto ao mar, estão expostas aos elementos e não foi fácil identificá-las nos primeiros contactos.

Não é possível atribuir as pegadas a dinossauros específicos, mas percebe- se que pertencem a terópodes – carnívoros com três dedos – e saurópodes e ornitópodes – normalmente herbívoros-, com médias e grandes dimensões. Há mais de 20 anos que os paleontólogos realizam pesquisas naquele território e esta descoberta vai contribuir para compreender melhor o comportamento dos animais e reconstituir o ambiente em que viveram.

Nesta reportagem pode ouvir as declarações de Silvério Figueiredo, presidente do CPGP.

O que é imunidade?

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O teu organismo tem uma proteção natural contra inimigos perigosos e invisíveis. Quando é atacado por parasitas, vírus, bactérias ou determinadas substâncias, envia um exército de soldados microscópicos para os eliminar. E se o intruso não for detetado pelo teu sistema de defesa? Temos um grande problema. Ou ficas gravemente doente ou, muito antes disso, desenvolves uma superproteção. Como? Injetando uma dose mínima do agente que provoca a infeção, para ensinar as tuas células a produzirem os anticorpos necessários. A solução é antiga, mas continua a ser a mais procurada no século XXI para resolver a pandemia da covid19. Chama-se vacina.

O ciclo das rochas

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As rochas transformam-se através de processos naturais e cíclicos, o que revela o sistema dinâmico da Terra. Uma rocha vai modificar-se para outro tipo consoante as condições a que é sujeita. Os sedimentos, por exemplo, formam-se a partir da meteorização e erosão e estes, por sua vez, através da diagénese, transformam-se em rochas sedimentares consolidadas. São processos, tal como o da fusão ou o do metamorfismo, que podes ver explicados neste vídeo sobre o ciclo das rochas.