quarta-feira, 30 de junho de 2021
domingo, 27 de junho de 2021
A importância do efeito de estufa
Alguns fatores determinantes para o desenvolvimento e evolução das formas de vida terão sido a baixa amplitude térmica (diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da temperatura) e a temperatura média, que permite a existência de água no estado líquido. Para estes fatores contribuem a distância da Terra ao Sol e a existência de efeito de estufa moderado. Alguns dos gases da atmosfera terrestre (CO2 e vapor de água, por exemplo) possibilitam que a radiação solar refletida pela Terra não seja totalmente libertada para o espaço, retendo-a junto da superfície. Sem o efeito de estufa, a temperatura média da Terra desceria cerca de 30 ºC, pois, durante a noite, a face da Terra não iluminada pelo Sol teria uma queda brusca da temperatura.
domingo, 20 de junho de 2021
A evolução da atmosfera terrestre
A atmosfera terrestre primitiva era muito diferente da atual - os valores de dióxido de carbono e de vapor de água eram muito elevados, e o oxigénio estava ausente. O desenvolvimento de formas de vida fotossintéticas (bactérias que realizavam fotossíntese) tornou gradualmente possível a redução dos níveis de dióxido de carbono e o aumento de oxigénio atmosférico. Este aumento permitiu, posteriormente, que alguns dos átomos de oxigénio reagissem entre si, produzindo o ozono, e formassem a chamada «camada de ozono», filtrando as radiações solares ultravioleta nocivas para a maioria dos seres vivos atuais.
A atmosfera atual é constituída por nitrogénio (78 %) e oxigénio (21 %), apresentando quantidades muito reduzidas de outros gases, nomeadamente de dióxido de carbono e de vapor de água.
A presença de oxigénio na atmosfera permitiu depois a evolução para formas de vida mais complexas, devido à utilização deste gás na respiração.
domingo, 13 de junho de 2021
As condições para a vida na Terra
A existência de vida no nosso planeta deve-se a um conjunto de condições que permitiu a formação das primeiras formas de vida e, ao longo do tempo, o desenvolvimento de formas mais complexas:
• A existência de uma fonte de luz e calor, o Sol, é essencial, direta e indiretamente, a todos osseresvivos.
• A distância da Terra ao Sol(cerca de 150milhões de quilómetros) garante temperatura amena, compatível com a vida, e que permite a existência de água nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso).
• A composição da atmosfera permite:
— o efeito de estufa, que possibilita baixa amplitude térmica;
— a proteção da radiação ultravioleta proveniente do Sol, devido à camada de ozono;
— a proteção parcial da superfície terrestre do bombardeamento por meteoritos.
• A dimensão e a constituição da Terra possibilitam a existência da atmosfera, a tectónica ativa e a existência do campomagnético, que evita que a superfície terrestre seja atingida pelos ventos solares, que impossibilitariam a vida.
• A existência de planetas gigantes protege a Terra do impacto de corpos celestes.
• A presença da Lua favorece a estabilidade do clima, fundamental para o desenvolvimento e a evolução das formas de vida
domingo, 6 de junho de 2021
sábado, 5 de junho de 2021
A localização da Terra no Sistema Solar
Atualmente, considera-se que o Sistema Solar, que se terá formado há cerca de 4600 Ma, é constituído pelo Sol e por outros astros de menores dimensões: oito planetas identificados, satélites naturais ou luas, planetas anões, asteroides, cometas, entre outros corpos celestes.
A Terra é o terceiro planeta a contar a partir do Sol e está situada, aproximadamente, a 150 milhões de quilómetros da estrela do Sistema Solar.
domingo, 30 de maio de 2021
Green2You, uma loja amiga do ambiente em Coimbra
A Green2You alargou a oferta, ao passar de um centro comercial para uma loja de rua com o dobro do espaço, que continua aberta, em Coimbra. Aos detergentes ecológicos de produção local, vendidos a granel, juntou mais artigos amigos do ambiente.
Produtos artesanais e 100% naturais que visam minimizar ao máximo o impacto ambiental, pensados para todos, incluindo bebés e animais de estimação. Eis a proposta da Green2You, que abriu há mais de um ano em Coimbra, no centro comercial Primavera, tendo passado, há poucos meses, para um espaço mais amplo e visível, na Rua dos Combatentes da Grande Guerra. Foi o culminar de um caminho de progressiva rendição à cosmética natural e a um estilo de vida mais saudável por parte de Marta Lopes, responsável pela loja – que continua aberta, visto disponibilizar alguns artigos considerados essenciais, e faz envios para Portugal continental.
No fundo, tudo começou com uma atividade preexistente: Marta trabalhava como comercial e já revendia detergentes ecológicos feitos em Coimbra, da marca Greendet – que foi a primeira parceira da Green2You, e está para ficar. No início, a loja apostou nesses detergentes para vários fins, vendidos a granel, em frascos reutilizados, e em produtos para o corpo. Os campeões de vendas continuam a ser os detergentes de roupa e louça, seguidos do gel de banho e dos champôs sólidos, mas, hoje, este projeto de combate ao desperdício reúne muitos outros produtos amigos do ambiente, quase todos portugueses e em atualização.
Entre as novidades mais recentes estão os copos reutilizáveis e colapsáveis, os chás e infusões de comércio justo, em saquetas biodegradáveis, e artigos de higiene feminina como pensos, cuecas e copos menstruais, para lavar e voltar a usar. A oferta inclui ainda escovas de dentes feitas com amido de milho, pufes de banho resultantes de excedentes de tecido, produtos para a barba, fraldas reutilizáveis, almofadas térmicas de camomila e alfazema ou velas aromáticas. Tudo exposto em prateleiras feitas com caixas de fruta compradas em segunda mão, num pomar.
Nos planos está a criação de uma linha própria e produtos e de um cantinho para promover a troca de roupa, não sendo de descartar a realização de pequenas feiras.
https://www.evasoes.pt/o-que-fazer/green2you-uma-loja-amiga-do-ambiente-em-coimbra/1007833/
sábado, 29 de maio de 2021
Resumo da história da vida
A história evolutiva da vida remonta há mais de 3,8 bilhões de anos. A Terra foi formada há cerca de 4,57 bilhões de anos e após a colisão que formou a Lua, uma grande quantidade de vapores de água foi liberadas pelos vulcões e milhões de anos depois, com o resfriamento gradual da atmosfera terrestre o vapor se condensou e se precipitou na forma de chuva. A evidência mais clara da existência da vida na Terra data de cerca de 3 bilhões de anos, embora existam relatos do fóssil de uma bactéria de 3,4 bilhões de anos e de evidências geológicas da existência de vida há 3,8 bilhões de anos. Alguns cientistas admitem a hipótese da panspermia, onde a vida na Terra tenha iniciado através de meteoritos que abrigavam formas de vida primárias, mas a maioria das pesquisas concentra-se em várias explicações de como a vida poderia ter aparecido de forma independente na Terra.
Esta textura em forma de "pele de elefante" é um vestígio fóssil de um tapete microbiano de não-estromatólitos A imagem mostra a localização, no Leito Burgsvik na Suécia, em que a textura foi identificado pela primeira vez.
Por cerca de 2 bilhões de anos os tapete microbiano, colônias de várias camadas de diferentes tipos de bactérias, eram forma de vida dominante na Terra. A evolução da fotossíntese aeróbica os habilitou a desempenhar um papel importante na oxigenação da atmosfera há 2,4 bilhões de anos. Esta mudança na atmosfera aumentou sua eficácia como berçário da evolução. Enquanto os eucariontes, células com estruturas internas complexas, poderiam estar presentes no início, a sua evolução acelerada quando eles adquiriram a capacidade de transformar o oxigênio a partir de um veneno. Essa inovação pode ser herança dos eucariontes primitivos que transformavam o oxigênio saturado de bactérias através da Endossimbiose e transformando-os em organelos chamados mitocôndria. A evidência mais antiga de complexos eucariontes com organelos como a mitocôndria data de cerca de 1,85 bilhões de anos.
A vida multicelular é composta apenas por células eucarióticas e sua evidência mais antiga é do Grupo fóssil de Francevillian de 2,1 bilhões de anos, embora a especialização das células para diferentes funções aparece pela primeira vez entre 1,43 bilhões de anos (um possível Fungi) e 1,2 bilhões de anos (provavelmente uma alga vermelha. A reprodução sexuada pode representar um pré-requisito à especialização das células, como um organismo multicelular assexuado pode estar em risco de ser tomado por células desonestas que retêm a capacidade de se reproduzir.
domingo, 23 de maio de 2021
Oficina nasce em Lisboa para reutilizar e recuperar móveis estragados
Uma oficina destinada à reutilização e recuperação de móveis abriu esta segunda-feira na freguesia da Ajuda, em Lisboa, para dar uma nova vida aos resíduos espalhados na cidade e criar novos lugares de reencontro comunitário, afetado pela pandemia da Covid-19.
Aproveitando o Dia Internacional da Reciclagem, a iniciativa “Ripas” nasce na Calçada da Boa-Hora, através da colaboração do município, da Junta de Freguesia da Ajuda e da Oficina Monstros — Associação de Artes e Ofícios.
Em declarações esta segunda-feira à agência Lusa, o vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, José Sá Fernandes, explicou que o primeiro espaço utilizado para a reutilização de mobília na capital surge para reaproveitar “as madeiras”, adiantando que o projeto será replicado noutras freguesias no futuro.
É um projeto-piloto que vamos desenvolver noutros locais. Estamos muito contentes por ter esta iniciativa de recuperar monstros, os chamados monstros que as pessoas deitam fora, o mobiliário que está estragado”, indicou.
José Sá Fernandes realçou que a iniciativa inovadora iniciar-se-á com a reutilização de móveis, mas a ideia é também reciclar outro tipo de materiais, como metais.
“Estamos a reduzir [lixo] e estamos a reutilizar tudo o que tenha a ver com as madeiras e também algumas coisas de metal, mas — para já, para já — o grande foco vão ser as madeiras“, disse, lembrando que o município está empenhado na redução de “resíduos de óleos”, após a instalação de oleões em vários locais da cidade.
Em 19 de abril, foi anunciado que 204 oleões inteligentes de recolha de óleos alimentares usados iam começar a ser instalados em Lisboa, permitindo aos cidadãos registar os depósitos em tempo real. Em comunicado divulgado, na altura, a Hardlevel, empresa fundadora da Rede Nacional de Oleões (RENO), adiantou que numa primeira fase estava prevista a instalação de 160 oleões “em pontos estratégicos da cidade”.
O projeto, que deverá ficar concluído até ao final de maio, iniciou-se nas freguesias de Areeiro, Arroios, Beato, Penha de França, Benfica, Carnide, São Vicente e Alcântara.
“Nós já instalámos há três semanas vários oleões em vários sítios da cidade, em quase todos os ecopontos, para também podermos reduzir os resíduos de óleos”, recordou, adiantando que “em breve” andará por Lisboa “uma carrinha […] em busca de eletrodomésticos, que também podem ser reutilizados e reciclados”.
À Lusa, o autarca contou ainda que o município tem também o objetivo de “recuperar o Repair Café“, cafés onde se reparam coisas.
“A nossa ideia é termos este tipo de experiências nas freguesias todas, começamos agora na Ajuda, mas, no futuro, é estes nichos de materiais terem destinos que não seja irem para o lixo. Quer na reciclagem dos óleos, quer na reutilização das madeiras, quer na reutilização e reciclagem de aparelhos eletrónicos. Acho que é bom haver dispersão na cidade e ao mesmo tempo tem um efeito positivo na comunidade”, sustentou.
O “Ripas” que nasce agora, além de ser um espaço para reutilizar mobília, vai ter uma componente de ações de formação e seminários dedicados à reciclagem, com o objetivo de “capacitar os munícipes para a reparação autónoma do seu próprio mobiliário e criar redes comunitárias de partilha, sensibilizando-os para a problemática das madeiras em fim de vida e do seu impacte ambiental”.
Ninguém compreenderia que uma cidade não fosse evoluindo na questão dos resíduos, que é uma questão absolutamente central em termos ambientais, no mundo inteiro. Estas iniciativas visam reduzir reutilizando. O que nós precisamos mesmo é aprendermos muito com esta coisa da pandemia, termos sítios para nos encontrarmos para nos ajudarmos, para sermos solidários”, frisou.
https://observador.pt/2021/05/18/oficina-nasce-em-lisboa-para-reutilizar-e-recuperar-moveis-estragados/
sábado, 22 de maio de 2021
Paleontologia vs Arqueologia
Os arqueólogos diferenciam-se dos paleontólogos porque não trabalham com restos de seres vivos - é uma ciência social. Um arqueólogo estuda as culturas e os modos de vida humana do passado a partir da análise de vestígios materiais. Um paleontólogo, entre outras coisas, é um biólogo ou geólogo, e estuda restos ou vestígios de diversas formas de vida (animal, vegetal, etc.) através da análise do que restou delas e da sua atividade biológica: pisadas, coprólitos, bioturbações, fósseis ósseos, etc.
A paleontologia estuda todos os organismos que viveram na Terra, incluindo a evolução primata-homem, mas não o ser humano como o conhecemos hoje, pois o estudo e seguimento da vida antropo-cultural restringe-se a disciplinas ligadas à Arqueologia, à Paleoantropologia, à Biologia e à Medicina. Normalmente, a Paleontologia estuda organismos mortos há mais de 11 000 anos; quando os vestígios ou restos possuem menos de 11 000 anos, podem ser denominados de subfósseis. De uma maneira muito simplificada, um paleontólogo estuda os restos ou vestígios de seres vivos desde o início da vida na Terra até hoje, incluindo os restos de hominídeos.
terça-feira, 18 de maio de 2021
Gronelândia está mais escura e mais quente devido à falta de tempestades e neve fresca
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Descobertos restos de nove neandertais numa gruta em Itália
Governo fala em achado extraordinário. As descobertas este sábado anunciadas vão ajudar a “compreender melhor a história do povoamento da Itália”.
A Gruta de Guattari, na cidade de San Felice de Circeo, região de Lazio, foi descoberta por acaso, em Fevereiro de 1939.
Os restos de nove neandertais foram descobertos na Gruta de Guattari, em San Felice Circeo, na costa entre Roma e Nápoles, onde já tinham sido encontrados vestígios da presença neandertal, anunciou este sábado o ministro italiano da Cultura.
“Se tivermos em conta os dois outros indivíduos que já tinham sido descobertos no mesmo sítio, temos um total de 11 indivíduos, confirmando que este é um dos sítios mais importantes do mundo para a história do neandertal”, afirmou o ministro Dario Franceschini, citado pela agência francesa AFP.
Para o governante, esta é “uma descoberta extraordinária, que dará a volta ao mundo”.
Oito dos vestígios encontrados terão entre 50.000 e 68.000 anos e o mais antigo estará entre os 90.000 e os 100.000 anos, avança o Governo italiano.
Francesco Di Mario, responsável pelas escavações, acredita que aqueles indivíduos são representativos de uma população de neandartais que devia ser muito importante naquela região.
“O neandertal marca uma etapa fundamental na evolução da humanidade, representando o pico de uma espécie e a primeira sociedade humana a falar devidamente”, frisou o director do serviço regional de Antropologia, Marion Rubini.
As escavações começaram em Outubro de 2019 e as descobertas este sábado anunciadas vão ajudar a “compreender melhor a história do povoamento da Itália”, acrescentou.
Em escavações recentes, foram encontrados naquele local milhares de ossos de animais, incluindo ossos de elefantes, rinocerontes, veados gigantes, cavalos selvagens e ursos, refere a AFP.
A Gruta de Guattari, na cidade de San Felice de Circeo, região de Lazio, foi descoberta por acaso, em Fevereiro de 1939.
Pouco depois, o antropólogo Albert Carlo Blanc descobriu naquele local um crânio de Neandertal em perfeito estado de conservação.
https://www.publico.pt/2021/05/08/ciencia/noticia/descobertos-restos-nove-neandertais-gruta-italia-1961752
domingo, 2 de maio de 2021
Divisões da Paleontologia
A paleontologia divide-se, conceitualmente, em diversas áreas, como por exemplo a paleobiologia, uma área que estuda os conceitos evolutivos e ecológicos e foca-se menos na identificação de fósseis. É no seio da Paleobiologia que se insere a paleozoologia, o estudo dos fósseis de animais, e a paleobotânica, o estudo dos fósseis de plantas. Basicamente, qualquer disciplina biológica aplicada aos organismos do passado geológico, por via do estudo dos fósseis, constitui uma subdisciplina paleobiológica: paleoecologia (que estuda os ecossistemas do passado), paleobiogeografia, paleoanatomia, paleoneurologia, paleomastozoologia, etc.
Outras disciplinas paleobiológicas transversais, que não estão limitadas a um dado grupo taxonómico, são, por exemplo:
Micropaleontologia — que estuda os fósseis de organismos ou parte deles que necessitam de microscópio para serem visualizados;
Paleoicnologia — que estuda os vestígios fósseis, por exemplo, pegadas;
Tafonomia — que ainda se divide em Bioestrationomia, Diagênese e Tectônica, estuda a integração da informação biológica no registo geológico, ou seja, a formação dos fósseis e das jazidas fossilíferas e do registo paleontológico;
Biocronologia — que estuda o desenvolvimento temporal (a cronologia) dos eventos paleobiológicos, bem como as relações temporais entre entidades paleobiológicas (os organismos do passado) e/ou tafonómicas (os fósseis);
Sistemática — que estuda a classificação de espécies fósseis.
Ainda se faz uma subdivisão da paleobotânica e da micropaleontologia constituindo a paleopalinologia, que se dedica ao estudo de pólen e esporos, importantes para a datação.
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Importância da Paleontologia
A informação sobre a vida do passado geológico está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o resultado de milhares de milhões de anos de evolução. Assim, só estudando paleontologicamente o registo fóssil — o registo da vida na Terra — é possível entender e explicar a diversidade, a afinidade e a distribuição geográfica dos grupos biológicos actuais. Este tipo de estudo tornou-se viável através dos trabalhos de Georges Cuvier, que, mediante a aplicação das suas leis da anatomia comparada, comprovou o fenómeno da extinção e da sucessão biótica. Estas leis permitiram as reconstruções paleontológicas dos organismos que frequentemente eram encontrados no registo fossilífero somente de forma fragmentada, ou mesmo, apenas algumas partes fossilizadas. Desta maneira, os resultados dos trabalhos de Georges Cuvier possibilitaram, posteriormente, a elaboração de sequências evolutivas, que foram fundamentais para a defesa do evolucionismo.
Com base no princípio de que "o presente é a chave do passado", enunciado por Charles Lyell, partindo do conhecimento dos seres vivos atuais e ainda do seu estudo biológico, é possível extrapolar-se muita informação sobre os organismos do passado, como o modo de vida, tipo trófico, de locomoção e de reprodução, entre outros, e isso é fundamental para o estudo e a compreensão dos fósseis.
A partir dos fósseis, uma vez que são vestígios de organismos de grupos biológicos do passado que surgiram e se extinguiram em épocas definidas da história da Terra, pode fazer-se a datação relativa das rochas em que ocorrem e estabelecer correlações (isto é, comparações cronológicas, temporais) entre rochas de locais distantes que apresentem o mesmo conteúdo fossilífero. O estudo dos fósseis e a sua utilização como indicadores de idade das rochas são imprescindíveis, por exemplo, para a prospecção e exploração de recursos geológicos tão importantes como o carvão e o petróleo.
Candidata a vacina contra a malária mostra eficácia de 77%
Ensaio clínico de uma potencial vacina para a malária durou um ano e revelou 77% de eficácia num grupo de 450 crianças, em África.
Uma potencial nova vacina contra a malária provou ser altamente eficaz num ensaio em bebés em África, podendo um dia vir a ajudar a reduzir o número de mortes causadas pela doença transmitida por mosquitos que mata meio milhão de crianças por ano.
A vacina candidata, desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, chama-se R21/ Matrix-M e mostrou eficácia de até 77% no ensaio que decorreu ao longo de um ano no Burkina Faso, onde participaram 450 crianças, avançaram em comunicado os investigadores que lideram o ensaio clínico.
O grupo de cientistas, liderados por Adrian Hill, director do Instituto Jenner de Oxford e também um dos principais investigadores por detrás da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, referiu ainda que planeiam realizar mais testes em cerca de 4800 crianças com idade entre os cinco meses e os três anos em quatro países africanos.
Hill disse ter “grandes expectativas para o potencial da vacina”, acrescentando ainda que se trata da primeira vacina contra a malária a atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de conseguir pelo menos 75% de eficácia.
Cientistas de todo o mundo trabalham há décadas para desenvolver uma vacina capaz de prevenir a malária — uma infecção complexa causada por um parasita transportado na saliva dos mosquitos.
A malária infecta milhões de pessoas todos os anos e mata mais de 400.000, a maioria bebés e crianças pequenas nas zonas mais pobres da África.
A primeira e única injecção contra a malária licenciada no mundo, Mosquirix, foi desenvolvida pela GlaxoSmithKline ao longo de muitos anos de testes clínicos em vários países africanos, mas tem uma eficácia de apenas 30%.
No ensaio R21/ Matrix-M no Burkina Faso, as 450 crianças foram divididas em três grupos. Dois grupos receberam três doses da vacina experimental juntamente com uma dose baixa ou alta de um adjuvante — um ingrediente que potencia a resposta do sistema imunitário a uma vacina — enquanto o terceiro grupo recebeu uma vacina de controlo.
Os resultados, que os investigadores garantiram que seriam publicados em breve na revista científica The Lancet, mostraram eficácia de 77% no grupo de adjuvante de dose elevada e 74% entre aqueles que receberam a vacina com uma dose reduzida.
https://www.publico.pt/2021/04/23/ciencia/noticia/potencial-nova-vacina-malaria-mostrase-promissora-ensaios-burkina-faso-1959854
domingo, 25 de abril de 2021
Paleontologia
Paleontologia (do grego palaiós= antigo + óntos= ser + lógos= estudo) é a especialidade da biologia que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis. O biológo ou geólogo responsável pelos estudos dessa ciência é denominado de paleontólogo.
A vida na Terra surgiu cerca de 3,8 bilhões de anos e, desde então, restos de animais e vegetais ou indícios das suas atividades ficaram preservados nas rochas. Estes restos e indícios são denominados fósseis e constituem o objeto de estudo da Paleontologia.
A paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje. Já não é a ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades. Todos se interessam pela história da Terra e dos seus habitantes durante o passado geológico, para melhor conhecerem as suas origens. O objeto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na atualidade, encerram a informação sobre o passado geológico do planeta Terra. Por isso se diz frequentemente que a paleontologia é, simplesmente, a ciência que estuda os fósseis. Contudo, esta é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus objetivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos organismos do passado. A Paleontologia não procura apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos, conhecer a vida do passado geológico da Terra.
Uma vez que os fósseis são objetos geológicos com origem em organismos do passado, a paleontologia é a disciplina científica que estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas. Conhecimentos acerca da Geografia são de suma importância para a paleontologia, entre outros, através desta pode relacionar-se o posicionamento e distribuição dos dados coligidos pelo globo.
Descobertos dois animais escavadores que viveram há milhões de anos
Um era um réptil parecido com um mamífero e tinha 31,6 centímetros de comprimento. Chamaram-lhe Fossiomanus sinensis. O outro era um primo distante dos mamíferos modernos com placenta e tinha 18,3 comprimentos. Deram-lhe o nome de Jueconodon cheni. Apesar de serem filogeneticamente distantes, ambas as espécies descobertas recentemente viveram no Cretácico Inferior (entre há 145 e 100 milhões de anos) e eram escavadoras natas. Na revista Nature é revelada a sua identidade e mostrado que estes são os primeiros animais escavadores conhecidos a serem encontrados num ecossistema chamado “Biota de Jehol”.
Tal como outros tantos, os fósseis agora revelados foram encontrados na Biota de Jehol por agricultores locais. Situada no Nordeste da China, a Biota de Jehol caracteriza-se pela sua abundância de fósseis bem conservados. Uma equipa de cientistas começou a estudar esses fósseis há cerca de quatro anos e agora descrevem-nos a todo o mundo.
Vamos então às apresentações. O Fossiomanus sinensis foi encontrado na formação de Jiufotang, na província de Liaoning, e é um membro dos tritilodontes – cinodontes que se caracterizavam por ter dentes molares superiores com três filas longitudinais de cúspides (pontas). Pertencente a um grupo extinto de répteis parecidos com mamíferos, este animal representa o primeiro do seu tipo na Biota de Jehol. “São parentes próximos dos mamíferos”, esclarece ao PÚBLICO Jin Meng, cientista do Museu Americano de História Natural e um dos autores deste estudo.
Já o Jueconodon cheni é um eutriconodonta – um primo distante dos mamíferos modernos com placenta que era comum nesta biota. Esta nova espécie foi encontrada na formação de Yixian, também na província de Liaoning. “Os eutriconodontas são um grupo extinto de mamíferos primitivos e estão muito próximos do antepassado comum dos marsupiais e dos mamíferos com placenta, mas tinham uma ligação distante aos tritilodontes”, descreve Jin Meng.
Mas muito mais era o que os unia do que aquilo que os separava. “Estas duas espécies têm uma relação filogenética distante, mas mostram ter características convergentes que estão adaptadas à vida de animal escavador”, indica Fangyuan Mao, investigadora do Instituto de Paleontologia Vertebrada e de Paleoantropologia da Academia Chinesa de Ciências e também autora do artigo.
Ambas as espécies escavadoras tinham características adequadas a essa função. As suas pernas eram pequenas e o seu sistema músculo-esquelético permitia-lhes produzir muita força. Os seus braços eram maiores do que as pernas e tinham garras robustas. A cauda era pequena e tinham um número maior de vértebras torácicas do que outros animais da sua biota. A equipa pensa que as características partilhadas por estas duas espécies evoluíram de forma independente por causa de “pressões selectivas semelhantes”.
“Estas espécies com uma ligação [filogenética] distante fornecem um exemplo excelente de evolução convergente num tempo geológico distante, tanto a nível da sua capacidade de escavação como do aumento do número de vértebras no seu corpo”, assinala Jin Meng. O investigador nota que se sabe que este tipo de evolução adaptativa para estilos de vida e condições ecológicas semelhantes ocorreu há 120 milhões de anos nestes ancestrais dos mamíferos modernos. As mudanças nas suas colunas vertebrais (tanto no número de vértebras como na forma) são comparáveis às que se observam em mamíferos actuais. “Isto sugere que mecanismos genéticos de desenvolvimento semelhantes que regulam a coluna vertebral de mamíferos modernos já tinham evoluído nestes animais primitivos.”
https://www.publico.pt/2021/04/24/ciencia/noticia/descobertos-dois-animais-escavadores-viveram-ha-milhoes-anos-1957470