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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Encontrado gene que protege rãs de fungo devastador

É mais um ponto para a variabilidade da natureza, um grupo de cientistas encontrou numa espécie de rã o gene que protege contra o fungo que tem sido o terror dos anfíbios pelo mundo fora. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences.

Há mais de três décadas que os cientistas identificaram que um inimigo novo andava a matar os anfíbios, principalmente sapos e rãs. Mas só na década de 1990 é que se descobriu a causa da quitridiomicose: o fungo Batrachochytrium dendrobatidis.

Desde aí, os cientistas têm tentado encontrar uma resposta para a doença que já matou várias espécies, dizimou populações de um grupo que já tem ameaças que chegue como as alterações climáticas ou a diminuição de habitat.

Anna Savage e Kelly Zamudio, ambos da Universidade de Cornell, no estado de Nova Iorque, deram um passo em frente ao descobrirem um gene que está a salvar certos indivíduos de uma espécie de rãs.

Os investigadores trabalham com um tipo de rãs leopardo, a espécie Lithobates yavapaiensis . E recolheram indivíduos de cinco populações diferentes. No laboratório infectaram estes indivíduos com o fungo. As rãs de três das cinco populações morreram todas, mas alguns indivíduos das outras duas populações sobreviveram.

Através de estudos genéticos, perceberam que as rãs sobreviventes tinham uma variação num dos genes que pertence ao Complexo Maior de Histocompatibilidade. Esta região, que vários grupos de animais partilham, incluindo os mamíferos, tem uma grande importância para o sistema imunitário, porque ajuda os glóbulos brancos a identificar corpos estranhos no corpo provocando uma resposta imunitária e combatendo as infecções.

Os investigadores chamaram de Q ao novo alelo que encontraram – chama-se alelo a cada variante de um dado gene que se encontra na natureza. “Examinámos o ADN onde estava o alelo Q, e descobrimos que tinha existido uma mudança recente”, disse Savage citada pela ABC News. “Esta mudança no ADN dá-nos provas que as rãs podem estar a adaptar-se à quitridiomicose ao evoluírem novas variantes dos genes que combatem melhor [a doença].”

É provável que estas duas populações já tenham sido expostas ao fungo desde a década de 1970 e por isso, ao longo das últimas décadas, tenha havido uma selecção natural muito intensiva. Estes indivíduos conseguem debelar os fungos, uma situação diferente de outros indivíduos de outras espécies que podem ter o fungo, mas não apresentam sintomas da doença.

Esta é a primeira prova que existe pelo menos um potencial para estes animais ultrapassarem a doença com a sua própria genética. Mas os cientistas defendem projectos de conservação para os anfíbios mais susceptíveis a esta doença, que não parecem estar a reagir à epidemia.

Investigador da Carolina do Sul desenvolve carne em laboratório

Um cientista norte-americano pensa ter descoberto a fórmula para fazer frente à futura crise alimentar, através de uma forma de desenvolver carne em laboratório.

Vladimir Moronov, biólogo e director do Centro Avançado de Bio-fabricação de Tecido (Advanced Tissue Biofabrication Center), do departamento de Medicina Regenerativa e Biologia Celular da Universidade Médica da Carolina do Sul, trabalha com o intuito de criar carne há já uma década, no seu pequeno laboratório.
Inicialmente, Monorov dedicou-se à criação de tecidos, cuja aplicação seria para órgãos humanos. O crescimento de "in vitro" ou a engenharia do tecido através de cultura de células, também já está a ser desenvolvida na Holanda. Até agora, o grande problema com que se tem deparado tem sido a falta de financiamento.

A medida poderá repudiar muita gente; contudo, o cientista defende que já existe uma série de produtos de consumo regular, considerados naturais, produzidos de forma similar – os iogurtes, a cerveja e o vinho são apenas alguns.

Monorov prevê futuros edifícios do tamanho de um campo de futebol preenchidos com grandes bioreactores, ou então do tamanho de uma máquina de café em mercearias, a que lhe chama “charlem” – "Charleston engineered meat" (Engenharia da carne de Charleston). Será uma forma funcional, natural de desenhar comida.

A carne será geneticamente criada por encomenda – com um pouco de gordura, com o sabor do porco ou vitela, por exemplo. O investigador acredita que poderá ser, num futuro próximo, desenvolvida sem genes. Entretanto, alimentos geneticamente modificados já começam a ser práticos comuns.

Biólogos de Aveiro descobriram 30 novas espécies no oceano profundo

Um coral cor-de-rosa, um pequeno lagostim, 20 crustáceos, quatro bivalves e várias minhocas são algumas das novas espécies encontradas por uma equipa da Universidade de Aveiro junto aos vulcões de lama no oceano profundo, no âmbito de um projecto europeu.

Os navios oceanográficos do projecto Hermione, no qual participam 39 instituições europeias, estão desde 2009 a estudar os ecossistemas marinhos profundos da margem continental europeia. Os investigadores portugueses participaram em cerca de 20 campanhas no Golfo de Cádis, costa portuguesa, Mediterrâneo e Atlântico. Durante períodos de duas a quatro semanas - e graças à detecção por sonar, submarinos tripulados e veículos de operação remota - foram recolhidas amostras que permitiram identificar mil espécies num ecossistema único e ainda pouco conhecido: os vulcões de lama.

“Estão previstas para este ano três campanhas oceanográficas, uma das quais ao Golfo da Biscaia, no final da Primavera”, disse Marina Cunha, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

“Neste momento estamos a estudar a colecção de amostras que recolhemos”, explicou, acrescentando que já foram descritas 30 novas espécies e ainda restam por descrever 15 por cento das mil espécies recolhidas.

Entre as novidades está o coral cor-de-rosa Corallium sp.nov. (espécie ainda não descrita), formando “maciços muito exuberantes”, encontrado a cerca de dois mil metros de profundidade em volta do vulcão de lama Carlos Ribeiro.

O pequeno lagostim branco Vulcanocalliax arutyunovi e as minhocas Spirobrachia tripeira e Bobmarleya gadensis estão na lista das descobertas, juntamente com os 20 pequenos crustáceos “que passam muito desapercebidos”.

Os investigadores já esperavam surpresas. “O mar profundo ainda é pouco estudado e os vulcões de lama são uma área científica relativamente recente”, justificou a Marina Cunha. Estes ecossistemas – “zonas de erupção de sedimentos finos, ou lama, ricos em compostos como o metano e outros hidrocarbonetos, que são trazidos de profundidades muito elevadas” – no Golfo de Cádis entre os dois mil e os quatro mil metros de profundidade, por exemplo, só são conhecidos desde o final dos anos 90 do século passado. “O isolamento destes vulcões nas margens dos continentes propicia a evolução de espécies diferentes”, acrescentou.

Um dos mistérios por resolver é a ligação entre estes vulcões de lama, muitas vezes separados por milhares de quilómetros. “Em 2008 encontrámos organismos da mesma espécie no Golfo de Cádiz e ao largo de Angola e do outro lado do Atlântico. Quais foram os mecanismos de transporte? Como conseguem passar de uns ‘oásis’ de vida para os outros?”, questionou Marina Cunha.

Para a investigadora, estas missões têm “um interesse muito grande. Com o alargamento da Zona Económica Exclusiva, temos o dever de conhecer e proteger estes ecossistemas. E ainda se conhece muito pouco”.

Os resultados obtidos na exploração científica das profundezas dos oceanos, financiada pela Comissão Europeia, serão aplicados na definição de estratégias para uma gestão sustentada dos recursos marítimos.

ADN do tulipeiro está praticamente congelado no tempo



O tulipeiro é uma árvore enorme com flores grandes que vive nos Estados Unidos. Foi das primeiras plantas com flores, chamadas angiospérmicas. Agora, uma equipa de cientistas analisou o ADN das mitocôndrias e verificou que o ritmo de mutação deste material genético é extremamente vagaroso – 2000 vezes mais lento do que o do humano. Esta árvore leva-nos numa viagem até o início da evolução deste grupo de plantas, refere um artigo publicado nesta semana na revista de acesso livre BMC Biology.

O surgimento das flores foi a última grande revolução na história evolutiva das plantas. O antepassado das angiospérmicas terá aparecido há mais de 200 milhões de anos. O registo fóssil mostra que as plantas com flor espalharam-se por todo o mundo durante o período Cretácico, entre os 145 e os 65 milhões de anos, suplantando as florestas de coníferas, feitas de árvores como os pinheiros.

O Liriodendron tulipifera, o nome científico do tulipeiro-da-virgínia, ou árvore-do-ponto ou simplesmente tulipeiro, pode atingir mais de 50 metros de altura. O seu habitat natural é no Leste e Centro dos Estados Unidos.

Existe um parente próximo, do mesmo género, no Centro e no Sul da China. Há registos fósseis do género Liriodendron também na Europa, mas as glaciações causaram a sua extinção. Em Portugal, o Liriodendron tulipifera pode ser observado no Jardim Botânico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Tal como a magnólia, o tulipeiro é uma árvore que se estabeleceu numa altura muito inicial da dispersão das angiospérmicas. Na investigação, de uma equipa de cientistas da Universidade do Indiana e do Arkansas, nos Estados Unidos, sequenciou-se o ADN das mitocôndrias para o caracterizar e avaliar a rapidez com que esta espécie está a evoluir.

As mitocôndrias, organelos que existem nas células das plantas, animais, fungos, são as baterias das células, convertendo açúcar em energia. Mas têm um ADN próprio, tal como o núcleo das células.

Os resultados da equipa mostram um ADN mitocondrial extremamente conservado no tempo, que pouco mudou desde a altura dos dinossauros. Os investigadores observaram as mutações silenciosas, aquelas que não causam problemas no funcionamento dos genes, e descobriram que, comparadas com as mutações nos humanos, no tulipeiro acontecem 2000 vezes mais devagar. Isto significa que a quantidade de alterações genéticas ocorridas numa única geração de Homo sapiens demora, no tulipeiro, qualquer coisa como 50.000 anos.

A sequenciação do ADN revelou muitos genes ancestrais que desapareceram na grande maioria das plantas com flor. “Com base nisto, parece que o genoma tem estado mais ou menos congelado durante milhões e milhões de anos”, explica Jeffrey Palmer, um dos autores do artigo, da Universidade do Indiana.

Num artigo de opinião sobre o estudo, Ian Small, da Universidade da Austrália Ocidental, defende que este estudo permite viajar no tempo, recuando mais de 200 milhões de anos, quando as angiospérmicas surgiram. “O genoma ‘fossilizado’ dá-nos algumas pistas importantes sobre como seriam as mitocôndrias quando as plantas com flor apareceram.”

http://www.publico.pt

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Mucosa do Intestino Delgado

Embrião humano de seis dias alojando-se na parede do ventre

Óvulo fertilizado com alguns espermatozóides remanescentes

Espermatozóides tentando fertilizar o óvulo

Espécie desconhecida

Autor Filipe Caetano

Macro Fotografias de Insectos

Macro Fotografias de Insectos

Macro Fotografias de Insectos

Macro Fotografias de Insectos