sexta-feira, 20 de outubro de 2017
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Notícia - Fumadores frequentes de marijuana têm mais 70 por cento de risco de ter cancro dos testículos

Desde 1950 que a taxa de incidência de dois principais tipos de cancro de testículo (os seminomas e os não seminomas) tem vindo a aumentar a um ritmo de 3 a 6 por cento por ano nos Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Paralelamente, durante o mesmo período aumentou também o consumo de marijuana na América do Norte, Europa e Austrália. Os investigadores do Fred Hutchinson Cancer Research Center notaram esta coincidência e decidiram estudar uma possível associação entre os dois fenómenos.
A equipa entrevistou 369 homens com idades entre os 18 e os 44 anos a quem tinha sido diagnosticado um cancro nos testículos e aos quais foram apresentadas questões relacionadas com o consumo de marijuana, entre outras perguntas sobre o estilo de vida (incluindo hábitos tabágicos e de consumo de álcool).
Para que fosse possível um termo de comparação, foram chamados também a participar 979 homens, seleccionados aleatoriamente apenas com base na idade e área geográfica de residência (Seattle). E mesmo tendo em conta diversas variáveis importantes como uma eventual história familiar deste tipo de tumor, o uso de marijuana revelou-se um factor de risco significativo e autónomo para o cancro de testículo.
O cancro nos testículos é responsável por apenas 1% dos cancros no homem. No entanto, é o tumor maligno mais comum no grupo etário entre os 15 e 35 anos, sendo um cancro raro em asiáticos e africanos.
O célebre ciclista Lance Armstrong, que sobreviveu a este cancro, deu alguma visibilidade a este tipo de tumor, que regista sete mil novos casos por ano no mundo.
A história familiar e os casos de crianças até aos três anos com testículos que não desceram para o escroto são factores associados a um maior risco de cancro testicular. Por outro lado, a exposição a marijuana tem sido associada a múltiplos efeitos adversos no sistema reprodutivo, do impacto na qualidade do esperma à impotência e à infertilidade.
Janet Daling, um dos autores do estudo, terá decidido explorar esta ligação entre a marijuana e o cancro testicular após ter assistido a uma conferência, há oito anos, onde foi revelado que o cérebro e os testículos eram os únicos órgãos do nosso corpos que tinham receptores de tetrahidrocanabinoides (THC), o principal componente psicoactivo da marijuana. [Actualmente, estes receptores já foram encontrados noutros sítios como o útero ou o coração].
Stephen M. Schwartz, epidemiologista e um dos autores deste estudo, sublinha que, apesar desta associação clara, há ainda algumas questões por responder como, por exemplo, o facto de esta ligação se constatar apenas num tipo de cancro testicular (os de tipo não seminona, considerado o mais agressivo).
Andrea Cunha Freitas
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Notícia - Alexandre Quintanilha deixa direcção do Instituto de Biologia Molecular e Celular

A partir de hoje um dos nomes mais conhecidos na área da investigação em Portugal, Alexandre Quintanilha, deixará de dirigir um dos mais prestigiados institutos nacionais, o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), que conduziu desde a fundação há nove anos. A direcção passará a ser assumida pelo número dois do instituto Cláudio Sunkel, que já ocupava o cargo de vice-director.
“É a minha altura de sair e isto continuar”, contou ao PÚBLICO Alexandre Quintanilha, após a reunião onde passou o testemunho a Cláudio Sunkel, investigador principal do grupo de genética molecular do IBMC e professor da Universidade do Porto a que o instituto pertence.
“Acabei de mandar agora uma mensagem de correio electrónico aos outros laboratórios associados e sinto como que uma sensação de satisfação e orgulho, alguma nostalgia também, mas são tudo sensações muito positivas”, conta o biólogo, referindo-se ao grupo de laboratórios associados, a que pertence desde 2000. O IBMC foi um dos primeiros quatro laboratórios a integrar este conceito, atribuido a unidades de excelência no segundo Governo de António Guterres, pelo ministro da ciência Mariano Gago.
Alexandre Quintanilha, filho de um dos mais importantes nomes da biologia portuguesa, Aurélio Quintanilha, nasceu em Moçambique a 9 de Agosto de 1945, o mesmo dia em que era lançada a bomba atómica sobre Nagasaki. Físico de formação inicial, acabou por ingressar na biologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley de nde partiu para Portugal. Chegou em 1990.
O esboço do IBMC começou então a ser burilado, era Cavaco Silva primeiro-ministro. Em 1992 surgiriam as primeiras linhas sobre o que viria a ser o IBMC em 1999, fruto da agregação de seis faculdades da Universidade do Porto e de dois hospitais da cidade, juntamente com o Instituto Ricardo Jorge.
“É no fundo uma história com 16 anos. Chegou à adolescência, é preciso torcer o braço para que as gerações mais novas lhe peguem. Temos hoje quase 200 doutorados e mais de 400 pessoas. Crescemos a pouco e pouco muito com os pés na terra.”
Cláudio Sunkel diz que os principais desafios que esperam o IBMC no futuro são três: “O primeiro e mais importante é continuar o desenvolvimento científico e a excelência, O segundo tem a ver com a alteração do estatuto da Universidade do Porto, que vai passar a fundação e temos de encontrar o nosso espaço nesta nova relação. O terceiro é passar da investigação à aplicação e dar prioridade à transferência de tecnologia, atrair e formar empresas. Mais de uma forma de ultrapassar a crise é uma forma de desenvolvimento”.
O novo responsável do IBMC, que hoje mesmo já tomou posse, lança uma mensagem sobre o contexto actual: “O que é mais importante lembrar nestes tempos de crise é que a ciência faz parte de um contexto económico. É fundamental rentabilizar os financiamentos que existem”. E refere que “2008 foi um ano de muita regularidade” no financiamento da ciência, em que saldaram dívidas antigas. “Mas é preciso muita ginástica financeira”.
Para Alexandre Quintanilha, que permanecerá, por algum tempo, como vice-presidente, o futuro é ainda indefinido: “Não quero ficar como uma eminência parda, isso é nocivo, tóxico, terrível para quem fica. Quero ajudar mas há uma nova direcção. Vou ler mais dedicar-me às aulas, estudar filosofia, arquitectura e dedicar-me a outros projectos”, diz o único português no comité de investigação da Sociedade National Geographic, responsável do Conselho de Laboratórios Associados, membro do Conselho Nacional para a Procriação Medicamente Assistida...entre outras funções.
“Costumo dizer que de 20 em 20 anos preciso de novos desafios”, diz, aludindo ao facto de ter vindo para Portugal há 20 anos. “Não sei se sairei do Porto, tudo é possível, não estou fechado. Posso ser seduzido para muitas outras coisas”.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Plataforma online dá a conhecer fauna e flora de Vila Real
A câmara e a universidade de Vila Real lançaram uma plataforma na Internet que concentra dois anos de investigação sobre a biodiversidade do concelho e possibilita uma viagem virtual pela fauna e pela flora locais.
A Plataforma da Biodiversidade foi desenvolvida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) no âmbito do Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real, que contou com 1,7 milhões de euros para a protecção das espécies da flora e da fauna do concelho.
O vereador do Ambiente, Miguel Esteves, explicou que a nova ferramenta, que classificou como “pioneira no país”, permite “explorar, através da Internet, o concelho”.
Em causa estão dois anos de investigação e de monitorização no terreno realizadas pela UTAD. Nesta plataforma será possível saber, através da georreferenciação, onde se encontram determinadas espécies no território.
No concelho destacam-se animais como o lobo ibérico, a gralha-de-bico-vermelho ou a borboleta azul.
A pesquisa pode ser feita por espécie ou por zonas e estão ainda disponíveis informações sobre a biologia, o habitat ou o estado de conservação de cada espécie animal ou vegetal. O projecto permite ainda identificar um conjunto de percursos pedestres e de pastoreio e os rios do concelho.
Mais tarde, a plataforma estará ainda disponível em inglês.
O encerramento do Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real ocorrerá com realização de um fórum internacional agendado para 21 e 22 de Março de 2012.
Antes, o município transmontano vai ainda requalificar o Parque Corgo e recuperar as margens do rio. A intervenção está orçada em cerca de 800 mil euros.
O projecto prevê a recuperação de pequenas represas que conduziam a água pelas levadas para regar os terrenos agrícolas e de alguns antigos moinhos.
Vai ainda ser construído um novo caminho na margem esquerda do rio que vai servir as hortas comunitárias que a autarquia vai disponibilizar para as famílias carenciadas.
Informação retirada daqui
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