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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Quanto tempo até ao fim deste mundo?


https://ensina.rtp.pt/artigo/quanto-tempo-ate-ao-fim-deste-mundo/

Quão diferente vai o clima ficar depende das medidas que tomarmos hoje. A ciência diz-nos que temos de agir com rapidez. Somos convocados numa espécie de requisição civil à escala global e individual. Espera-nos uma corrida de velocidade para reverter o envenenamento do planeta.

Usámos os combustíveis fósseis para dar o grande salto da revolução industrial e enchemos a atmosfera de dióxido carbono (CO2), de forma explosiva, nos séculos XX e XXI. Mesmo que hoje parássemos completamente de enviar gases para a atmosfera, a quantidade já libertada seria suficiente para aumentar o aquecimento global durante décadas, tal como um pulmão que é sujeito à ação do tabaco durante anos.

O clima está em transformação. Disso não restam dúvidas. A incerteza reside na velocidade da mudança e na dimensão das consequências. No meio desta equação há uma incógnita: como vai o ser humano adaptar-se? Dois graus a mais são toleráveis. Dez graus a mais teria resultados dramáticos e imprevisíveis, tendo como certa a impossibilidade de viver em muitos territórios hoje habitados e a deslocalização de cidades junto à costa devido à subida dos mares.

O mundo tornou-se uma estufa: há calor a mais e a água é uma ameaça. O Ártico pode perder todo o gelo até meados do século XXI; chuvas intensas e secas severas são cada vez mais comuns; furacões e incêndios, mais devastadores. Os peixes estão em risco por causa do aquecimento e da acidificação das águas. O sistema agrícola, em perigo, com campos inférteis pela desertificação, nalgumas zonas, e pelas inundações, noutras.

As estações do ano estão a variar e com recordes de temperaturas e níveis de humidade a serem batidos sucessivamente surgem novas doenças e pragas. Plantas e animais vêm os seus habitats ameaçados. Uns migram, outros já desapareceram da face da Terra. Isto é o que sabemos. O que não sabemos é ainda mais assustador. O nosso planeta está a mudar em regime de alta velocidade. A questão já não é travar esse processo, apenas abrandá-lo.

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