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Ainda os dinossauros não existiam e já as trilobites dominavam os mares do planeta. Estes animais invertebrados surgiram há mais de 500 milhões de anos, sofreram várias evoluções e resistiram a duas extinções maciças de espécies. Uma delas, a que ocorreu no final da era Paleozoica, foi a maior alguma vez registada. E sabemos tudo isto porque estes pequenos organismos ficaram preservados em forma de fóssil, a testemunhar um tempo em que tudo era diferente do que é hoje.
Há centenas de milhões de anos, o interior norte de Portugal não era uma superfície sólida, recortada em relevo de vales e serras. Tudo estava coberto pelo mar. Uma aldeia, no concelho de Arouca, tem essa história escrita na rocha, a provar que em tempos remotos foi uma região habitada por seres marinhos com o corpo segmentado em três partes e “um sistema de visão complexo, semelhante ao dos insetos atuais”.
As trilobites de Canelas apareceram no período Ordovícico, viveram durante mais de 300 milhões de anos e desapareceram muito antes da primeira pegada de dinossauro. Os fósseis destes invertebrados, descobertos numa pedreira de ardósias, mantêm intacta a memória de acontecimentos geológicos que mudaram a paisagem e a vida na Terra. Apesar de existirem mais exemplares no mundo, alguns dos fósseis visíveis no Museu das Trilobites de Canelas pertencem a várias espécies e são dos maiores achados até agora no nosso planeta. Um património único para conhecer de perto com Helena Couto, Professora de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
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