A deriva dos continentes
Esta teoria foi proposta pela primeira vez por Alfred Wegener, em 1912, para explicar por que razão a América do Sul e a África encaixam perfeitamente, mas há quem afirme que o primeiro a formular a ideia terá sido Abraham Ortelius, um geógrafo que viveu em Antuérpia no século XVІ. Este acreditava que a América tinha sido violentamente separada da África e da Europa por terramotos e inundações.
Ortelius teve o duplo mérito de ter notado a complementaridade do Velho e do Novo Mundo, e de ter tentado imaginar qual teria sido o evento catastrófico responsável pela sua separação. 150 anos depois, Theodor Christoph Lilienthal, um teólogo do século XVІІІ, formularia o que costuma ser considerada a primeira versão da teoria.
Semelhança entre as costas continentais
Os actuais fragmentos continentais ainda se encaixam como um quebra-cabeças gigante. Apresentam, no entanto, algumas imperfeições, causadas pela dinâmica da superfície do planeta que, devido à subida e descida do nível do mar ou à erosão, alarga ou diminui a costa dos continentes. Como o nível do mar varia bastante ao longo do tempo, é difícil determinar o formato dos continentes utilizando-se somente os dados das plantas cartográficas, como havia feito Wegener. Para contornar o problema, os cientistas actuais utilizam também dados batimétricos, magnetométricos e gravimétricos, os quais, com a ajuda de programas de computador, permitem reconstruir com fidelidade o contorno continental representado pelo início da plataforma.
Dados paleontológicos
Para provar a sua teoria, Wegener apoiou-se na existência dos mesmos fósseis nas estruturas que «encaixavam», entre os diferentes continentes. Este facto, leva-nos a pensar que eles estivessem unidos, formando um só continente (Pangeia).
O que permitiu a deriva dos continentes
Embora Wegener tenha descoberto que os continentes se haviam deslocado, não explicou o porquê. No entanto, apresentou duas hipóteses. A primeira foi a de que os continentes abriam caminho através da crosta oceânica, impelidos como um barco através da água. A segunda preconizava que a crosta continental flutuava sobre a crosta oceânica.
Diversos cientistas provaram que ambas as teorias estavam erradas.
Tectónica de placas
Placas divergentes
Limites divergentes é onde a nova crosta é gerada, enquanto as placas são «empurradas», afastando-se. Isto acontece quando as placas são empurradas em sentido contrário. O material do manto, parcialmente fundido, sobe e ocupa os espaços entre as duas placas. Este material é a nova litosfera que se agrega no começo da placa divergente.
Placas convergentes
Quando as placas colidem ao largo das margens convergentes, uma das placas (a menos densa) mergulha no manto por baixo da placa continental. Este processo denomina-se por subdução. Assim, é mantido o equilíbrio entre a formação da nova crosta e a destruição da litosfera mais antiga (limite destrutivo).
A convergência de placas pode ser: oceânica-continental, oceânica-oceânica ou continente-continente, segundo os tipos de placa que intervenham no processo.
Placas transformantes
Nas placas transformantes não se cria nem se destrói a litosfera. São falhas transformantes que ocorrem quando as margens divergentes se quebram e se dividem.
Correntes de convecção
Os cientistas têm, agora, uma compreensão razoável de como as placas se movem, e de como tais movimentos se relacionam com a actividade sísmica. Grande parte do movimento ocorre ao longo das zonas estreitas entre placas, onde os resultados das forças tectónicas são mais que evidentes. A convecção ocorre quando fluídos muito quentes se expandem e ascendem, pois tornam-se menos densos do que o material que os rodeia. Estes movimentos são muito eficazes para transportar material.
Correntes de convecção térmica
Se colocarmos água dentro de um recipiente aquecido, antes que a água ferva estabelecem-se correntes de convecção térmica ascendentes, desde o fundo do recipiente até à superfície da água. Essas correntes ascendentes originam correntes radiais de superfície e arrefecem. Por isso, descem pelas paredes do recipiente, pois a água fria é mais densa do que a água quente. Deste modo, enquanto houver calor e fluído, as correntes são contínuas.
O mecanismo de transporte das placas é análogo ao modelo de correntes de convecção térmica. O calor radioactivo acumulado no interior da Terra e não completamente dissipado pelo vulcanismo será suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convecção térmica ascendentes, semelhantes às que se formam com a água a ferver, que transportam as placas por arrastamento («efeito de correia»).
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