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terça-feira, 23 de junho de 2015

Notícia - Descobertas no Alentejo pegadas de elefantes extintos há mais de 30 mil anos

A descoberta - feita por uma equipa científica do Geopark Naturtejo, coordenada pelo paleontólogo Carlos Neto Carvalho - resulta de um projecto de investigação das jazidas paleontológicas existentes ao longo do litoral do sudoeste alentejano e da costa vicentina, entre Porto Covo e Vila Nove de Milfontes.

A equipa de investigadores descobriu “um conjunto de pegadas de grandes e pequenos mamíferos, entre as quais as de um elefante que existiu na Europa, o Elephas antiquus, explicou o especialista Carlos Neto de Carvalho.

“É um elefante próximo do elefante asiático e que se extinguiu há pouco mais de 30 mil anos do continente europeu”, explicou o especialista.

Estes trilhos de pegadas permitem aos investigadores conhecer mais sobre a anatomia destes animais e perceber também o tipo de comportamento e de habitats que povoaram imediatamente antes de se extinguirem.

“Já tinham sido descobertas várias ossadas, inclusivamente em jazidas portuguesas, e agora surge esta informação, que é complementar”, disse, sublinhando que este é o primeiro registo do comportamento social destes animais que se conhece na Europa.

Os vestígios, encontrados entre a região de Porto Covo, no concelho de Sines, e o norte de Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, estão distribuídos por um conjunto de locais, em arribas costeiras desta zona do litoral alentejano.

“É um aspecto bastante particular o de que, de todas a regiões em que estudámos as dunas fósseis existentes - desde Porto Covo até Armação de Pêra -, apenas neste local tivemos oportunidade de descobrir estas jazidas com pegadas de grandes herbívoros e mais uma vez de Elephas antiquus”, destacou.

Tendo como prioridade a conservação e a interpretação do património geológico e tendo em conta este “património significativo do ponto de vista paleontológico”, Carlos Neto Carvalho considera que “faz todo o sentido”, não só estudar a relevância destes achados, mas também conservá-los. “Para nós faz todo o sentido, não só estudar do ponto de vista científico a relevância destes achados, mas também conservá-los para a posterioridade e conservá-los para que todas as pessoas tenham acesso a esta informação”, disse.

Para isso, o especialista defende ser fundamental conseguir parceiros para cooperar e possibilitar “um processo de replicação, utilizando tecnologias recentes, que permitem conservar toda a informação científica num espaço que depois poderá ser um centro de interpretação ou um museu local”.

Público

domingo, 21 de junho de 2015

Notícia - Cientistas descobrem os familiares mais antigos dos dinossauros


A nova espécie chama-se Asilisaurus kongwe, viveu há 240 milhões de anos e media pouco mais de um metro de altura. Até agora pensava-se que os dinossauros mais antigos tinham 230 milhões de anos. Pertence ao género Silesaurus, um grupo com características muito semelhantes aos dinossauros.

A equipa, liderada por Sterling Nesbitt, afirma que os Silesaurus e os dinossauros conviveram durante parte do Período Triásico (há 250 e 200 milhões de anos).

Os paleontólogos descobriram fósseis de 14 indivíduos no Sul da Tanzânia, o que lhes permitiu reconstruir um esqueleto quase completo. Ficaram a faltar apenas pequenas partes da cabeça e da pata. Este quadrúpede pesava entre dez e 30 quilos.

A existência deste animal que se alimentava, provavelmente, de carne e de plantas é um indicador da riqueza da fauna antes de os dinossauros dominarem o planeta.

“Esta descoberta permite-nos pensar que os dinossauros eram apenas um dos grandes grupos de animais cuja diversidade explodiu durante o Triásico”, comentou Nesbitt, da Universidade do Texas, em Austin.

Público

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Notícia - Sanguessuga gigante é o mais pequeno dos T.Rex


Foi no nariz de uma criança peruana que foi descoberta esta sanguessuga. Os investigadores dizem que a espécie já existia há 200 mil anos e deram-lhe um nome semelhante a um dinossauro.

Uma rapariga peruana da região de San Martin foi ao médico, em 1997, queixando-se de fortes dores de cabeça. Segundo a jovem, as dores teriam começado depois de uns mergulhos no rio. Após uma série de exames, os médicos descobriram a causa: a rapariga tinha uma sanguessuga gigante no nariz, que, descobriu-se agora, é de uma espécie que já andava na Terra no tempo dos dinossauros.
O facto de explorar os narizes alheios parece ser um hábito familiar da Tyrannobdella rex - nome que recebeu pelos seus 44,5 milímetros de comprimento e por ter uma única mandíbula com grandes dentes e uns órgãos genitais muito pequenos. "Não há dúvida de que a mais antiga espécie da família desta sanguessuga partilhou o mesmo meio dos dinossauros, há 200 milhões de anos. Os antepassados deste T. rex podem ter andado no nariz do outro T. rex", disse Mark Siddall, curador da Divisão de Zoologia de Invertebrados do Museu Americano de História Natural, ao jornal britânico Telegraph.
Até agora, os cientistas desconhecem qual é a sua fonte de alimento, apesar de considerarem que os locais favoritos deste invertebrado são o nariz e a boca dos mamíferos aquáticos, locais que "habitam" durante semanas.
A sua morfologia e o seu ADN levaram os investigadores a relacionarem a Tyrannobdella rex com outra sanguessuga que tem uma preferência pela boca das cabeças de gado mexicanas. Isto fez com que as relações de parentesco das sanguessugas fossem revistas. Os dados morfológicos e genéticos relacionam a T. rex com a Pintobdella chiapasensis, uma sanguessuga de Chiapas (México) que se alimenta apenas do tapir (animal sul--americano), mas que também infecta as vacas. Tem ainda relações com outras sanguessugas da Índia e Taiwan, como a Dinobdella ferox, conhecida por se alimentar de membranas mucosas e de já ter atacado humanos. Todas estas espécies e outras do México, África e Médio Oriente constituem a família das Praobdellidae, um grupo de sanguessugas com uma conduta alimentar semelhante que põem em risco a saúde humana.
Os antepassados desta família de sanguessugas compartilharam o meio ambiente com os dinossauros há 200 milhões de anos. A nova T. rex partilha este nome abreviado com outras quatro espécies. Estas incluem dois fósseis do período Minoceno; um caracol e um escaravelho; uma formiga que existe na Malásia na actualidade e ainda Terópodos do Período Cretáceo.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Notícia - Raio-X permite ver elementos químicos em fóssil de Archaeopteryx


Um século e meio depois de ser descoberto, o fóssil do Archaeopteryx continua a dar informações inéditas. Investigadores utilizaram um aparelho de raio-x e identificaram elementos químicos no fóssil. O estudo feito por uma equipa internacional de cientistas foi publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). Os investigadores verificaram que o que pareciam ser marcas das penas da ave com 150 milhões de anos, são afinal as penas fossilizadas.

“A descoberta que certos fósseis retêm a química detalhada do organismo original dá aos cientistas uma nova via para aprender mais sobre criaturas extintas há muito tempo”, disse em comunicado o investigador Rob Morton, do “Children of the Middle Waters Institute”, em Oklahoma.

O antigo fóssil foi irradiado com um raio-X do Stanford Synchrotron Accelerator Laboratory, que é muito potente e permitiu discernir diferentes tipos de elementos. O mapa químico revelou que as penas fossilizadas tinham fósforo e enxofre, constituintes presentes nas penas das aves de hoje. Nos ossos da ave, foram encontrados também elementos de cobre e zinco, que os investigadores acreditam terem sido importantes para a saúde do animal.

“Falamos de ligações físicas entre as aves e os dinossauros e agora também encontrámos ligações químicas”, disse Roy Wogelius, geoquímico da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Os cientistas realçam que esta técnica só se aplica a fósseis que ainda estejam ligados ao material rochoso original. Só assim é que se pode comparar a proporção dos elementos químicos com o ambiente em redor para haver certeza que os elementos pertenciam ao animal morto.

sábado, 13 de junho de 2015

Notícia - Descobertos pêlos de mamífero conservados em âmbar com 100 milhões de anos


Os pêlos de mamífero a três dimensões mais antigos foram encontrados num fóssil de âmbar. Com 100 milhões de anos, estes pêlos pertenceram a uma espécie que viveu ao lado dos dinossauros.
A descoberta foi feita no sudoeste de França, no âmbar, juntamente com os pêlos, ficou também preservado uma pupa de moscas. O âmbar foi produzido no período Cretácico, que decorreu entre os 145 milhões de anos e 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram pulverizados da Terra.

Conhecem-se pêlos fossilizados do Jurássico, o período anterior. “Temos impressões de pêlo a duas dimensões, tão antigas como o Jurássico Médio”, disse citado pela BBC News Romain Vullo, da Universidade de Rennes, em França, que estudou os pêlos. “No entanto, os pêlos carbonizados dão muito menos informação sobre a estrutura do que os pêlos a três dimensões, preservados em âmbar”, explicou Vullo.

Os fragmentos são mínimos, um tem 2,4 milímetros de comprimento e 32 até 48 micrómetros de largura. O outro tem 0,6 milímetros de comprimento e 49 a 78 micrómetros de largura.

Segundo o investigador este é o fóssil de pêlo mais antigo em que se pode observar a estrutura cuticular – a parte mais externa dos pêlos feito de células mortas. A estrutura é parecida com os pêlos dos mamíferos de hoje, mas a identidade do animal ainda é desconhecida.

Quatro dentes do mamífero marsupial conhecido Arcantiodelphys foram encontrados no mesmo local. “A hipótese mais parcimoniosa é considerar que os pêlos no âmbar pertencem a este animal ou a uma espécie parecida”, disse o investigador.

Existem três hipóteses que podem explicar a forma como os pêlos ficaram agarrados à resina que depois fossilizou em âmbar. Ou a resina caiu em cima do animal morto, e a pupa é o resultado de ovos que foram postos na carcaça. Ou o animal encostou-se à resina quando estava a passar e os pêlos ficaram agarrados ao material. A terceira hipótese é o animal ter-se aproximado da árvore para alimentar-se de insectos que estavam presos na resina.