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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Conteúdo - Riscos da Actividade Vulcânica

A actividade vulcânica é, por um lado, um agente modificador da paisagem e, por outro, em determinadas circunstâncias, pode provocar alterações climáticas.
Uma erupção vulcânica pode ter um impacto no clima, apesar do seu efeito ser normalmente breve. Muitas erupções lançam para as camadas altas da atmosfera grande quantidade de cinzas vulcânicas, que podem demorar anos a depositar. Um exemplo de alterações climáticas provocadas por erupções vulcânicas, é o caso da erupção do Krakatoa, em 1883, na sequência da qual a temperatura da região desceu cerca de  0,5 °C e os efeitos deste abaixamento da temperatura fizeram-se sentir durante cerca de 10 anos.
Em algumas erupções vulcânicas, como a do El Chichon no México, em 1982, e a do Monte Pinatubo nas Filipinas, em 1991, foram lança- dos para a atmosfera gases ricos em enxofre que formaram «nuvens de ácido sulfúrico», que, por sua vez, originaram chuvas ácidas res ponsáveis pela destruição da vegetação sobre a qual caíram.

Quando os vulcões se situam em zonas povoadas, apresentam diversos riscos para as populações. As lavas incandescentes, os piroclastos ou mesmo os gases quentes e muitas vezes tóxicos, podem ter um efeito devastador  sobre equipamentos, infra-estruturas, habitações e mesmo, directamente, sobre as pessoas, causando, por vezes, mortes. Por exemplo, o vulcão africano Nyiragongo, no Congo, nas suas diferentes erupções, tem provocado a morte de centenas de pessoas e a deslocação de centenas de milhares.

Conteúdo - Materiais Resultantes das Erupções

Quando um vulcão entra em actividade, tal como aconteceu durante a erupção do vulcão dos Capelinhos em 1957 e do vulcão de Santa Helena em 1980, são produzidos e emitidos materiais gasosos, em fusão e sólidos.
Os materiais gasosos mais frequentemente libertados são vapor de água, amoníaco, monóxido de carbono, dióxido de carbono e sulfureto de hidrogénio.
Os materiais em fusão  correspondem à  lava, designação atribuída ao magma quando sai do vulcão. A lava é menos rica em gases que o magma, porque este os foi perdendo ao longo da sua ascensão até à superfície.
Os materiais sólidos  são designados por  piroclastos e resultam da fragmentação e da solidificação do magma. Estes podem ter diferentes dimensões, desde as bombas, que têm um diâmetro compreendido entre 32 mm e 1 m, até às cinzas, cujo diâmetro é inferior a 2 mm.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Conteúdo - Tipos de Erupções

Ao longo do período activo do vulcão, e mesmo no decurso da erupção, as características desta podem alterar-se, podendo ser tranquila em determinados momentos e violenta noutros. Esta alternância depende fundamentalmente do tipo de lava – mais fluida ou mais viscosa – que está relacionado com a sua composição química. O tipo de lava determina, assim, os dois tipos gerais de actividade vulcânica: efusiva e explosiva.

Na actividade efusiva , a lava é muito fluida. Se é expelida para o exterior, através de uma cratera, forma como que um repuxo que escorre pelo cone vulcânico – rios de lava – e não há emissão de piroclastos. Deste tipo de actividade resultam geralmente cones vulcânicos relativamente baixos e de flancos suaves.

A maior parte da actividade vulcânica ocorre «escondida» no fundo oceânico. Na zona dos rifts , a lava fluida ao ser expelida, ao longo das enormes fissuras existentes, espalha-se cobrindo o fundo oceânico como um tapete, não originando assim a formação de um cone vulcânico.

Esta lava toma aspectos muito característicos, com formas arredondadas, e é designada por lava em almofada.  


Numa actividade explosiva, o magma que origina a lava é mais viscoso, pelo que flui mais lentamente, dificultando a libertação de gases, o que provoca explosões violentas. As explosões que caracterizam a actividade vulcânica explosiva originam a fragmentação da lava em porções tanto mais pequenas quanto mais violentas forem as explosões.

Por arrefecimento das porções de lava, originam-se piroclastos de diferentes dimensões. Nesta actividade, formam-se nítidos cones vulcânicos com a típica forma cónica, cujos flancos apresentam forte inclinação.

Se o magma que origina a lava for muito viscoso, solidifica ainda na chaminé, obstruindo-a. Nestes casos, a normal libertação dos gases é impedida, pelo que a sua pressão aumenta, o que acaba por provocar violentas explosões.

Para além das enormes colunas de gases, formam-se muitas vezes nuvens de gases e cinzas a altas temperaturas – nuvens ardentes – que «rolam» junto ao solo, destruindo tudo à sua passagem.

Conteúdo - Constituição de um Vulcão

Cone vulcânico: elevação de forma cónica, resultante da acumulação libertados durante uma erupção.



Chaminé vulcânica: canal no interior do aparelho vulcânico, que estabelece a comunicação entre a câmara magmática e o exterior.



Cratera: abertura do cone vulcânico, em forma de funil, que se localiza no topo da chaminé, formada por explosão ou por colapso da chaminé.



Câmara magmática: local situado no interior da Terra, onde se acumula, que se designa magma. Nem todos os vulcões possuem esta estrutura. Por vezes, o magma ascende directamente da zona onde é formado.



Cones secundários: pequenos cones vulcânicos localizados nos flancos do cone principal, alimentados pela chaminé e pela câmara magmática deste.



Magma: material rochoso fundido.

Conteúdo - Constituição de um Vulcão

Os Vulcões são aberturas naturais na superfície terrestre, através das quais é expelido Magma – rocha fundida formada no interior da Terra – para o exterior. Segundo a sua localização, existem vulcões que ocorrem nos limites das placas litosféricas - vulcões interplacas -, como os dos rifts e os das zonas de subducção e outros que ocorrem intraplacas - vulcões dos pontos quentes ou hot-spots. Apesar de em muitos dos vulcões activos não se formar um acentuado cone vulcânico – vulcões dos rifts, a imagem de vulcão que a maioria das pessoas tem corresponde a uma forma cónica com uma ou mais aberturas. Existem vulcões que correspondem mais claramente a esta imagem – são os vulcões dos pontos quentes e os das zonas de subducção.


Conteúdo - Localização da Actividade Sísmica


Existem diferentes testemunhos que evidenciam o enorme dinamismo da Terra, dos quais se salientam os sismos e os vulcões. O exame atento das zonas do nosso planeta com vulcanismo activo e com sismicidade evidencia de imediato que são coincidentes com o limite das placas litosféricas.

duas zonas de intensa actividade sísmica na Terra: a faixa que cicunda o oceano Pacífico; a faixa que atravessa a América Central, a zona média do oceano Atlântico, o mar Mediterrâneo, a Índia e Java.

Portugal é uma das regiões sísmicas do mundo, registando uma actividade sísmica regular.
A actividade vulcânica actual, representada pelos cerca de mil vulcões activos, não se encontra distribuída uniformemente na Terra, existindo três regiões onde é mais intensa:

à volta do oceano Pacífico – Anel de Fogo do Pacífico – onde se situam mais de metade dos vulcões activos do planeta;

à volta do mar Mediterrâneo;

no oceano Atlântico, segundo a direcção Norte-Sul, onde se inclui o arquipélago
dos Açores.


Portugal é um dos raros países europeus que integra no seu território vulcanismo activo.
Há uma coincidência evidente entre o limite das placas litosféricas e as zonas do mundo com vulcanismo activo e actividade sísmica. De facto, grande parte dos sismos e dos vulcões originam-se no bordo rifts das placas litosféricas, quer seja nos quer seja nas zonas de subducção. É, portanto, nos limites das placas que se manifestam com maior intensidade as forças internas do planeta e os movimentos a elas associados, em suma a dinâmica interna da Terra, sendo, as principais evidências desta, os sismos e os vulcões.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Notícia - A Evolução de Darwin

O Jardim Zoológico associou-se à Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito da exposição: “A EVOLUÇÃO DE DARWIN”. A partir de 12 de Fevereiro, data de aniversário de Darwin, poderá ver na Fundação Calouste Gulbenkian, a primeira reconstituição tridimensional do jovem Darwin. Esta exposição incluirá uma reconstituição da viagem do Beagle e do escritório do cientista. A Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolveu também um ciclo de conferências sobre a temática. O Jardim Zoológico estará presente na exposição, numa galeria anexa, que terá alguns animais: uma Tartaruga-terrestre, um Lagarto-dragão, uma Iguana-verde, entre outros.

Paralelamente a esta exposição, o Jardim Zoológico desenvolve no seu espaço o programa educativo: “AO ENCONTRO DE DARWIN”. De uma forma divertida e interactiva, apresentamos Charles Darwin junto do público escolar (do 2º Ciclo ao Secundário), visitante da exposição na Gulbenkian com os seguintes objectivos:

- Compreender como a Ciência e a sociedade têm interpretado a
grande diversidade de seres vivos;

- Dar a conhecer Charles Darwin e a sua obra «A Origem das
Espécies»;

- Compreender a influência que o ambiente exerce na
diversidade de espécies existentes no planeta;

- Identificar espécies semelhantes às que Darwin encontrou e
estudou nas suas incursões pelas Galápagos;

- Identificar as características mais marcantes e distintivas dos
animais seleccionados;

- Identificar os diversos argumentos que apoiam a Teoria da
Evolução;

- Compreender a Teoria Sintética da Evolução.


O programa proposto consiste num Peddy Paper, durante o qual os alunos são convidados a ir ao encontro de Darwin, tendo que para isso seguir as indicações deixadas por ele na forma de cartas ao longo de um percurso exploratório pelo espaço. A última carta indica o local no Jardim Zoológico onde se encontra Darwin, que então debate com o grupo a sua viagem e as suas teorias. É privilegiado o método interrogativo e a interacção com o grupo. Promove-se a aprendizagem autónoma e o espírito crítico, bem como a inter-ajuda e o trabalho em equipa.

Para mais informações poderá telefonar para 21 723 29 60 ou enviar um e-mail para pedagogico@zoolisboa.pt



Período de realização: De 2ª a 6ª feira, de Fevereiro a Junho de 2009.

Horários: Flexíveis. De acordo com as marcações já efectuada para a exposição na Gulbenkian.

Duração: Aproximadamente 1h30

Capacidade: 25/30 alunos por encontro. O grupo à chegada é dividido em 2 grupos mais pequenos para o Peddy Paper que se reúnem novamente quando encontram Darwin.

Preço para o programa educativo: Gratuito.

Preço de entrada no Zoo: Promoção especial para as escolas que visitarem a exposição na Fundação Calouste Gulbenkian 5€ por aluno.

Intervenientes: Guias/Biólogos do Centro Pedagógico; Público escolar.

Nota importante: Contactar o Centro Pedagógico antes de visita ao Zoo. Obrigatório marcação

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Conteúdo - Deformações

A actividade interna do nosso planeta manifesta-se tanto por fenómenos bruscos, como os vulcões e os sismos, que estudarás no tema seguinte, como também por processos muito lentos. Estes são em grande parte devidos quer à mobilidade da litosfera quer ao peso das camadas de sedimentos que tem sobre ela, que exercem diversos tipos de forças sobre as rochas que a constituem e que lhes provocam diferentes deformações.

As forças que se exercem sobre as rochas podem ser principalmente de três tipos:
Compressão – tendem a reduzir o volume da rocha;
Tracção – tendem a alongar a rocha;
Cisalhamento – provocam movimentos paralelos das rochas em sentidos opostos.
As rochas oferecem diferente resistência às forças a que estão sujeitas, não só em função da intensidade e do período de duração(tempo) dessas forças, mas também por causa de outros factores, como a composição e a estrutura da rocha e a temperatura a que seencontra.As deformações causadas nas rochas podem ser de alguns tipos fundamentais que certamente entenderás pelos exemplos simplesque a seguir te apresentamos.
A deformação do tipo elástica é reversível e proporcional à força aplicada. Quando cessa a força deformadora, cessa a deformação e a rocha recupera a forma inicial. É importante salientar que a capacidade de deformação elástica das rochas é limitada, pelo que, ultrapassado o limite de elasticidade, as rochas sofrem deformação permanente ou entram mesmo em rotura.
A deformação do tipo plástica é permanente e ocorre quando é ultrapassado o limite de elasticidade das rochas.

Conteúdo - Dobras e Falhas

Quando é ultrapassado o limite de plasticidade, a rocha cede e entra em rotura. Conforme o tipo de forças que actua – compressivas, de tracção ou de cisalhamento – assim se formam falhas inversas,normais ou desligamentos

Conteúdo - Correntes de Convecção

Uma das áreas de investigação dos geólogos é a determinação das causas do movimento das placas litosféricas. Muitos admitem que estas são postas em movimento devido a correntes de convecção de massas fluidas desigualmente aquecidas, que ocorrem no manto sobre o qual assentam, que as fazem deslocar sobre ele como um «tapete rolante».

As correntes de convecção podem ser facilmente visualizadas em qualquer massa fluida, como água, que colocada num recipiente sobre uma fonte de calor fica desigualmente aquecida. Em consequência, experimenta um movimento ascendente do local onde está mais quente para o local onde está menos quente, pois quando aquecida fica dilatada, por isso, menos densa e, consequentemente, mais leve. Arrefecendo à superfície contrai, torna-se mais densa e pesada
e, por isso, afunda, gerando num movimento global a convecção.

Muitos cientistas consideram que as massas quentes da astenosfera, aquecidas por baixo devido ao calor interno da Terra, sobem em direcção à litosfera, ao mesmo tempo que as massas mais frias da parte superior descem, formando-se assim correntes de convecção de material plástico.

Como em muitos assuntos científicos, as opiniões sobre o movimento das placas não são consensuais, existindo muitas vezes grandes polémicas.
Efectivamente, há geólogos que consideram que é a litosfera, por ser mais fria e densa nas zonas de subducção, que afunda. O movimento é, assim, em parte provocado pelas placas, que são consideradas como participantes no processo de convecção do manto e não elementos passivos.

Outros geólogos consideram que é o manto inteiro, e não só a astenosfera, que se movimenta, enquanto outros apontam como geradores do movimento do manto certas regiões anormalmente quentes – hot spots – que estudarás no tema seguinte.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vídeo - Deriva Continental

Conteúdo - Tipos de Limites


Os cientistas, com os dados actuais, admitem que a litosfera se encontra dividida em várias placas, que se movem umas relativamente às outras, deslizando lentamente sobre a astenosfera.
A velocidade das placas, medida actualmente utilizando satélites, lasers e ondas de rádio, é muito variável de umas para outras, mas, em média, é de 1 a 18 centímetros por ano.


É, principalmente, no bordo das placas litosféricas que ocorrem importantes processos geológicos. Tais processos dependem dos três tipos de movimentos que as placas podem ter umas em relação às outras e que podem ser:




Convergentes - quando as placas se aproximam

Divergentes - quando se afastam

Laterais - quando se deslocam lateralmente




Nos bordos das placas ocorrem importantes fenómenos geológicos, dos quais se destacam a ocorrência de sismos, e a deformação das rochas. Como não se forma nem se destrói a litosfera, estes são designados por conservativos.
São acontecimentos que ocorrem, por exemplo, no Pacífico Oriental, ao longo da Falha de Santo André (EUA).





Nos bordos das placas que se afastam– movimentos divergentes – os principais acontecimentos geológicos são o alargamento do fundo oceânico, o afastamento dos continentes e a ocorrência de sismos e vulcões.



Como se forma nova litosfera, estes bordos são chamados construtivos .



É o que ocorre nos Açores, provocando o afastamento das ilhas Corvo e Flores das restantes, e na Islândia, país que se situa na dorsal média do oceano Atlântico, precisamente no limite das placas
Americana e Euro-Asiática.






Nos bordos das placas que se aproximam – movimentos convergentes - os mais importantes fenónemos geológicos são a formação de montanhas e a ocorrência de sismos e de actividade vulcânica.
Como as placas ao movimentarem-se chocam entre si, o que leva à destruição da litosfera nestes bordos, estes são designados por destrutivos.
São exemplos desta situação as ilhas Aleutas, os Andes e os Himalaias

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Conteúdo - Tectónica de Placas

O esforço de muitos cientistas para interpretar os dados provenientes de diferentes ramos da Ciência levou, no final do século XX, à proposta da Teoria da Tectónica de Placas, uma visão dinâmica dos fenómenos geológicos que ocorrem na Terra. A Tectónica é um ramo da Geologia que estuda o relevo terrestre e as suas deformações numa perspectiva dinâmica, isto é, integrados nas forças e movimentos globais da Terra.

Através da utilização de certas tecnologias, como o sonar e os veículos-robôs, foi possível construir um modelo da morfologia do fundo dos oceanos, que sugere que as rochas do fundo se formam a partir de materiais libertados nos rifts, que se expandem pela planície e se afundam nas fossas. Portanto, esta expansão é acompanhada pelo movimento do fundo oceânico.



No bordo dos continentes existe um patamar que afunda suavemente - a plataforma continental – e termina num declive acentuado – o talude continental . Junto ao bordo dos continentes surgem, por vezes, zonas muito profundas – as fossas – na continuidade das quais existem zonas
zonas de grande instabilidade geológica – zonas de subducção.
As zonas de subducção são áreas onde porções da litosfera deslizam por debaixo de outras. O movimento descendente da litosfera provoca a sua fusão no manto subjacente – a astenosfera .
Na faixa médio-oceânica existem cadeias montanhosas submarinas – as dorsais oceânicas . Estas são constituídas por cristas aguçadas alinhadas de um e de outro lado de enormes fendas – os rifts – que chegam a atingir dois quilómetros de profundidade. Estas fendas não são contínuas porque estão recortadas por milhares de fendas transversais.
De um e de outro lado das cadeias montanhosas submarinas estendem-se vastas superfícies planas – as planícies abissais .
A morfologia submarina sugere que as rochas dos fundos oceânicos se formam a partir de materiais provenientes dos rifts, que se expandem pela planície abissal e se afundam nas fossas, levando a admitir o movimento do fundo oceânico.

As sondagens realizadas no fundo dos oceanos possibilitaram a datação dos sedimentos e das rochas. Estas pesquisas mostraram que as rochas são mais recentes junto aos rifts e mais antigas junto às margens continentais, e que os sedimentos são menos espessos junto à dorsal médio-oceânica do que perto do talude continental.

Admite-se que a Terra é constituída quimicamente por três zonas concêntricas: crosta, manto e núcleo. Nestas zonas as propriedades físicas da Terra variam. Por exemplo, a crosta e a zona superior de manto são rígidas e formam a litosfera que assenta numa zona pastosa do manto – a astenosfera.

Conteúdo - Fundos Oceânicos

As plataformas continentais prolongam os continentes sob os oceanos, possuindo até cerca de 200 metros de profundidade e até 1000 quilómetros de comprimento. Formaram-se entre períodos glaciares, quando os oceanos inundaram parte dos continentes, dando origem a áreas de águas pouco profundas ao longo das costas. Estas áreas encontram-se cobertas de sedimentos provenientes da erosão das rochas continentais, que para ali são transportados pelos rios.

Na transição entre a plataforma continental e as planícies abissais, existe o talude continental. Este consiste num declive muito acentuado, passando das centenas para os milhares de metros de profundidade em poucos quilómetros, e forma-se a partir de sedimentos provenientes do seu cume e da esfoliação da placa continental em subdução.


Os oceanos não são apenas a porção de superfície terrestre que se encontra coberta por água. Os fundos oceânicos são geologicamente distintos dos continentes e encontram-se num ciclo perpétuo de criação e destruição que molda o seu aspecto. Este processo ocorre lentamente ao longo de dezenas e centenas de milhões de anos.

Foi durante os anos após a Segunda Guerra Mundial que grande parte do fundo oceânico foi descoberto e estudado, devido ao avanço tecnológico dos sonares. Com estes estudos descobriram-se vários relevos oceânicos, tais como as dorsais oceânicas, que consistem num sistema contínuo de cadeias montanhosas submarinas de origem vulcânica, com aproximadamente 60 mil quilómetros, que rodeia o planeta Terra, ocupando o eixo médio dos oceanos. Este sistema é o maior relevo geológico no planeta e é formado por placas divergentes, ou seja, que se movem em direcções opostas. Nas suas zonas de fractura, denominadas riftes oceânicos, o magma basáltico, de origem mantélica, ascende e forma nova crosta oceânica, elevando assim o fundo oceânico. A dorsal ergue-se em média 3000 a 4000 metros acima do fundo marinho mas, por vezes, as montanhas submarinas erguem-se ao ponto de vir a superfície formando ilhas vulcânicas, como é o caso dos Açores e da Islândia. A dorsal oceânica é ocasionalmente fracturada por falhas transformantes, em que as placas deslizam uma paralelamente à outra e não há destruição nem formação de crosta.


A crosta formada pela dorsal oceânica é destruída nas fossas oceânicas, também designadas de zonas de subdução. As fossas são criadas em fronteiras convergentes quando se dá a colisão entre uma placa oceânica densa e uma placa continental mais leve. A placa oceânica afunda em relação à continental e mergulha no manto até se fundir. O material fundido ascende a superfície formando ilhas ou cadeias montanhosas, como a cordilheira dos Andes na América do Sul. Na fossa das Marianas, perto do Japão, encontra-se o ponto mais profundo da superfície terrestre, com aproximadamente 11 quilómetros de profundidade.

Ocupando aproximadamente metade do fundo marinho encontramos as planícies abissais. Iniciam-se na fronteira entre a crosta continental e a crosta oceânica e prolongam-se até às profundezas dos oceanos. É a área mais plana da superfície terrestre, situada entre os 2500 e os 6000 metros de profundidade. O seu relevo plano é o resultado da acumulação de lençóis de sedimentos com uma espessura aproximada de 5000 metros. Estes lençóis escondem as rochas basálticas características da crosta oceânicas. O seu relevo plano é, por vezes, interrompido pelas abyssal hills, que acontecem quando os lençóis de sedimentos não possuem espessura suficiente para cobrir as rochas da crosta oceânica. As abyssal hills encontram-se normalmente cobertas por sedimentos. São vulcões já extintos ou pequenas formações rochosas que ascenderam pela crosta sob a forma de magma. As abyssal hills podem ser encontradas paralelamente a dorsal oceânica, e observadas em grupo ou isoladas. As planícies abissais são mais comuns no oceano Atlântico e menos comuns no Pacifico, onde as fossas oceânicas são mais comuns, pois os sedimentos tendem a acumular-se nas fossas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Conteúdo - Pangea

Wegener, baseando-se na morfologia dos contornos continentais e em dados paleontológicos, paleoclimáticos e outros dados geológicos, admitiu que todos os continentes estiveram unidos num único grande continente. A fragmentação deste em vários continentes menores e as posteriores deslocações destes até à actualidade teriam originado o mapa-múndi actual.
Baseando-se na complementaridade dos contornos dos vários continentes, Wegener construiu um mapa da Terra no qual todos os continentes estavam unidos num supercontinente – a Pangea.




A hipótese de Wegener foi revolucionária para a época em que foi apresentada. Os cientistas seus contemporâneos argumentavam que ele evidenciava o movimento dos continentes, mas não explicava convenientemente como é que isso era possível. Wegener apresentou duas hipóteses para explicar o movimento dos continentes:

• os continentes abrem caminho através da crosta oceânica impeli-
dos como um barco na água;
• a crosta continental flutua sobre a crosta oceânica.

Porém, Harold Jeffreys e outros físicos da época provaram que estas duas hipóteses não eram possíveis, o que foi aceite pela maioria dos cientistas. Assim, a hipótese de Wegener não foi aprovada e quando este morreu, em 1930, as suas ideias tinham sido esquecidas.