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quinta-feira, 21 de julho de 2022

O que é imunidade?

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O teu organismo tem uma proteção natural contra inimigos perigosos e invisíveis. Quando é atacado por parasitas, vírus, bactérias ou determinadas substâncias, envia um exército de soldados microscópicos para os eliminar. E se o intruso não for detetado pelo teu sistema de defesa? Temos um grande problema. Ou ficas gravemente doente ou, muito antes disso, desenvolves uma superproteção. Como? Injetando uma dose mínima do agente que provoca a infeção, para ensinar as tuas células a produzirem os anticorpos necessários. A solução é antiga, mas continua a ser a mais procurada no século XXI para resolver a pandemia da covid19. Chama-se vacina.

Malta, rodeada de água e à procura dela

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Malta é o mais pequeno país da União Europeia e o que tem maiores problemas de escassez de água potável. Para ajudar a resolver o problema, fundos europeus são aplicados, não apenas na dessalinização da água do mar, como em projetos de saneamento básico e apoio à agricultura.

A localização de Malta, em pleno Mediterrâneo, permitiu a presença de vários povos no seu território, ao longo da História. Por lá passaram fenícios, gregos e romanos, árabes, normandos, espanhóis, franceses e britânicos, sendo que destes últimos só conseguiram tornar-se independentes em 1964. É membro da União Europeia (UE) desde 2004. É uma economia que vive de importações. Só produz cerca de 20 por cento dos seus alimentos e não produz qualquer tipo de energia. Os têxtéis, além do turismo, são a sua grande fonte de rendimento.

Estamos habituados às imagens de praias turquesa do mar que banha as ilhas que compõem este arquipélago que atrai, todos os anos, cerca de dois milhões de turistas. Mas o facto é que em Malta, onde residem de forma permanente 430 mil pessoas, poderia aplicar-se a expressão “morrer de sede à beira do mar”. Não há rios, nem lagoas, e ainda por cima chove muito pouco, neste país situado entre a Europa, o Norte de África e o Médio Oriente.

Os malteses procuram em permanência novas soluções para melhorarem a qualidade da água potável e as infraestruturas de saneamento básico. Nesse sentido, a UE apoia vários projetos por todo o país. Fábricas de dessalinização de água do mar, acompanhando novas tecnologias de purificação, melhoramento da rede hídrica de distribuição e tratamento de águas residuais para apoio à agricultura. O saneamento básico é outro grande problema – parte do país ainda usa fossas sépticas.

A Energia que nos Consome

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Vivemos uma era na qual por um lado temos possibilidades tecnológicas como nunca à nossa disposição. Por outro temos a pressão do crescimento demográfico e as ameaças da escassez dos recursos, da poluição e das alterações climáticas. Como podemos satisfazer as necessidades energéticas de uma forma sustentável, sem pôr em risco a permanência neste planeta?

Físicos, teóricos do futuro, cientistas, políticos concordam numa resposta: só com uma revolução energética. Os recursos estão a gastar-se a um ritmo alucinante e a Terra está a definhar. As alternativas são poucas e insuficientes, além de que o investimento nelas é ainda muito baixo em comparação com a exploração que se mantém dos “motores” que têm poluído o planeta, como os hidrocarbonetos – o petróleo ou o carvão – e os combustíveis fósseis, como, por exemplo, o gás natural.

Ao dispor e causando grande controvérsia, temos a energia de fissão – designada de nuclear -, que por mais perigosa que seja nas mãos erradas, no momento errado, para fins letais, tem ainda um problema para o qual não parece existir solução: a toxicidade dos resíduos – a sua radioatividade. O sonho de quem se dedica a desbravar o futuro é o da a energia de fusão – a do sol e das estrelas numa escala gigantesca. Seria uma energia totalmente limpa, mas que não está ainda no quadro de qualquer horizonte temporal.

Por enquanto, os investimentos são pedidos sobretudo para as ditas energias renováveis, como a que podemos aproveitar das ondas do mar ou do vento, por exemplo. É a transição para a chamada energia verde, mas que claramente não dá resposta às necessidades crescentes, nem tão pouco contrapõe os malefícios das energias poluentes que dominam. Basta fixar este número: no nosso mundo são emitidas 23 mil milhões de toneladas de carbono por ano.

A Bioeconomia da Floresta, o exemplo sueco

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Como se gere a floresta na Suécia? Uma fonte económica que parece não ter fim, num país onde, ao mesmo tempo, há cada vez mais árvores. O lema é: fazer mais, com menos e de forma mais sustentável. Uma economia que passou de linear a circular com base nos recursos renováveis e em nome da conservação da biodiversidade e da descarbonização.

Para mostrar que a madeira dá para muito mais do que para pasta de papel e mobiliário, na Suécia revelam-se projetos inovadores como o de uma impressora 3D que, em poucas horas, imprime caiaques a partir de granulado de madeira e milho. Reduz-se a pegada ecológica e dá-se asas à imaginação. O futuro passa pela descoberta, como sempre, de como fazer mais e melhor. Neste país, por cada árvore cortada, plantam-se duas. Uma equação que tem rendido a nível económico e ambiental.

Aumentar o valor da floresta vai ao encontro da bioeconomia circular: uma combinação de processos com a utilização de recursos renováveis, num ciclo que pretende reduzir o desperdício e ao mesmo tempo incentiva a durabilidade, a reciclagem e a reutilização. Neste caso permite aumentar o valor gerado pela floresta tendo por base o desenvolvimento sustentável.

A Suécia revela-se um país exemplo neste tipo de economia florestal ao dar destaque às atividades que aproveitam a biomassa e outros materiais da floresta e ao reaproveitamento dos resíduos gerados durante os processos industriais do setor. É também um país a seguir no que toca às dinâmicas que contribuem para a preservação e equilíbrio dos ecossistemas florestais e da sua biodiversidade.

O Regresso dos Castores

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O poder da natureza revela-se insuperável. Surgindo condições, a vida pode mesmo voltar aonde parecia ter desaparecido para sempre. Dois séculos depois de terem sido dizimados no Luxemburgo, os castores estão de volta. Para os seus trabalhos de construção, mas também como percursores de toda uma nova biodiversidade nas áreas onde estão a instalar-se.

No século XIX, estes roedores foram caçados até à extinção na zona que é hoje o Luxemburgo, ainda o grão-ducado não era independente. Os agricultores não queriam os terrenos inundados, outros vendiam a sua valiosa pele e até uma das suas segregações corporais era usada pelos farmacêuticos. Morreram todos. Não só ali como em quase toda a Europa. Até agora.

Os diques feitos de árvores cortadas com os seus poderosos dentes estão a dar ao Luxemburgo, não apenas novos contornos paisagísticos, mas a criação de condições para todo um novo ecossistema. Anfíbios nunca por ali vistos, insetos vindos de outras paragens, aves e peixes e toda uma panóplia de plantas que não existiam no país vivem agora junto às colónias dos castores.

O triunfo ecológico é tal que se suspeita que da mesma forma que os castores voltaram, estão agora eles a criar condições para o regresso de outras espécies: o lobo e a lontra. Os castores estão protegidos pela Diretiva Europeia Habitat de 1992. Os biólogos consideram-nos uma das espécies-chave do continente europeu precisamente porque a sua presença cria lugares de grande biodiversidade.