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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Conteúdo - Formação de Rochas 5

Como consequência da acção dos agentes meteóricos sobre as rochas, estas vão sendo desagregadas originando fragmentos e grãos de diferentes dimensões, os chamados detritos ou clastos. A acção de desgaste e remoção dos diferentes detritos e soluções, que acontece a seguir ou em simultâneo à meteorização, chama-se erosão. Os agentes são, praticamente, os mesmos que actuam na meteorização. O vento, por exemplo, tem uma acção importante principalmente nos locais onde os produtos da meteorização não estão protegidos por vegetação ou outros obstáculos. O vento arranca detritos incoerentes e secos. Este fenómeno denomina-se deflação. Arrastando consigo os detritos arrancados, o vento, próximo do solo, provoca a erosão das rochas, podendo originar um modelado designado por blocos pedunculados (massas rochosas escavadas na parte inferior). Este tipo de erosão eólica denomina-se corrasão. A acção erosiva causada pelos diferentes tipos de águas (pluviais, fluviais, subterrâneas, lacustres, marinhas, glaciares, etc.) é sobejamente conhecida. Por exemplo, a capacidade de erosão de um rio é máxima quando experimenta grandes cheias e a sua água atinge grande velocidade. A velocidade de desgaste do leito do rio depende do caudal, do declive, da natureza dos detritos arrastados e das rochas constituintes do leito, e varia ao longo do curso do rio.
Como acabamos de ver os materiais resultantes da meteorização, normalmente, não ficam no seu local de origem. São deslocados para outros locais pelos ventos, gravidade, águas (estado líquido e sólido) -dissolução e detritos ou clastos- e seres vivos, particularmente pelo homem. Desta forma ocorre o transporte.
sedimentação ou deposição ocorre, em vários ambientes (deltaico, lagunar, marinho, torrencial, etc.), sobretudo por acção da gravidade. O agente transportador perde a força de arraste e deposita os detritos que transportava, segundo a dimensão e densidade dos detritos. Como resultado de sucessivos transportes e deposições formam-se camadas ou estratos de sedimentos, disposição característica da grande maioria das rochas sedimentares.
diagénese consiste nas mudanças ou transformações, químicas, físicas e biológicas, sofridas por um sedimento após a sua deposição. Inclui processos tais como: compactação e rearranjo espacial dos
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Esquema da compactação dos sedimentos detríticos e circulação dos fluidos entre os poros.
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Esquema do fenómeno da solução de pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de um mineral resultado das pressões e a cimentação dos poros.

grãos, consolidação, cimentação, autigénese, substituição, solução de pressão, precipitação, recristalização, oxidação, redução, desidratação, hidratação, lexiviação, polimerização, adsorção, acção bacteriológica (exº origem do petróleo), os quais são normais na parte superficial da crosta terrestre. Os processos diagenéticos não só se iniciam logo após a deposição do sedimento, como têm um tempo variável na sua ocorrência.
As rochas sedimentares devem ser observadas como produtos finais de um complexo processo ( ver o esquema apresentado na página anterior).

Pela sua natureza, os processos e produtos da meteorização química originados pelos diferentes agentes são complexos e interdependentes. A dissolução, hidratação, hidrólise, oxidação, redução e lexiviação dos compostos mais solúveis combinam-se de formas diferentes de acordo com o tipo de rocha, o clima e a morfologia da região.





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Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante da acção dissolvente da água. A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E - Estalactite; F - Algar; G - Exsurgência.
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Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e estalactites.

sábado, 23 de outubro de 2010

Conteúdo - Jazigos Minerais 2

Para compreendermos, em termos muito genéricos, a origem dos minerais que constituem os jazigos minerais é importante conhecermos as condições da sua formação. 
Os jazigos minerais são formados por processos magmáticos, isto é, derivam da cristalização directa de um magma (Rochas magmáticas), bem como por outros processos como iremos analisar. As principais causas para a deposição dos minérios, em muitos jazigos, envolvem mecanismos de precipitação que não resultam da simples diminuição da temperatura e pressão, tal como acontece com os magmas, mas que se associam com processos mais complexos, nomeadamente, envolvendo miscibilidade ou imiscibilidade de fluidos e reacções químicas entre fluidos e as rochas encaixantes. A interacção química dos fluidos com rochas da crosta superior desempenha, em muitos casos, um papel essencial na formação dos jazigos minerais. 
A classificação dos jazigos minerais permite traçar planos de trabalho essenciais à elaboração de estratégias de exploração e à avaliação de jazigos promissores. A prospecção consiste em diversos trabalhos geológicos e mineiros orientados para o conhecimento do valor económico de um jazigo mineral. Há várias classificações dos jazigos minerais consoante os critérios utilizados. Optamos por uma classificação baseada num critério genético. Os jazigos minerais que se formam no interior da crusta terrestre são designados por jazigos endogénicos, enquanto que os jazigos minerais que se formam à superfície da crusta terrestre são chamados jazigos exogénicos. Vejamos o esquema seguinte:

Esquema formação minerais
Esquema, a traços largos, da formação dos minerais.
paragénese que consiste numa associação característica de minerais formada pelo mesmo processo genético, também definida como ordem sequencial pela qual os minerais ocorrem nas rochas, é igualmente importante na avaliação de jazigos promissores. O conhecimento da paragénese dos minerais é muito importante, na medida em que permite prever a presença de um determinado mineral ou excluir a existência de outros. Vejamos o seguinte exemplo: numa rocha magmática que apresenta como minerais mais abundantes (principais) olivina e piroxena, é previsível a presença de calcopirite, pirite, platina e pentlandite, sendo de excluir a presença de quartzo, cassiterite e outros.
Observando o esquema da formação dos minerais acima representado e de forma muito sucinta podemos dizer que o processo endógeno apresenta como figuras centrais o magmatismo e o metamorfismo. O magma quando ascende às camadas superiores da crusta terrestre começa a arrefecer e a solidificar lentamente. Durante a sua ascensão derrete e engloba parte das rochas encaixantes, alterando a sua composição química original. O arrefecimento do magma provoca a separação de fluidos e materiais sólidos, bem como a diferenciação magmática (processo que conduz à formação de magmas com composição química diferente a partir do mesmo magma). Deste modo, ao longo da diferenciação magmática formam-se diversas rochas. Assim, podemos imaginar um magma em que, numa primeira fase de arrefecimento, se formam cristais de olivina, piroxenas e algumas plagióclases calcossódicas que se vão acumulando no fundo da câmara magmática por ordem da sua formação e das suas densidades, formando uma rocha chamada gabro. O magma residual, magma com gabro, fica mais rico em sílica, alumínio e potássio, porque a maior parte do magnésio, ferro e cálcio foi consumida na formação da olivina, piroxenas e plagióclases calcossódicas. O arrefecimento deste magma com gabro pode dar origem à formação de uma rocha como o granito, composta essencialmente por quartzo, micas (moscovite e biotite) e feldspato potássico. Na fase final da solidificação do magma, é frequente a formação de rochas ígneas de textura extremamente grosseira, encontradas geralmente sob a forma de diques irregulares, lentes ou veios, chamadas pegmatitos. Caracterizam-se pela ocorrência frequente de minerais raros, de grande importância económica, ricos em elementos como lítio, boro, flúor, nióbio, tântalo, urânio, terras raras e zircónio. Os fluidos residuais do magma, ricos de elementos com baixo ponto de fusão (boro, flúor, lítio, etc.) desempenham um papel importante. Estes fluidos escapam-se do magma e sobem pelas fracturas (falhas) das rochas encaixantes chegando, por vezes, a atingir a superfície crusta terrestre. Em simultâneo vão arrefecendo dando origem a novos minerais que preenchem as fracturas (falhas). Este tipo de formação de minerais chama-se hidrotermal. Quando existem elementos de metais pesados naqueles fluidos formam-se filões metalíferos. As emanações de gases nasfumarolas e sulfataras, por vezes, dão origem a vários minerais, tais como enxofre, calcite, aragonite, calcedónia ou o cinábrio.
Todas as rochas quando expostas à superfície da crusta terrestre (processo exógeno) sofrem a influência da atmosfera (oxigénio, anidrido carbónico,...), da hidrosfera (água), das variações de temperatura e da acção dos organismos vivos. São factores que desagregam as rochas, isolando os minerais que as compõem ou transformando-os em novos minerais. Este processo é lento mas constante, chamando-se meteorização. O transporte e a deposição (Ver Rochas sedimentares) dos minerais úteis, desagregados ou formados de novo, conduz à formação dos jazigos sedimentares.
As rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas quando sujeitas à acção das condições físicas e químicas existentes nas profundidades da crusta terrestre, sofrem modificações em virtude das elevadas pressões, das temperaturas e de reacções químicas. Altera-se a sua textura, bem como as suas propriedades físicas e químicas, dando origem a novas paragéneses de minerais. Este processo denomina-se metamorfismo e, como é óbvio, é um processo endógeno.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Conteúdo - Tipos de Erupções Vulcânicas

Depois da análise deste Tema, bem como da Tectónica de Placas, ficamos a saber que a maior parte das erupções vulcânicas ocorrem ao longo dos limites das placas tectónicas. Com o actual conhecimento de que dispomos dos mecanismos da Terra e seu funcionamento, é possível fazer previsões acerca das probabilidades de ocorrência das erupções vulcânicas. Mas ainda não é possível prever a data exacta destes acontecimentos, bem como a sua real dimensão, há muito que investigar pois, tal como a Terra, o conhecimento é dinâmico. Para terminarmos este Tema passamos a mostrar algumas fotografias elucidativas de alguns aspectos do vulcanismo.

Esquema de erupção fissural
Esquema representativo de uma erupção do tipo fissural.
Erupção fissural na Islândia
Erupção fissural na Islândia.
Vulcão Sakurajima
Vulcão Sakurajima, no Japão.
Pinatubo nas Filipinas
Vulcão Pinatubo, nas Filipinas.
Fluxo de piroclastos
Piroclastos emitidos numa das erupções do vulcão Stromboli.
Cinzas vulcânicas do Galungung
Cinzas vulcânicas emitidas pela erupção do vulcão Galungung, na Indonésia, em 1982.
Kilauea, Havai
Erupção do vulcão Kilauea, no Havai, em 1960.
Rios de lava do Kilauea
Rios de lava produzidos pelo vulcão Kilauea, no Havai, em 1960.