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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Descobertos restos de nove neandertais numa gruta em Itália

Governo fala em achado extraordinário. As descobertas este sábado anunciadas vão ajudar a “compreender melhor a história do povoamento da Itália”.

A Gruta de Guattari, na cidade de San Felice de Circeo, região de Lazio, foi descoberta por acaso, em Fevereiro de 1939. 

Os restos de nove neandertais foram descobertos na Gruta de Guattari, em San Felice Circeo, na costa entre Roma e Nápoles, onde já tinham sido encontrados vestígios da presença neandertal, anunciou este sábado o ministro italiano da Cultura.

“Se tivermos em conta os dois outros indivíduos que já tinham sido descobertos no mesmo sítio, temos um total de 11 indivíduos, confirmando que este é um dos sítios mais importantes do mundo para a história do neandertal”, afirmou o ministro Dario Franceschini, citado pela agência francesa AFP.

Para o governante, esta é “uma descoberta extraordinária, que dará a volta ao mundo”.

Oito dos vestígios encontrados terão entre 50.000 e 68.000 anos e o mais antigo estará entre os 90.000 e os 100.000 anos, avança o Governo italiano.

Francesco Di Mario, responsável pelas escavações, acredita que aqueles indivíduos são representativos de uma população de neandartais que devia ser muito importante naquela região.

“O neandertal marca uma etapa fundamental na evolução da humanidade, representando o pico de uma espécie e a primeira sociedade humana a falar devidamente”, frisou o director do serviço regional de Antropologia, Marion Rubini.

As escavações começaram em Outubro de 2019 e as descobertas este sábado anunciadas vão ajudar a “compreender melhor a história do povoamento da Itália”, acrescentou.

Em escavações recentes, foram encontrados naquele local milhares de ossos de animais, incluindo ossos de elefantes, rinocerontes, veados gigantes, cavalos selvagens e ursos, refere a AFP.

A Gruta de Guattari, na cidade de San Felice de Circeo, região de Lazio, foi descoberta por acaso, em Fevereiro de 1939.

Pouco depois, o antropólogo Albert Carlo Blanc descobriu naquele local um crânio de Neandertal em perfeito estado de conservação.

https://www.publico.pt/2021/05/08/ciencia/noticia/descobertos-restos-nove-neandertais-gruta-italia-1961752


domingo, 2 de maio de 2021

Divisões da Paleontologia

A paleontologia divide-se, conceitualmente, em diversas áreas, como por exemplo a paleobiologia, uma área que estuda os conceitos evolutivos e ecológicos e foca-se menos na identificação de fósseis. É no seio da Paleobiologia que se insere a paleozoologia, o estudo dos fósseis de animais, e a paleobotânica, o estudo dos fósseis de plantas. Basicamente, qualquer disciplina biológica aplicada aos organismos do passado geológico, por via do estudo dos fósseis, constitui uma subdisciplina paleobiológica: paleoecologia (que estuda os ecossistemas do passado), paleobiogeografia, paleoanatomia, paleoneurologia, paleomastozoologia, etc.

Outras disciplinas paleobiológicas transversais, que não estão limitadas a um dado grupo taxonómico, são, por exemplo:

Micropaleontologia — que estuda os fósseis de organismos ou parte deles que necessitam de microscópio para serem visualizados;

Paleoicnologia — que estuda os vestígios fósseis, por exemplo, pegadas;

Tafonomia — que ainda se divide em Bioestrationomia, Diagênese e Tectônica, estuda a integração da informação biológica no registo geológico, ou seja, a formação dos fósseis e das jazidas fossilíferas e do registo paleontológico;

Biocronologia — que estuda o desenvolvimento temporal (a cronologia) dos eventos paleobiológicos, bem como as relações temporais entre entidades paleobiológicas (os organismos do passado) e/ou tafonómicas (os fósseis);

Sistemática — que estuda a classificação de espécies fósseis.

Ainda se faz uma subdivisão da paleobotânica e da micropaleontologia constituindo a paleopalinologia, que se dedica ao estudo de pólen e esporos, importantes para a datação.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Importância da Paleontologia

A informação sobre a vida do passado geológico está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o resultado de milhares de milhões de anos de evolução. Assim, só estudando paleontologicamente o registo fóssil — o registo da vida na Terra — é possível entender e explicar a diversidade, a afinidade e a distribuição geográfica dos grupos biológicos actuais. Este tipo de estudo tornou-se viável através dos trabalhos de Georges Cuvier, que, mediante a aplicação das suas leis da anatomia comparada, comprovou o fenómeno da extinção e da sucessão biótica. Estas leis permitiram as reconstruções paleontológicas dos organismos que frequentemente eram encontrados no registo fossilífero somente de forma fragmentada, ou mesmo, apenas algumas partes fossilizadas. Desta maneira, os resultados dos trabalhos de Georges Cuvier possibilitaram, posteriormente, a elaboração de sequências evolutivas, que foram fundamentais para a defesa do evolucionismo.

Com base no princípio de que "o presente é a chave do passado", enunciado por Charles Lyell, partindo do conhecimento dos seres vivos atuais e ainda do seu estudo biológico, é possível extrapolar-se muita informação sobre os organismos do passado, como o modo de vida, tipo trófico, de locomoção e de reprodução, entre outros, e isso é fundamental para o estudo e a compreensão dos fósseis.

A partir dos fósseis, uma vez que são vestígios de organismos de grupos biológicos do passado que surgiram e se extinguiram em épocas definidas da história da Terra, pode fazer-se a datação relativa das rochas em que ocorrem e estabelecer correlações (isto é, comparações cronológicas, temporais) entre rochas de locais distantes que apresentem o mesmo conteúdo fossilífero. O estudo dos fósseis e a sua utilização como indicadores de idade das rochas são imprescindíveis, por exemplo, para a prospecção e exploração de recursos geológicos tão importantes como o carvão e o petróleo.

Candidata a vacina contra a malária mostra eficácia de 77%

Ensaio clínico de uma potencial vacina para a malária durou um ano e revelou 77% de eficácia num grupo de 450 crianças, em África.

Uma potencial nova vacina contra a malária provou ser altamente eficaz num ensaio em bebés em África, podendo um dia vir a ajudar a reduzir o número de mortes causadas pela doença transmitida por mosquitos que mata meio milhão de crianças por ano.

A vacina candidata, desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, chama-se R21/ Matrix-M e mostrou eficácia de até 77% no ensaio que decorreu ao longo de um ano no Burkina Faso, onde participaram 450 crianças, avançaram em comunicado os investigadores que lideram o ensaio clínico.

O grupo de cientistas, liderados por Adrian Hill, director do Instituto Jenner de Oxford e também um dos principais investigadores por detrás da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, referiu ainda que planeiam realizar mais testes em cerca de 4800 crianças com idade entre os cinco meses e os três anos em quatro países africanos.

Hill disse ter “grandes expectativas para o potencial da vacina”, acrescentando ainda que se trata da primeira vacina contra a malária a atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de conseguir pelo menos 75% de eficácia.

Cientistas de todo o mundo trabalham há décadas para desenvolver uma vacina capaz de prevenir a malária — uma infecção complexa causada por um parasita transportado na saliva dos mosquitos.

A malária infecta milhões de pessoas todos os anos e mata mais de 400.000, a maioria bebés e crianças pequenas nas zonas mais pobres da África.

A primeira e única injecção contra a malária licenciada no mundo, Mosquirix, foi desenvolvida pela GlaxoSmithKline ao longo de muitos anos de testes clínicos em vários países africanos, mas tem uma eficácia de apenas 30%.

No ensaio R21/ Matrix-M no Burkina Faso, as 450 crianças foram divididas em três grupos. Dois grupos receberam três doses da vacina experimental juntamente com uma dose baixa ou alta de um adjuvante — um ingrediente que potencia a resposta do sistema imunitário a uma vacina — enquanto o terceiro grupo recebeu uma vacina de controlo.

Os resultados, que os investigadores garantiram que seriam publicados em breve na revista científica The Lancet, mostraram eficácia de 77% no grupo de adjuvante de dose elevada e 74% entre aqueles que receberam a vacina com uma dose reduzida.

https://www.publico.pt/2021/04/23/ciencia/noticia/potencial-nova-vacina-malaria-mostrase-promissora-ensaios-burkina-faso-1959854

domingo, 25 de abril de 2021

Paleontologia

Paleontologia (do grego palaiós= antigo + óntos= ser + lógos= estudo) é a especialidade da biologia que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis. O biológo ou geólogo responsável pelos estudos dessa ciência é denominado de paleontólogo.

A vida na Terra surgiu cerca de 3,8 bilhões de anos e, desde então, restos de animais e vegetais ou indícios das suas atividades ficaram preservados nas rochas. Estes restos e indícios são denominados fósseis e constituem o objeto de estudo da Paleontologia.

A paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje. Já não é a ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades. Todos se interessam pela história da Terra e dos seus habitantes durante o passado geológico, para melhor conhecerem as suas origens. O objeto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na atualidade, encerram a informação sobre o passado geológico do planeta Terra. Por isso se diz frequentemente que a paleontologia é, simplesmente, a ciência que estuda os fósseis. Contudo, esta é uma definição redutora, que limita o alcance da Paleontologia, pois os seus objetivos fundamentais não se restringem ao estudo dos restos fossilizados dos organismos do passado. A Paleontologia não procura apenas estudar os fósseis, procura também, com base neles, entre outros aspectos, conhecer a vida do passado geológico da Terra.

Uma vez que os fósseis são objetos geológicos com origem em organismos do passado, a paleontologia é a disciplina científica que estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas. Conhecimentos acerca da Geografia são de suma importância para a paleontologia, entre outros, através desta pode relacionar-se o posicionamento e distribuição dos dados coligidos pelo globo.