Páginas

sábado, 28 de outubro de 2017

Livro inspirado na rubrica ambiental da Quercus na RTP1 lançado oficialmente a 25 de outubro


Está quase a chegar a cerca de 1000 livrarias do país o livro “Minuto Verde – Os Conselhos ambientais da Quercus no Bom Dia Portugal da RTP1”, assinado pela Quercus e editado pela Casa das Letras do Grupo LeYa,  no âmbito das Edições RTP.
Coincidindo com a chegada às lojas, o lançamento oficial decorrerá no dia 25 de Outubro, pelas 18h30, na livraria LeYa na Buchholz, em Lisboa, com apresentação de António José Teixeira, da Direção de Informação da RTP.
Este livro surgiu da vontade de celebrar um dos projetos da Quercus mais longevos e reconhecidos pelo público. Com ilustrações originais de Isidro Jiménez, reúne cerca de 200 textos, inspirados no formato televisivo que a Quercus apresenta desde 2006, aos dias úteis de manhã na RTP1.
O leitor é convidado a percorrer 11 capítulos temáticos dedicados às principais áreas ambientais habitualmente focadas no Minuto Verde.

A publicação deste livro contou com o apoio de um conjunto de mecenas - Águas do Algarve, Vulcano, REN, BMW i, EGEO e CTT – que se associaram desta forma ao trabalho de sensibilização e educação ambiental da Quercus.

Livro será ferramenta de apoio ao projeto “Minuto Verde Vai à Escola”
Pretende-se que este livro seja uma ferramenta de educação ambiental, com conteúdos atuais, credenciados e acessíveis a todos os públicos. Abordando temas com influência direta na vida dos cidadãos, apresenta recomendações sobre como reduzir a pegada ecológica nas diversas esferas do quotidiano, incentivando a escolhas mais responsáveis que salvaguardem os recursos naturais e o futuro sustentável do planeta.

Este livro integra o conjunto de ferramentas pedagógicas do projeto-piloto  “Minuto Verde Vai à Escola”, que a Quercus está a desenvolver com alunos do 8º ano do 3º Ciclo do Ensino Básico, em 6 escolas nacionais, com o apoio do Fundo Ambiental. 

Há mais de uma década de emissão contínua na RTP1, o Minuto Verde é uma rubrica de sensibilização ambiental da autoria da Quercus. É emitido de segunda a sexta-feira no bloco informativo das manhãs da RTP1, o Bom Dia Portugal, ligeiramente antes das oito, nove e dez horas. 

Informação retirada daqui

Incêndios causaram pico de poluição. Fumos chegaram a países bálticos


Episódio começou a 6 de outubro, com níveis altos de dióxido de azoto e de ozono. No dia 15, com os ventos vieram as poeiras do Norte de África, e com os fogos um excesso de partículas inaláveis

Os piores incêndios florestais de sempre em Portugal, que nos dias 15 e 16 deste mês queimaram de uma só vez um recorde absoluto de mais de 220 mil hectares, causando 44 mortos, mais de 70 feridos e prejuízos de muitas centenas de milhares de euros que ainda estão a ser contabilizados, originaram também um episódio severo de poluição atmosférica.

Os fumos e as partículas viajaram até ao Norte de França e Sul de Inglaterra, onde foram suficientes para embaciar o sol, e chegaram ainda ao Norte da Alemanha e aos países bálticos (ver mapa, em baixo). No país, as estações de medição do ar registaram, nos dias 15 e 16 , em todo o território, níveis de partículas inaláveis muito acima dos limites legais.

O episódio de poluição, no entanto, já vinha de trás, desde o dia 6, por causa das condições meteorológicas, com calor intenso e falta de vento, que causaram concentrações elevadas de poluentes (dióxido de azoto e ozono) na camada de ar junto ao solo. Depois, os incêndios e a circulação atmosférica, determinada pelo furacão Ophelia, que trouxe vento forte do Sul, e com ele as poeiras do deserto do Norte de África, fizeram o resto.

Naqueles dois dias de incêndios, "houve estações de medição da qualidade do ar em que se registaram valores quatro vezes acima do valor limite diário", adianta Francisco Ferreira, professor e investigador da Universidade Nova de Lisboa na área da qualidade do ar e presidente da associação ambientalista Zero.

Uma delas foi a de Montemor--o-Velho, na região centro. Mas, no dia 15, o Porto Litoral, Estarreja, Aveiro, o Centro Litoral, a região de Lisboa e Vale do Tejo, o Alentejo Litoral e o Algarve não escaparam às concentrações excessivas de partículas inaláveis no ar.

A situação repetiu-se - e agravou-se - no dia 16, com as estações em todo o território a registarem valores de partículas inaláveis acima do limite, que é de 50 microgramas por metro cúbico (mg/m3). "Houve estações no país que chegaram aos 300, e na Galiza, onde também houve incêndios, atingiram-se os 600 mg/m3, em Vigo e Santiago de Compostela, nesses dias", adianta Francisco Ferreira.

No Índice de Qualidade do Ar, a classificação foi nesses dias de "mau", a pior da escala, que se manteve na manhã de 17, mas que melhorou depois ao longo do dia com a chuva e o vento de oeste que contribuiu para limpar a atmosfera. No dia 18 a classificação da qualidade do ar já era "muito bom" e "bom" em todos as estações do país.

Grandes concentrações de partículas inaláveis, como as que se registaram nos dias 15 e 16, têm impactos na saúde. Sabe-se que contribuem para o agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares, sobretudo nos grupos mais vulneráveis, como as crianças, os idosos e as pessoas com doenças respiratórias, pelo que, em circunstâncias com estas, "devem ser mais sistemáticos os avisos à população sobre esses riscos", defende Francisco Ferreira. "Nestes casos as pessoas não devem, por exemplo, fazer exercício físico no exterior."

Informação retirada daqui

Quase mil carros elétricos vendidos em Portugal em oito meses


Uma análise das emissões do ciclo de vida dos veículos revela que "os automóveis elétricos emitem menos emissões do que os carros a motor gasóleo"

Quase mil carros elétricos foram vendidos em Portugal até final de agosto, tendo sido atingida a quota de apoio do Fundo Ambiental, segundo divulgou esta quinta-feira a associação ambiental Zero que sublinha as vantagens destes veículos.

Em comunicado, a Zero defende que o Fundo Ambiental tenha uma maior quota de apoio em 2018, tendo em conta que a deste ano foi atingida em oito meses.

Uma análise das emissões do ciclo de vida dos veículos, conduzida pela Universidade Vrije de Bruxelas para a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), de que a Zero é membro, revela que "os automóveis elétricos emitem menos emissões do que os carros a motor gasóleo".

"Mesmo em países com a maior intensidade de gases de efeito estufa da geração de eletricidade - Polónia e Alemanha - o veículo elétrico funciona melhor durante o ciclo de vida (incluindo as emissões na fabricação da bateria e do veículo) do que o automóvel a gasóleo", prossegue a Zero, em comunicado.

A T&E concluiu que "a revolução do veículo elétrico levará a um aumento acentuado da procura por metais críticos, mas as evidências mostram que não haverá restrições de oferta se houver investimentos em novas minas e processos. A indústria deve, no entanto, garantir que os minerais sejam obtidos de forma sustentável".

"Se toda a energia elétrica for proveniente de fontes renováveis, o impacte em termos de emissões de gases de efeito de estufa considerando o ciclo de vida dos automóveis elétricos será seis vezes e meia vezes menor por comparação com os veículos a gasóleo", prossegue a Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Informação retirada daqui

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Vídeo - Plantando na Cidade

Vídeo - Oficina de expressão criativa em Paredes de Coura

Documento - Tipos de Poluição


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Powerpoint - A importância do ar para os seres vivos


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Vídeo - Poluição do ar

Vídeo - O seu carro e o CO2

Exercício - Rochas, arquivos da Terra





Imagens de exercícios, da aplicação para QI "ROCHAS, ARQUIVOS DA TERRA" 
Integrada no tema introdutório à componente de Geologia, do programa de Biologia e Geologia (ano I), a abordagem às rochas enquanto arquivos que relatam a História da Terra, afigura-se importante para a compreensão do objecto da Geologia, da complexidade do trabalho dos geólogos e da necessidade de diferentes métodos e instrumentos de trabalho para o estudo da Terra. Eis alguns comentários de imagens integradas numa aplicação para quadros interactivos sobre rochas.
Exercício 1

O exercício seguinte permite explorar os conceitos de rochas consolidadas e não consolidadas, bem como os ambientes de sedimentação e de diagénese. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após indicação das localizações mais correctas...

Exercício 2

O exercício seguinte permite explorar a classificação das rochas sedimentares. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 


Exercício 3

Este exercício permite a exploração do magmatismo. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução.
Exercício 4

Neste caso são explorados os conceitos de rocha vulcânica ou extrusiva e de rocha plutónica ou intrusiva. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 
Exercício 5

Este exercício permite classificar o granito e o basalto e associar as rochas ao seu ambiente de formação. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 6

Este exercício permite explorar a classificação das rochas magmáticas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 7

Este exercício permite explorar um ambiente de formação de rochas metamórficas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 8

Este exercício permite explorar a classificação das rochas metamórficas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 9

Este exercício permite explorar o ciclo das rochas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...

Escrito por José Salsa

Protocolo - Sedimentação


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Exercício - Rochas, arquivos da Terra


Integrada no tema introdutório à componente de Geologia, do programa de Biologia e Geologia (ano I), a abordagem às rochas enquanto arquivos que relatam a História da Terra, afigura-se importante para a compreensão do objecto da Geologia, da complexidade do trabalho dos geólogos e da necessidade de diferentes métodos e instrumentos de trabalho para o estudo da Terra. Eis alguns comentários de imagens integradas numa aplicação para quadros interactivos sobre rochas.
Exercício 1

O exercício seguinte permite explorar os conceitos de rochas consolidadas e não consolidadas, bem como os ambientes de sedimentação e de diagénese. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após indicação das localizações mais correctas...

Exercício 2

O exercício seguinte permite explorar a classificação das rochas sedimentares. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 


Exercício 3

Este exercício permite a exploração do magmatismo. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução.
Exercício 4

Neste caso são explorados os conceitos de rocha vulcânica ou extrusiva e de rocha plutónica ou intrusiva. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 
Exercício 5

Este exercício permite classificar o granito e o basalto e associar as rochas ao seu ambiente de formação. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 6

Este exercício permite explorar a classificação das rochas magmáticas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 7

Este exercício permite explorar um ambiente de formação de rochas metamórficas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 8

Este exercício permite explorar a classificação das rochas metamórficas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
Exercício 9

Este exercício permite explorar o ciclo das rochas. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...

Escrito por José Salsa

Powerpoint - Minerais e Matéria Cristalina


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box


Powerpoint - Mineralogia e Cristalografia


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box


Powerpoint - Sedimentação e Estratificação


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box


Vídeo - Minerais e Rochas

Notícia - Cientistas portugueses invalidam um dos dogmas da biologia


Há 270 milhões de anos, uns bocadinhos do património genético de diminutos fungos, que até lá não tinham nada de particular, começaram a sofrer uma mudança de identidade. Normalmente, os fungos, do género Candida – não deveriam ter sobrevivido a tal alteração genética – mas sobreviveram, ao ponto que são hoje os principais responsáveis pelas infecções fúngicas nos seres humanos. Como é que foi possível? A sequenciação dos genomas de uma série de espécies deste fungo permitiu agora explicar este aparente paradoxo.

O genoma dos seres vivos é uma grande molécula, feita do encadeamento de quatro moléculas de base, a que chamamos “letras” para respeitar a metáfora segundo a qual o genoma contém as “instruções” para a construção de cada tipo de organismo. Grosso modo, cada “palavra” de três letras consecutivas, ou “codão”, codifica um dos 20 aminoácidos, os tijolos de construção que as células vivas utilizam para fabricar as suas proteínas, componentes essenciais dos tecidos biológicos. Aminoácidos esses que o organismo vai buscar às proteínas animais contidas nos alimentos.

Desde a descoberta dos codões, há uns 50 anos atrás, pensava-se que essa correspondência codão-aminoácido – o chamado “código genético” – era comum a todos os organismos vivos, universal. O argumento era que, uma vez o código genético fixado, de uma vez por todas, nos primórdios da evolução das espécies, já não podia ser alterado sem consequências funestas para o organismo afectado.

No fim da década de 80, porém, Manuel Santos e a sua equipa da Universidade de Aveiro foram dos primeiros grupos do mundo a propor que isso não era bem assim: descobriram que as Candida conseguiram sobreviver apesar de ter sofrido uma alteração do seu código genético que deveria ter sido perfeitamente tóxica. Num trabalho hoje publicado em consórcio internacional na revista “Nature”, explicam pela primeira vez, graças à análise comparativa dos genomas de várias espécies diferentes de Candida, como é que essa “mudança de identidade” teve concretamente lugar.

“O nosso resultado tem implicações tremendas do ponto de vista biológico”, disse-nos em conversa telefónica Manuel Santos. “Significa que o código genético não é universal. Já tínhamos descoberto essas alterações há uns anos, mas com este estudo conseguimos perceber como é que essa evolução aconteceu.”

Basicamente, nas Candida, o codão que inicialmente mandava colocar no sítio correspondente da proteína em construção um aminoácido chamado leucina, passou a comandar a colocação de um outro aminoácido, a serina. E esta alteração do código genético “deveria ter sido letal”, repete Manuel Santos.

Mas esse codão não mudou repentinamente de identidade; pelo contrário, fê-lo muito gradualmente, ao longo de milhões de anos. “Há 270 milhões de anos, esse codão começou a mudar e adquiriu duas identidades diferentes”, diz ainda Manuel Santos. A maior parte das vezes, continuava a comandar a colocação de leucina, mas de vez em quando colocava serina. A seguir – e é este o segredo do sucesso da operação –, “durante 100 milhões de anos, esse codão desapareceu praticamente do genoma dos fungos. E quando reemergiu, com a sua segunda identidade, foi em posições onde já não era tóxico para os genes”. Um belo truque evolutivo.

Para que é que serve este tipo de alteração ao código genético? “Não sabemos”, responde-nos Manuel Santos. Mas acrescenta logo: “Estes fungos têm uma enorme necessidade de contornar o sistema imunitário humano. Uma possibilidade é que esta alteração do código genético seja um mecanismo compensatório destinado a aumentar a diversidade genética das Candida, que só muito raramente se reproduzem de forma sexuada”. Os organismos que apenas se reproduzem de forma assexuada formam colónias de clones, geneticamente idênticos – e portanto, têm dificuldade em resistir aos ataques do sistema imunitário dos seus hospedeiros.

Um outro dos aspectos agora esclarecidos por este trabalho prende-se precisamente com a reprodução destes fungos. “Há décadas que a reprodução sexuada dos fungos era objecto de intenso debate”, frisa Manuel Santos. “Pensava-se que não havia reprodução sexuada nestes organismos. Mas ela é importante para gerar diversidade genética. Agora, a sequenciação dos genomas de Candida clarificou definitivamente esta questão: algumas espécies possuem genes de reprodução sexuada e outras não. Contudo, naquelas que apresentam uma reprodução sexuada, ela só acontece muito raramente, sendo normalmente assexuada” – isto é, por fissão celular.

Normalmente, as candidíases manifestam-se como lesões cutâneas e podem ser facilmente tratadas com medicamentos antifúngicos. Mas, em caso de deficiência imunitária, podem ser letais, espalhando-se para o fígado, os pulmões, o cérebro. Põem em risco bebés prematuros, doentes transplantados, pessoas com HIV. E algumas espécies estão a tornar-se resistentes.

O que faz com que uma espécie de Candida seja patogénica e outra inócua? Este é um dos aspectos ainda pouco claros. Mas os resultados hoje publicados permitem começar a desvendar o mistério. “A sequenciação dos genomas e a sua comparação mostrou que as espécies patogénicas possuem um conjunto de genes envolvidos na patogénese” diz Manuel Santos, que liderou a participação portuguesa no trabalho.

Mais precisamente, o seu genoma contém um maior número de cópias de uma série de genes que codificam o fabrico de proteínas, chamadas adesinas, que comandam a síntese de proteínas da parede celular destes fungos. “São elas que interagem com as células humanas”, frisa Manuel Santos, “e isso é importante para a adaptação do fungo ao sistema imunitário do hospedeiro”, adaptação que condiciona a manutenção da infecção. “Este resultado é muito importante porque pode permitir desenvolver novos antifúngicos”, conclui.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Notícia - Veneno e dentes do dragão de komodo responsáveis pela morte das presas


Até agora fugia-se dos dentes do dragão de komodo por causa das bactérias mortais que vivem na sua saliva, mas um novo estudo, publicado online na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”, mostra que afinal é do veneno que se tem que ter medo.

“A teoria defendida de que o dragão de Komodo mata regularmente utilizando as bactérias que carrega na boca é errada”, disse em comunicado o co-autor do estudo Stephen Wroe, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália. “O dragão é verdadeiramente venenoso. Tem glândulas salivares modificadas que injectam agentes hipersensitivos e anticoagulantes que, combinados com as adaptações dos dentes e de um crânio de peso leve, permitem matar animais grandes através de uma perda de sangue rápida.”

O dragão de komodo, Varanus komodoensis, é o maior lagarto terrestre que existe, podendo alcançar os três metros de comprimento e vive em algumas ilhas do arquipélago da Indonésia. “Estes grandes répteis carnívoros são conhecidos por morderem a presa, libertarem-na, deixando-a sangrar até à morte devido às feridas infligidas. Nós mostrámos agora que é o arsenal combinado dos dentes do Dragão de Komodo e o veneno que contam para a caça”, disse em comunicado o primeiro autor do artigo, Bryan Fry, investigador da Universidade de Melbourne na Austrália.

Os investigadores analisaram a forma do crânio do lagarto e a força capaz de exercer durante a mordida – comparando com a dentada do crocodilo –, através de imagens de ressonância magnética. Apesar da força com que o dragão morde ser menor do que a do crocodilo, as glândulas de veneno e os dentes serrilhados permitem lacerações profundas por onde entra o veneno.

Para analisar a composição do veneno, os investigadores retiraram as glândulas a um dragão de komodo do jardim zoológico de Singapura, que estava mortalmente doente. As análises mostraram uma bateria de moléculas que diminuem a pressão sanguínea, o que faz com que a vítima entre em choque quando é mordida. O veneno também está carregado de toxinas anticoagulantes que não deixam a ferida das vítimas sarar. “A combinação da dentada especializada e do veneno parece minimizar o contacto entre o Dragão e a sua preza, o que permite caçar animais maiores”, explicou Bryan Fry.

O dragão de komodo não conta com mais de cinco mil indivíduos distribuídos por cinco ilhas do arquipélago da Indonésia e é considerada uma espécie vulnerável. Este estudo mostrou ainda que o Varanus priscus, um parente próximo do dragão de komodo com sete metros de comprimento que desapareceu há 40 mil anos, também utilizava veneno para atacar as prezas e foi o maior animal venenoso que alguma vez existiu.

sábado, 21 de outubro de 2017

Notícia - Descoberto ácaro do lagarto-de-água

Não há espécie que esteja livre de parasitas, no lagarto-de-água, endémico da Península Ibérica, foi descoberto mais um, o Ophionyssus schreibericolus - um ácaro que vive nas escamas do réptil e que poderá aumentar o conhecimento sobre os modelos de parasitismo e sobre os mecanismos evolutivos e de resistência dos hospedeiros.

O estudo, publicado na revista espanhola Zootaxa, foi feito por uma equipa internacional de investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, a que pertence Raquel Godinho, e contou com a colaboração de Maria Moraza, da Universidade da Navarra, especialista em taxonomia de ácaros.

A descoberta do ácaro deveu-se ao interesse evolutivo do lagarto-de-água, uma espécie que não está ameaçada. O Lacerta schreiberi está distribuído pelo noroeste peninsular e no sistema central espanhol, com duas populações muito distintas a nível genético. Estas duas unidades encontram-se apenas na Serra da Malcata, que está na fronteira luso-espanhola.

"Temos dedicado muito tempo ao estudo da zona de contacto, não só em termos genéticos para compreender a extensão e o tipo de hibridação entre as duas grandes populações deste lagarto, como para estudar outras características de possível diferenciação, como a morfologia e a cor", explicou à Lusa Raquel Godinho.

Na sequência desse trabalho, a equipa do Porto focou-se em alguns parasitas internos e externos do lagarto. Quando encontraram o ácaro entraram em contacto com os colegas espanhóis, especialistas nesta área. "Foi depois da equipa da Universidade da Navarra observar os exemplares do ácaro que se percebeu que se tratava de uma espécie inteiramente nova para a Ciência", observou a investigadora portuguesa.

“Este parasita alimenta-se do sangue e dos fluidos existentes nos tecidos e encontra-se em 65 por cento dos répteis analisados [127], com um nível de parasitismos de cinco ácaros por réptil”, disse Maria Moraza ao Science Daily.

O Lacerta schreiberi vive na Península Ibérica há 1,8 milhões de anos e sobreviveu aos vários ciclos glaciares, desde os últimos dez mil anos que as duas populações têm vindo a divergir. Os investigadores vão tentar verificar agora se o ácaro (que acabou por ser acarinhado com o nome do lagarto) só parasita uma das linhagens do réptil, se parasita as duas ou se também existe noutras espécies da mesma família.

Para além disso vai ser analisado o ADN dos ácaros. Segundo Stuart Baird, investigador da equipa do Porto, esta análise vai servir "para compreender melhor as causas da formação de novas espécies e conhecer em detalhe a história evolutiva da Península Ibérica e a forma como a natureza responde às alterações climáticas."