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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Notícia - Descobertas três novas espécies de Lampreia que só ocorrem em Portugal


Uma equipa formada por cientistas de diferentes unidades de investigação portuguesas descobriu três novas espécies de lampreia que apenas ocorrem em Portugal. A sua descrição vai ser, a breve prazo, publicada na revista Contributions to Zoology.

Às novas lampreias foram dados nomes alusivos às áreas onde ocorrem: a lampreia da Costa de Prata (Lampetra alavariensis) habita apenas (é endémica) das bacias hidrográficas do Esmoriz e Vouga; a lampreia do Sado (Lampetra lusitanica) ocorre somente na rede hidrográfica do Sado; e a lampreia do Nabão (Lampetra auremensis) está presente apenas na sub-bacia do rio Nabão, afluente da margem direita do rio Tejo.

Os autores do trabalho, que foi desenvolvido no âmbito do projeto de doutoramento de Catarina Mateus, coautora do artigo prestes a ser publicado, determinaram que as novas espécies, para além de ocorrerem de forma localizada, têm áreas de distribuição fragmentadas e populações muito reduzidas, o que justifica a sua inclusão na categoria máxima de ameaça -  “Criticamente Em Perigo”  - do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Na Península Ibérica já se sabia existirem três outras espécies de lampreia: a lampreia-marinha (Petromyzon marinus), a lampreia-de-riacho (Lampetra planeri) e a lampreia-de-rio (Lampetra fluvialis). Todas as três espécies ocorrem de forma extensa na Europa mas, na Península Ibérica apenas a primeira espécie tem uma distribuição pouco restrira por Portugal e Espanha, já que a segunda espécie está concentrada, sobretudo, em território nacional e a terceira, foi já declarada extinta em Espanha, podendo ser encontranda apenas no troço inferior dos rios Tejo e Sorraia.

A descoberta das novas espécies endémicas e do seu precário estado de conservação resultam assim, na prática, num aumento da responsabilidade de Portugal no que diz respeito à conservação do grupo das lampreias – a família Petromizontidae.

Na investigação participaram também Pedro Raposo, da Universidade de Évora, Judite Alves, investigadora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência/Centro de Biologia Ambiental e Bernardo Quintela, do Centro de Oceanografia/Departamento de Biologia Animal – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. O trabalho foi financiado pelo Fundo EDP Biodiversidade e pela FCT, tendo o Fluviário de Mora prestado apoio logístico.

Fonte: Filipa Alves/www.ueline.uevora.pt

sábado, 1 de julho de 2017

Notícia - Madagáscar precisa de três anos para vencer praga de gafanhotos



Três anos e cerca de 33 milhões de euros serão necessários para que Madagáscar consiga vencer uma devastadora praga de gafanhotos que está a afectar o país.

O alerta é da organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO, na sigla em inglês), que diz que a segurança alimentar de 13 milhões de pessoas está em risco.

No final do ano passado, o Governo do país já tinha lançado um alerta e pedido auxílio técnico à FAO. A situação degradou-se depois do ciclone Haruna, que atingiu Madagáscar em Fevereiro. Além dos danos em si, o ciclone deixou zonas alagadas, proporcionando boas condições para a reprodução dos gafanhotos, que se espalharam pelo país em densos enxames.

Se nada for feito, segundo a FAO, dois terços do país poderão ser afectados pela praga, com consequências dramáticas sobretudo na Região Sudoeste, onde 80% da população vive abaixo do limiar da pobreza. “Dependendo do seu tamanho e densidade, uma enxame de gafanhotos pode consumir até 100.000 toneladas por dia de vegetação, incluindo culturas agrícolas”, lembra a FAO, num comunicado.

Serão necessárias três campanhas anuais para controlar a situação, com a aplicação de insecticidas e outras medidas de controlo. A primeira deverá começar já a partir de Setembro, com o tratamento de 1,5 milhões de hectares.

http://www.publico.pt